Apenas um feriado... Ou não! - Capitulo12

Capitulo 12

- Vai querer sair ainda, ou vai voltar a dormir. – Arthur falou colocando apenas a cabeça pra dentro do quarto depois que o mandei entrar.

- Preciso saber aonde a gente vai, pra saber o que vestir. – eu estava com um short jeans e uma camiseta folgada com um top por baixo.

- Não é nenhum jantar de gala, pode deixar seu vestido longo para uma próxima ocasião. – ele falava sorrindo e me fazendo acompanhar – É um lugar que quero te mostrar. Assim tá ótimo, vamos!

- Perai, só pegar uma coisa. – fui até a minha bolsa pegando um brilho de morango e passando nos meus lábios que estavam ressecados devido ao sol.

- Pra que passar essa coisa melequenta, se eu vou tirar tudo? – ele perguntava com cara de nojo.

- Chatoooo! – ele me deu logo um selinho levando a metade do meu brilho na boca dele.

- Hummm! Isso é gostoso! – falou lambendo os lábios dele e tirando o excesso – Passa mais, gostei.

- Nada disso, é uma coisa melequenta. – falei fingindo estar brava enquanto era arrastada até o carro.

Essa criatura foi o caminho todo me enchendo o saco, que a coisa melequenta era gostosa, que era pra eu passar mais, que queria beijo – menino carente – e eu tentando fingir de brava, mas sem conter a risada pelas palhaçadas.

- Você é palhaço assim todo dia, ou é só pra me fazer rir? – perguntei fazendo graça.

- Digamos que sei levar as coisas a sério quando a situação exige isso, mas quando eu realmente estou feliz fica mais difícil controlar. – ele se explicava sem tirar os olhos do caminho que seguíamos. Motorista responsável.

O silencio dominou um pouco, alguma musica sem graça tocava baixinho no rádio e pude sentir que ele começou a desviar os olhos em minha direção.

- Ficou quietinha assim por quê? – perguntou assim que paramos num sinal me encarando.

- Nada... Pensando apenas. – realmente eu pensava no quanto eu queria que esse feriado fosse eterno.

- Hmm. Prefiro você menos séria. – ele falou seguindo com o carro – Gosto de ouvir você conversando sem parar, e sorrindo de toda besteira que eu falo.

- Só estou pensando que amanhã a vida boa acaba. – eu tinha que falar algo, ou ele ia me achar uma louca bipolar que muda de humor do nada – E segunda estaremos de volta a triste realidade da faculdade.

- Ah! Nem é tão ruim assim. – ele falou fazendo graça – Tenho só algumas leis chatas pra decorar pra uma prova na quarta.

- É... Pensando assim eu tenho só uma prova Anatomia na terça. – levei para o lado do humor – Quase todos os ossinhos do nosso corpo pra decorar e eu ainda não sei a metade.

- Excelente fisioterapeuta! – falou e riu.

- Não duvide do meu potencial.

- Não duvido de nada. – ele estacionava o carro, e falava rindo – Minha próxima contusão no futebol, e já sei aonde vou me cuidar.

- Palhaço! – falei assim que descemos do carro.

- Eu adoro esse lugar. Desde quando me entendo por gente e venho passear em Angra essa praia à noite, é o meu lugar favorito.

- Tudo tão calmo. – falei achando aquilo estranho.

- Exatamente por isso. Nem só de curtição e festa a gente vive. É bom parar e pensar um pouco nas coisas às vezes. – ele se sentou na areia e me puxou junto.

- Você é uma caixinha de surpresas. Tem certeza que você é mesmo amigo do maluco do meu primo? – falei rindo enquanto ele me puxava num abraço apertado.

- Tem que ter alguém pra equilibrar. – ele dava um sorriso lindo me encarando, e fazendo um leve carinho no meu rosto com os dedos – Onde o Chay escondia você hein?

- Sou apenas a prima mais nova, meio chatinha, que estuda demais e quase não vai pra farra. – falei com um leve humor.

- Não fala em estudar. Vamos aproveitar que só tem amanhã.

Terminou de falar e me beijou. Ficamos ali naquele clima de romance gostoso. Conversando amenidades e nos conhecendo ainda mais.

Arthur se mostrou ser uma pessoa que curtia a vida na dose certa. Sem caretices ou exageros. Nada muito certinho, nem muito louco. Alguém que sabe se divertir, sabe deixar o outro feliz, sabe viver. Alguém por quem eu estava me encantando... Cada vez mais.

- Gostou do lugar que eu te trouxe?

- É lindo aqui. Gostei. – falei e ganhei mais um selinho.

- É bom pra pensar. – mais um selinho – Bom pra namorar. – outro selinho – E muito melhor que aquela festa que deve tá rolando.

Sorrimos. Só de imaginar aquele bando de assanhadas em cima de Arthur, qualquer lugar distante seria melhor.

- Eu queria aproveitar esse tempinho com você, só nós dois. Eu gostei mesmo de te conhecer. – ele falava, mas com um olhar perdido, parecendo nervoso, sei lá – Eu não imaginava conhecer alguém legal assim em pouco tempo. Você é delicada, maluquinha, divertida, linda...

- Tá me deixando sem graça. – falei abaixando minha cabeça.

- Não precisa isso. Só falei a verdade.

Começamos um beijo novamente. Dessa vez um pouco mais quente eu diria. Eu diria que o beijo dele era perfeito pra mim, feito sob medida. Nossos corpos estavam bem próximo, nada anormal para um casal que estava ficando, mas foi o suficiente pra eu conseguir perceber reações estranhas em mim.

Sabe aquelas borboletas? Estavam enfurecidas no meu estomago. Minhas pernas? Ainda bem que estava sentada, podia jurar que estavam tremendo horrores. E o ar? Alguém me explica onde foi parar todo o ar do mundo?!

Separei o beijo com selinhos demorados, mas ele não demorou a seguir pelo meu pescoço.

- Cheirosa! – sussurrou dando um beijo no meu rosto – Vamos voltar pra casa? Acho que só vai ter a gente lá mesmo.

- Ok! – concordei e me levantei com ele me seguindo e entrelaçando nossos dedos.

Entramos no carro e fazíamos o caminho de volta. Dessa vez me sentindo mais a vontade, coloquei o CD da Soph pra tocar. Amo Coldplay. Só ai, verificando o display do som é que percebi que já se passavam das duas da manhã.

- Sério que a gente passou esse tempo todo fora?

- Eu sei que minha companhia é muito boa, e você nem percebeu o tempo passar, mas foi por isso que te chamei pra voltar. – ele tinha um sorriso lindo no rosto.

- Convencido nem um pouco você hein? – dei um leve tapinha no braço dele – Mas não percebi o tempo passar mesmo.

Quando chegamos em casa, percebemos que nossa ideia de que estaríamos sozinhos foi falha, o carro de Chay já se encontrava na garagem, então antes mesmo de pensar em descer do carro e entrar ele segurou meu braço.

- Fica aqui mais um pouquinho? – cara de pidão. Como resistir?

- Só um pouquinho? – perguntei fazendo graça, e mais uma vez fui surpreendida com beijo.

Aqueles mesmos lábios que dava o sorriso mais lindo do mundo agora estavam colados aos meus. As nossas línguas duelavam em busca uma da outra. Minha mão passeava entre o seu pescoço e cabelos, enquanto as dele segurava meus cabelos e a minha cintura aproximando assim nossos corpos.

Aquele beijo, com a melhor trilha sonora do mundo, MUSICA!

não poderia deixar de ser especial. Comecei a ter certeza que eu não queria que tudo acabasse amanhã. Eu queria mais, eu queria ter ele por perto sempre.

Depois de muitos beijos, resolvemos entrar em casa. Ainda na sala, fui surpreendida novamente.

- Garota, você tem algum tipo de ímã? – ele falou me abraçando pela cintura de frente pra ele e me encarando – Não me olha assim esquisito, mas é porque eu não consigo ficar longe.

- Seu bobo! Tá querendo me deixar sem graça é? Tá conseguindo. – tentei levar na brincadeira, não sabe ele que por mim ficaria assim o tempo inteiro.

- É sério! Você deve tá me achando um chiclete, mas é bom ficar assim. – colocou a cabeça no meu pescoço e com beijinhos suaves quase me mata.

- Também acho bom. – abracei ainda mais, se é pra ser feliz, deixa ser.

- Dorme comigo lá no quarto?

- Hãn?! – o encarei assustada.

- Sem drama, os caras tão dormindo lá, é só pra ficar assim pertinho o tempo todo. – ele me enchia de beijinhos no rosto e pescoço – Sem contar que daqui a pouco amanhece.

- Tá carente? – dei um sorriso irônico – Eu tenho vergonha do Mica.

- Vai me deixar sozinho e carente por causa de vergonha? – falou fazendo drama – E por que vergonha só do Mica?

- Sei lá, mal o conheço. O Chay é meu primo, não me importo. – dei de ombros.

- Vou entrar no quarto, vejo a situação que aqueles dois marmanjos estão dormindo e volto pra te buscar – falou enquanto subíamos e andávamos até a porta do quarto.

Apenas concordei movimentando minha cabeça e me senti a pessoa mais maluca do mundo. Amanhã teria que aguentar a resenha do século dos outros. Pensei em desistir, me sentir muito oferecida. Cara, eu só conhecia ele há quatro dias e já ia dormir no mesmo quarto. Se bem que amanhã nós voltamos e eu tenho que aproveitar o tempo que me resta.

Fui surpreendida dos meus pensamentos por um Arthur me puxando pra dentro do quarto escuro, iluminado por uma fresta da cortina aberta e a claridade do celular dele. As duas criaturas ali presentes, dormia como pedras. Sem contar com um ronco que não sei de qual dos dois saía. Credo!

Sentei na cama de Arthur enquanto ele colocava o celular na mesinha ao lado da cama e tirava a camisa pra deitar. Senhor, me perdoe pelos meus pensamentos impuros! Enquanto isso eu retirava do bolso do meu short o meu celular, e o brilho de morango.

- Isso é bom! – Arthur falou tomando o brilho da minha mão e melando o dedo – Mas só é bom na sua boca.

- Arthur! Deixa de ser bobo. – falei sussurrando – Vai ficar comendo brilho agora?

- Passa só um pouquinho vai, por favor.

- Os meninos vão acordar! Fica quieto. – o recriminei sorrindo baixinho. Era impossível ser séria com aquele garoto.

Depois de muita insistência, passei um pouco e nos beijamos. Beijos calmos, abraços e carícias trocadas. Primeiro garoto que gosta de brilho que eu conheço, se eu não tivesse tão apaixonada eu desconfiaria da opção sexual dele. Espera ai! Eu falei apaixonada? Melhor dormir logo.

Por Nana F.