Diário de Férias - Capitulo 23 - parte 3

- Pov Cupido -

- Você... Você ainda gosta... Ainda sente algo por ele? – Arthur rodou engasgando com a pergunta. Tinha receio da possível resposta.

- Não. Além de raiva não consigo sentir mais nada. Mas o fato dele surgir aqui me deixou incomodada. – Lua deu de ombros – Sei lá! Parece que estão rindo da minha cara e querendo me fazer de idiota novamente. Sem contar que ficam com aquela carinha de pena de mim e eu odeio isso.

- Também não gosto, por isso que nunca falo muito.

- Por isso que deixei de confiar nas pessoas, por isso que me isolo sempre, por isso que vir pra cá sozinha. Tinha que provar pra mim mesma que eu posso ser feliz sem depender de ninguém.

- Eu entendo esse seu lado. Mas não precisa sofrer tanto por isso. Aprenda a ignorar. – Arthur alisava os cabelos da loira.

- Sei lá, mas às vezes eu me sinto o ser mais repugnante da terra. Tenho o dedo podre pra escolher as pessoas que me envolvo.

- Ei! Assim você me ofende. – Arthur se fez de vítima – Não sou nenhum exemplo de homem, mas também não sou tão mal assim.

- Sei... Falou o garanhão da França. – Lua sorria.

- Quem me dera ter esse cargo ai. – Arthur falou rindo – Realmente não gosto de me prender, me envolver demais, sempre deixei isso claro e não é segredo pra ninguém. Mas sei lá, tem horas que a gente acerta. Tem hora que a gente se depara com algumas pessoas na nossa vida que nos faz mostrar algo diferente do habitual. Algo que realmente pode ser bom.

- Me sinto importante agora. – Lua fazia graça.

- Mas você é importante. Pelo menos pra mim. – Arthur respondeu.

- Vamos arrumar pra dar uma volta? – Lua propôs – Oportunidade de conhecer algo diferente e ficar em casa é crime.

- Tudo bem. Vamos.

O dia foi divertido. Eles almoçaram num restaurante legal. Nada de muito requintado porem aconchegante. O clima de beijos, abraços e romance estava no ar, e isso era quase que palpável.

Depois de uma tarde caminhando pela areia da praia com direito a um por do sol estonteante, o silêncio reinou. O local já se encontrava vazio. As mãos entrelaçadas e os passos lentos permitiam dois seres pensativos.

De um lado, Lua. Como ela estava gostando de viver aquilo tudo. Como ela gostava de estar perto dele. Como ela era boba de achar que a vida dela era  ruim, quando ali do seu lado, o garoto que na maioria das vezes se mostrava um cara feliz e bem resolvido, tinha um problema bem maior que o dela.

Do outro, Arthur. Ele só conseguia pensar no quanto se sentia bem em ter contado sobree seu passado pra alguém. Até então, fora da sua família, só quem sabia de algo era Sophia e mesmo assim porque Chay contou. Ele sabia que sentia algo diferente pela garota, apesar de não saber ao certo o que era aquilo. Ele a queria por perto, ele precisava dela por perto. É como se ela passasse pra ele toda coragem e força necessária pra continuar vivendo num caminho certo. Como se aquela vida que ele levava a quase um mês atrás não fizesse mais sentido.

- Luh, posso te pedir uma coisa?

Por Nana F.