Apenas um feriado... Ou não! - Capitulo 8

Capitulo 8

- Seus olhos são lindos.

- Os olhos cansados? – perguntei o fazendo rir.

- Não. Reparei bem neles antes de estarem assim. – ele falou e aproximou a mão ao meu rosto fazendo um carinho leve.

- Assim eu fico sem graça. – poderia apostar que estava vermelha.

- Fica ainda mais linda.

Um intruso celular começou a tocar. Era de dentro da pizzaria avisando que a pizza havia ficado pronta.

- Vou pegar. Fica aqui mesmo, não precisa vir.

Tá, ou eu estava em estado grave de carência vendo coisa onde não existe, ou tinha um Arthur dando mole. E sabe de uma coisa? Vou pagar pra ver.

Ele logo chegou com a pizza em mãos e alguns guardanapos de papel na outra.

- Sei que a boa educação manda que eu chegue em casa e coma civilizadamente. – falou me entregando tudo e ligando já o carro – Mas faz um favor pra mim? – apenas assenti – Tira um pedaço com esses guardanapos ai pra mim. Sinto meu estomago colando nas costas.

- Que exagero! – falei rindo e fiz o que ele pediu – Tá, agora você não vai poder segurar.

- Encosta aqui que eu mordo.

Que linda a cena.  Eu dando pizza na boquinha do Aguiar. Isso renderia eternas resenhas.

- Não vale contar isso pra ninguém. – ele sorria assim que paramos em um sinal – Me dar, deixa eu segurar aqui.

- Deixa, vai sujar sua mão e consequentemente o volante do carro. – falei ainda dando na boca – Nada agradável seu carrinho engordurado de queijo.

Ele sorriu com o meu projeto de careta e eu dei uma mordida na pizza dele.

- Tá boa! – eu falei e ele me encarava sorrindo até uma buzina do carro de trás lembrar que o sinal já estava aberto.

Chegamos em casa sem falar mais nada. Silêncio chato. Ele falou logo que queria minha companhia pra ir comer lá no fundo, na área da piscina. Apenas falei que iria pegar mais guardanapos e algo bebível. Ele foi indo com a pizza pelo corredor da lateral do quintal e eu fui por dentro de casa.

- Cheguei. – falei assim que me aproximei com duas latas de coca e um rolo daquelas toalhas de papel – Foi o mais parecido com guardanapos que achei.

- Tá ótimo! – ele sorriu – Achei que tivesse ido dormir e me abandonado.

- Nem demorei, olha o exagero. – falei pegando um pedaço de pizza e entregando a ele e outro pra mim.

- Tô me acostumando a passar o tempo com você. – ele encostou a cadeira dele na minha – Conseguiu desencalhar na festa? – ele sorria.

- Não. – eu também sorrir – A pessoa que prometeu me ajudar sumiu durante toda a festa. Sobrei!

- A pessoa que te prometeu ainda está aqui, e pode te ajudar. – ele colocava uma mexa do meu cabelo atrás da minha orelha, e sorrindo continuou – Dessa forma, vocês dois desencalham.

- Ideia tentadora, mas eu preciso pensar... – fiz charme fingindo está pensando, mas ao morder meu lábio inferior sentir um puxão pela nuca.

Ele selou nossos lábios com fúria. Mas ao dar espaço pra um beijo de verdade ele foi relaxando a mão que me segurava e aquilo se tornou um carinho gostoso. Os lábios dele eram macios e se encaixaram perfeitamente com os meus. Aos poucos fomos separando com selinhos, e ele segurando nas laterais do meu rosto.

- Demorou demais pensando. A pessoa é impaciente – arrancou-me risadas com isso.

- Seu bobo! – passei minha mão pelo rosto dele – Me faz escutar desaforo de amiga assanhada. Depois me abandona na festa. Dou comida na boca, e ainda reclama que eu demoro pra pensar?

- Mas valeu a pena esperar. – ele me puxou pra uma das espreguiçadeiras e se sentou me aproximando mais dele – Desde ontem eu tô esperando isso.

Beijamos novamente. Meu grau de felicidade estava a mil. Nunca foi tão bom ficar com alguém. Tinha até medo desses sentimentos me rondando. Eram borboletas na barriga, frio na espinha, sorrisos idiotas surgindo.

Ficamos naquele namorico gostoso até as 5h30 da manhã, quando o sol começava a nascer. Agora eu entendi Mel ter ficado aqui. Por falar em Mel, rezo pra que elas não tenham acendido a luz do quarto quando chegaram. Isso me renderia um interrogatório amanhã, ou melhor, daqui a pouco.

Entramos, nos despedimos com mais um beijo na porta do meu quarto, e cada um seguiu pra sua cama pra dormir.

Por Nana F.