Diário de Férias - Capitulo 12 - parte 4

- Pov Lua – Diário -

Que susto!

Era Arthur que me segurava pelo braço e eu quase tive um treco. Pra começar eu não entendia o que ele fazia ali. Depois de todo aquele “bom humor” de ontem, toda aquela seriedade, achei que eu seria a ultima pessoa que ele queria ver. Apesar de que ainda desconfio que boa parte daquela revolta vinha dos benditos telefonemas.

Mas isso não justifica o seu companheiro de farra da noite anterior, não olhar na sua cara nem pra dizer um “oi”.

Tudo muito estranho!

Pensei em logo de cara perguntar o que havia acontecido, pra ele me tratar daquela forma ontem, mas ele estava tão fofo e brincalhão que eu desistir. Tocar nesse assunto agora talvez fosse o suficiente pra estragar um dia que mal começou.

Quando ele disse que queria passar o dia inteiro comigo, e que já estava me aguardando a mais de três horas na porta do hotel fiquei boba. O que leva uma pessoa a aguardar tanto por outra? Peso na consciência? Talvez. Talvez também daqui para o fim do dia ele falasse o motivo de ter ficado tão estranho ontem.

Piadas eram soltas a toda hora. Eu estava até aprendendo algumas. Mas também ainda conseguia ficar sem graça com algumas reações dele. O papo rolava na maior tranquilidade. Eram diversos assuntos, porem percebi que ele evitava falar de família, isso era bom por um lado. Eu não queria falar muito sobre meu passado. Não minha família, mas meus amigos, ou não tão amigos assim.

O papo ficou bom ao começarmos a falar sobre os passeios. Ele queria saber o que eu já havia conhecido, de onde gostei, quais coisas ainda queria fazer. Enfim, foi quase um interrogatório. E eu claro, engoli a pílula falante e desembestei a conversar. Me empolgava mesmo. Eu realmente achei muita coisa linda, e tinha muitos planos ainda.

Mas o que me deixou meio boba, é que ele realmente prestava atenção em tudo que eu falava, e se empolgava a comentar alguns detalhes. Algo me dizia que esse Arthur, mesmo tão requisitado, mesmo pegador, mesmo cheio de amigos, escondia um Arthur carente. Que talvez nem ele mesmo sabia da existência.

O papo ficou estranho quando eu não o deixei pagar a conta do café. Sério, o garoto ficou estranho. Primeiro pareceu irritado e depois mudo.

Como ficar naquele clima não daria certo, eu tratei logo de puxar conversa.

Por Nana F.