Apenas um Feriado... Ou não! - Capitulo 7

Capitulo 7

Ao chegar a casa onde as garotas estavam me lembro bem que era a mesma onde Marcelo estava.

- Não saia daí. Quem vai do meu lado é você. E se, por algum acaso, soltarem alguma piada, ignore. – ele pediu, me deixando assustada, e saiu do carro em direção a porta da casa.

Quem abriu foi Marcelo, que logo se encostou ao carro com uma cara de desconfiado conversando comigo. Sem muita demora lá vinha Arthur com um rebanho atrás dele.

Cumprimentei as garotas com um simples “boa noite” e um sorriso amigável o qual foi praticamente ignorado.

- Ai Arthur você poderia ter vindo pegar a gente sozinho né? – algum ser falou atrás. Ignorei.

- Relaxa Thamy, ele arruma essas namoradinhas e esquece as amigas. – minha cara era de assustada, mas ignorei novamente.

- Por que está quietinho Thur, você já foi bem mais comunicativo. É a namoradinha é?

Poxa, ele falou pra ignorar mais estava ficando chato. Maldita festa que era distante. Comentários como aqueles foram repetidos por diversas vezes. O que me fez começar a morder a parte interna da minha boca – um velho costume do meu estado de nervosismo – e movimentar involuntariamente as minhas mãos sobre o meu colo.

Quando já estava entrando no meu submundo, e de fato não escutando mais nada do que era pronunciado ali, sinto uma mão pegando uma das minhas. Me assustei e encarei Arthur. Sorri timidamente e ele só pegou e entrelaçou nossos dedos.

- Da pra ficarem quietas? Eu estou fazendo um favor e vocês só reclamam. – ele falava irritado – Na volta vocês procurem outra carona. Não sou responsável por ninguém.

Quando pensei em abrir um sorriso ele me surpreendeu novamente levando a minha mão até os lábios e dando um leve beijo. Que fofo!

Ao chegarmos estava um clima um pouco estranho. As periguetes trataram logo de correr pra entrada enquanto eu e Arthur seguíamos lentamente.

- Desculpa te fazer passar por isso.

- Relaxa. Eu sei que essas coleguinhas de vocês não são nada agradáveis. – falei e ele me olhou sem entender – Fama de faculdade.

- Ok! – ele respondeu ainda sem graça.

- Elas parecem disputar sua atenção. Vai ser fácil você desencalhar hoje Thur. – tentei descontrai o assunto.

- Credo. – ele respondeu – O meu maior erro foi ter ficado com uma delas no ano passado. Até hoje é assim, e foi só um beijo. Eu...

- Não preciso de detalhes. Já percebi que elas querem você. – continuei rindo.

- Fico só. Tá bem mais agradável. – ele me abraçou pelo ombro e adentramos no local da festa procurando por todos.

Não demorou muito pra ficarmos todos juntos. O casal Marcelo e Sabrina estava parecendo namorados de anos. Acho que nossa mineirinha esqueceu mesmo o ex. Sophia e Mica, eram dois doidinhos. Chay e Mel eram o casal fofo e tímido. Amo eles dois. Arthur havia saído pra dar uma volta com um daqueles amigos de Marcelo que não me recordo o nome. E eu... Bem, eu fiquei esperando o príncipe no cavalo branco.

Sabrina foi embora com Marcelo. Segundo eles queriam acordar bem cedo pra fazer um passeio – que romântico! Se não fosse atrapalhar o momento despedida do casal eu iria pedir uma carona, mas não sei os planos para o final da noite deles. Brincadeira, eu sei que minha amiga tem juízo, mas poxa, é chato isso!

Os outros dois casais eram só love, e sem cara nenhuma de quem iria embora por tão cedo. Pensei em ir pegar um taxi, mas se falasse isso com certeza Chay não me deixaria ir sozinha e acabaria indo embora todo mundo. E sair sem avisar implicaria em alguns desesperados. Só porque fui tomar sorvete a tarde foi aquele horror.

Olhei as horas, 1h50. Decidi que iria esperar até as 2h30 e falaria que os meus pés estavam doendo. Desculpa esfarrapada pra quem se encontra de rasteirinha, mas foi à única que achei.

2h20 Arthur aparece. Com cara de frustrado, e nem um pouco animado por está ali.

- Me escondi em todo canto e aquelas criaturas de outro mundo me encontram. Por hoje já deu. – ele falava pra mim, pra Mica e Soph que eram os mais próximos – Tô indo, alguém quer ir agora?

- Eu. – respirei aliviada – Já estava querendo ir pegar um taxi.

- Seus problemas acabaram. – ele falou com um sorriso de canto e piscando o olho. Que charme!

Despedimos dos outros e seguimos para o estacionamento. Engraçado era sair fugido. Segundo Arthur, Chay iria pagar caro por essa carona de hoje. No meio do caminho de volta ele diz que estava com fome. Resolvemos parar em uma pizzaria até arrumadinha que ainda se encontrava aberta, alguma coisa comível deveria ter ali. Já que em casa só se encontrava macarrão instantâneo e congelados.

Por incrível que pareça, o local estava lotado. Apesar do horário, aquele era o ponto dos “famintos pós-festa”. Arthur pensou em desistir, mas eu o deixei tranquilo em decidi se queria comer ou não. Na verdade ele ficou achando que eu estava querendo chegar logo em casa. Mas logo esclareci que eu queria mesmo era só sair da festa por estar de saco cheio dos casais me ignorando.

Depois de algumas risadas, ele fez o pedido da pizza e falou que esperaríamos no carro. Aquele horário eles não faziam mais entregas, então o jeito era a gente mesmo esperar pra levar. Voltamos para o carro e muita conversa rolou. Não sei mesmo de onde saia tanto assunto com ele. E eram assuntos agradáveis até.

- Você tá com sono.

- Não, nem tô. – respondi.

- Não foi pergunta, estou afirmando. – ele sorriu – Seus olhos cansados não negam isso.

- Bem, acordei uma da tarde. Acho que estou com o sono em dia. – encolhi minhas pernas no banco, sentando de lado, ficando mais a vontade e confortável.

- Seus olhos são lindos.

- Os olhos cansados? – perguntei o fazendo rir.

- Não. Reparei bem neles antes de estarem assim. – ele falou e aproximou a mão ao meu rosto fazendo um carinho leve.

- Assim eu fico sem graça. – poderia apostar que estava vermelha.

- Fica ainda mais linda.

Por Nana F.