sábado, 20 de julho de 2013

Infinito - Capitulo único (continuação)


Parte 2

Guga saiu, rodou mais um pouco pela balada, sempre de olho no ex-casal complicado. Percebeu ambos tensos e com os olhares se cruzando o tempo todo. Uma hora Arthur até esboçou um sorriso e Lua retribuiu.
Guga armou tudo, com uma ajudinha da Estrela que foi acionada via SMS.

“Dá um jeito da Lua sair daí sozinha e manda ela para o andar de cima. Segunda porta à esquerda, é um escritório. O Arthur vai estar lá. Eles precisam conversar. Bj Guga.”

“OK, também acho que eles precisam conversar. O meu atual cunhado eu enrolo. BJ, Estrela”


Estrela chamou a irmã num canto.

- Banheiro agora, andar de cima, segunda porta à esquerda.
- Hã?
- Arthur te esperando para conversar.
- Hã?
- Lua, de tolinha você não tem nada. Vai lá e resolve isso logo.

Lua, respirou fundo, falou que iria ao banheiro e foi resolver as suas pendências. Chegando a sala indicada, lá estava o Arthur parado, esperando por ela. Ele estava casual, mas lindo, mesmo ela achando ele mais abatido.

- Oi, Lua
- Oi.
- Você queria falar comigo?
- Arthur, o Guga tem razão a gente precisa se acertar. Terminamos, tentamos voltar, mas não deu. A gente poderia pelo menos tentar ser amigo, poder conversar numa boa sem clima.
- Lu, você tem razão. Só que...
- Só que... O que?
- É difícil pra mim.
- Difícil? Como?
- Lu, tudo o que a gente viveu foi muito intenso. Eu não estou falando da novela e não vem com o discurso que a gente misturou realidade e ficção. Um dos motivos das nossas brigas era esse seu medo. Eu sei exatamente o que sinto por você. Sempre soube.
- Sente, no presente? O que você sente Thur?
- Bem, você sabe Lu.
- Não, não sei. Me fala.
- Droga, Lua, não me pressiona. Você sabe que eu não gosto disso. Você sabe que mexe comigo, sempre mexeu. Se é para por as cartas na mesa, vamos lá. D. Lua Maria Blanco aguenta até o final? Eu falo tudo e depois você. Estou entalado mesmo há um ano.
- Você sabe que eu nunca fugi de uma briga. Manda!

Arthur nervoso, não parava quieto. A Lua controlando a própria tensão, sem muito sucesso. Ela se encostou na mesa, ele parou em frente e encarou aquele olhar que o derretia todo. Ela se segurou na mesa, senão o chão seria o seu mais novo amigo.

- Lua, o que a gente viveu e vive até hoje é muito forte. Princesa, você mexe comigo de um jeito que ninguém nunca conseguiu. Eu sei que o meu passado me condena, não sei ficar sozinho. Quando a gente terminou, foi uma briga boba. Ciúmes de você, desse monte de amigos que te cercam. E, o seu medo de acreditar que o que tínhamos era de verdade, e não uma mistura de ficção e realidade, me passava insegurança. Eu atropelei tudo. Eu tentei voltar, vi a merda que havia feito. Você toda orgulhosa, não quis tentar de novo, nos dois sabíamos na época que a química existia, que a paixão ainda estava viva, mesmo magoados. Eu sei Lu, depois eu fui um babaca. Fiz tudo para te causar ciúmes, te mostrar que estava feliz sem você. Mas, Lua, ninguém me conhece melhor que você. Dava para ver que eu não estava tão feliz assim. Te machuquei com a minha babaquice e minha teimosia. Desculpa, de novo. Eu já havia te pedido isso uma vez. E parecia que tudo estava bem. Só que não estava, né? Às vezes, a gente cedeu ao desejo foi bom, foi ótimo. Tudo parecia voltar para o seu lugar. Até você enterrar uma faca no meio peito, dizendo que tinha conhecido um carinha. Que essa nossa história estava te fazendo mal, era muita pressão, muita exposição. Que iria tentar uma história mais calma e daquela vez, você deu o ponto final. Pô, Lua fiquei muito mal, aquilo acabou comigo. Saber que outro cara iria te beijar, te tocar e não era eu. Pronto, depois dessa atacou o babaca de novo. Comecei a fazer um monte de besteira. E estou fazendo até hoje.

Arthur parou para respirar. Tinha a sensação de ter tirado uma tonelada das costas. Parecei que, enfim, conseguiu dizer tudo que estava engasgado, durante mais de um ano separados. Ele falou olhando para ela o tempo todo, mas quando parou de falar a expressão de Lua era algo indecifrável.

- Lua fala alguma coisa...
- Você quer que eu fale? Achei que seria um monólogo.
- Deixa de bobeira, a gente veio conversar, falei tudo que estava guardado ( Arthur falava isso apontando para a própria cabeça e o coração).
- Então agora é a minha vez?
- Isso, peito aberto.
- Thur, sim eu sentia medo e você não respeitava isso. Sempre fui low profile. Meu namoro tinha acabado, um pouco antes de entrarmos no projeto Rebelde. E, como você mesmo disse tudo era muito intenso. Eu tinha certos preconceitos, você era mais novo, estava com namorada quando percebemos a nossa química intensa, tive que segurar tudo. Tinha medo da mídia. Quando a bomba estourou, nossa vida virou um inferno e ainda tinha a merda do seu ciúme. Quando você me conheceu sabia como eu era, que conhecia muito gente e tinha muitos amigos, sabia que a rotina era sempre casa cheia. Isso você também não entendia e nem aceitava o meu jeito. E, olha que eu cedi muito durante o tempo que a gente namorou, isso você não pode negar. Não seria uma bobinha apaixonada que concordava com tudo o que você queria. Apesar de estar apaixonada por você na época, não vou negar que isso ainda é uma verdade. Arthur você é um cara apaixonante, por isso nunca está sozinho. Sim, a gente terminou por uma briga boba, seu ciúme. Nunca te dei motivo. Sim, você foi um babaca, e dos grandes. Se arrependeu, mas eu precisava me preservar da mídia, de você e de mim. Arthur, você não tem ideia da força que eu tive que fazer para não ceder. Eu sou forte, mas não de ferro. Não vou dizer que foi certo ou errado, mas passou e não tem como voltar atrás. O pior, foi você todo magoadinho, esfregando a namorada na minha cara. Poxa, ela era até legal. Você foi um superbabaca. Eu sei que me pediu desculpas, desculpei de coração. Mas, esquecer é mais difícil. Sim, eu tinha saudade de nós, não vou negar, que ainda me pego tendo saudades de nós dois juntos. Sim, nós cedemos ao desejo, a saudade, a paixão. Eu sei que ela, a paixão, continua a  existir. Só que era muita agitação, eu precisava, e ainda preciso de calma, de um porto seguro. Foi isso que aconteceu com a gente. Arthur, nós dois juntos é como uma tempestade de verão, arrasa e renova. Eu preciso de uma garoa fina, que só acalma e refresca. Não sei se estou fazendo o certo, só sei que isso é o que preciso no momento. Mas, também preciso ficar numa boa com você, esse clima de implicância mútua, não dá mais. Em nome de tudo o que sentimos, e com certeza ainda estamos sentindo, um pelo outro, vamos pelo menos ser amigos?

Arthur olhava para a Lua, com uma cara de surpresa em ouvir que ela ainda era apaixonada por ele.

- Lu, vou tentar, mas ser só seu amigo é meio complicado. Eu te amo muito, parte do meu coração é seu e ninguém vai ocupar esse lugar.
- Thur, eu também te amo muito. Seu lugar está guardado (Isso colocando a mão dele no coração dela). Vamos dar tempo ao tempo. A nossa história não acabou, acho que está longe disso.
- Nossa história é infinita, Lua.

Eles se abraçaram, cada um com um sorriso bobo, e uma vontade que deveria ser contida de se entregar a paixão. Só que o conquistador não perdeu tempo, falou sussurrando.

- Você conseguiu ficar mais linda morena!

A Lua também não perdeu tempo na resposta.

- Além do trabalho novo, você tem uma parcela de responsabilidade nessa mudança.

Arthur não entendeu nada, se afastou para encarar uma Lua com cara de sapeca.

- Simples, meu caro Arthur, analisando o seu histórico, você gosta de morenas, visto que eu fui a única loira, me transformei.

- Lua, você é a única.

Eles foram embora, dirigiram-se aos seus grupos. Deram desculpas esfarrapadas para justificar a demora. Isso não era importante naquela noite. O que importava que eles estavam bem. Tinham amadurecido com os próprios erros e escolhas.
 Tinham confessado um para outro a paixão existente e pode-se dizer infinita.
 O tempo um dia vilão, um dia bonzinho, se encarregaria de unir de novo  o casal infinitamente apaixonado.


Por Paula Gonçalves

14 comentários:

  1. Ai que lindo *-*! Paulinha você arrasa sempre! Eu até acho que devia ter continuação! Muito bom esse capítulo único!

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  2. Meu Deus que web linda, to apaixonada por ela!!!
    Parabéns Paulinha ficou linda demais!!

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  3. lindo demais
    ass Sophia

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  4. Arrasou como sempre Paulinha! Parabéns. Quero mais. Nana, sérios problemas pra comentar pelo celular :(

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  5. Paulinha,essa sua capítulo único ficou perfeita! Você deve saber que existem várias dessa de reconciliação dos dois,e a sua pra mim,de todas que eu já li,é a mais realística.
    O que você escreveu foi tão claro que realmente poderia ter acontecido. Até fiquei com os olhos marejados,pensando que isso pode algum dia acontecer.
    Parabéns viu? Amei essa fic,tente fazer mais!

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  6. Amei muito Paulinha tinha q fazer mais e parabens amei essa Fic...

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  7. Concordo que essas miniwebs das Paulinha deveriam virar realidade, não precisava ser obrigatoriamente desse jeito, mas sendo real e tendo nosso casal junto ia ser tudo mais que bom *-* XxCamila

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  8. Amei! Sem palabras :)
    Anita!

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  9. nossa reconciliação mais que perfeitaaa arrazou

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  10. Amei, simplesmente lindo e concordo com a maioria das leitoras, deveria ter continuação haha
    Ale

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