Diário de Férias - Capitulo 4 - parte 4

- Pov Cupido -

Fala sério que vocês estavam loucos para que eu voltasse. Eu sei, não precisa me contar. Eu escuto tudo.

Logo ao chegar à faculdade, Arthur arrancou olhares confusos de boa parte. Ele era sempre o cara que chegava atrasado pela balada da noite anterior, e ia embora cedo pra se arrumar pra próxima farra. O que levou a olhares confusos ao vê-lo esperando Chay terminar de conversar com Sophia no telefone no fim de todas as aulas.

- E ai, ela vai com a Soph?

- Arthur, cara, a garota é realmente gente boa, deixa ela em paz, deixa passar, por favor! – Chay falava atrapalhando os meus planos.

- Cara, eu não sou um monstro. Falando dessa forma pareço o pior cara do mundo. – Arthur se irritou.

- Digamos que você acaba machucando o sentimento das pessoas. Sophia sabe disso, e está preocupada.

- Ela só conhece a garota há um dia e se preocupa mais com ela do que comigo. – Arthur fingia está ofendido – Isso é que é amigo. Pode deixar que não vou fazer nada. Só não quero ser vela de vocês dois sozinho, nem ir pra casa cedo.

Arthur falou, Chay concordou, e seguiram para a estação de metrô que encontrariam Sophia. Assim que avistaram as garotas, Chay logo abriu um sorriso apaixonado, o que fez Arthur olhar na direção que ele encarava.

- Ela é bem gata.

- Respeita minha namorada cara. – Chay deu uma cotovelada em Arthur.

- Eu to falando da amiga, imbecil.

Seguiram felizes e contentes para o local planejado e até que o papo fluía bem. O clima ficou estranho apenas quando duas ligações do pai de Arthur foram recusadas pelo mesmo. Mas Chay logo percebendo a feição do primo, tratava de mudar de assunto e desviar a conversa. Até que o celular de Lua resolve quebrar o clima dessa vez.

- Desculpa, é da minha casa. Se eu não atender podem ficar preocupados. – ela falou se levantando – Com licença.

Se afastou atendendo o celular mais a frente com um sorriso encantador nos lábios.

- Ela é gostosa! – Arthur falou a seguindo com o olhar.

- Arthur, ela não é apenas um pedaço de carne e tem outras qualidades. – Sophia o recriminou.

- Fico doido pra conhecer todas as qualidades possíveis. – o sorriso de lado brotou em seu rosto.

- Ela não merece ser mais uma na sua cama Arthur. - Sophia continuava o recriminando.

- Soph! Ela pode escolher o local, cama, sofá, cozinha, banheiro...

- Cala a boca, Aguiar! – Chay se exaltou.

- Idiota! É por isso que vive sem ninguém. Precisa catar qualquer uma a cada noite. – Sophia falou irritada.

- Foi mal Soph. – ele riu sem graça agora – Mas falando sério. Ela veio pra Paris sozinha passar as férias?

- Só volta pra casa no fim do mês. Veio sozinha, na cara e na coragem. – Sophia falava orgulhosa, ela gostou da atitude de Lua, achava a garota frágil, mas corajosa, de personalidade forte.

- E depois sou eu que sou sozinho e estranho. Isso me parece decepção amorosa. – Arthur falava coçando o queixo – Mas eu vou descobrir.

- Não ouse Arthur. Eu faço sua caveira pra ela. – Sophia respondeu e se assustou vendo que a garota se aproximou da mesa, porém Lua não escutou nada, apenas percebeu que havia algo estranho.

Após pagar a conta utilizando o cartão de credito sem limites de Arthur dessa vez, seguiram para o hotel, onde Arthur tratou de se despedir da forma mais cafajeste possível, com cara de maníaco e sorriso safado.

- Obrigada pelo jantar. – pela primeira vez na noite a garota se dirigia a ele, e apenas ele.

- Por nada, que esse seja apenas o primeiro. – ele a encarava intimidando-a – Bonne nuit garota do Brasil.

Bingo! Arthur fez o certo. Mostrou que o brasileiro pode sim falar um bom francês com o charme necessário de fazer uma garota corar.

Após chegar em casa, Arthur finalmente resolveu atender o telefone.

“Pai, eu acabei de chegar em casa.” Ele respondia inquieto.

“Você agora controla tudo que gasto e onde gasto, vai rastrear meu cartão?”

“Tá, então eu tenho um vigia atrás de mim, ele sabe até com quem eu estava?”

“Pai, era a namorada do Chay, a Sophia e uma amiga dela do Brasil que eu nunca tinha visto. Paguei o jantar por educação, foi você quem me ensinou a ser assim.”

“Não, não estava fazendo farra. Sair da faculdade e fui jantar, apenas isso.”

“Então agora vai ser assim, cada passo que dou um segurança vai vir atrás?”

“É claro que eu me irrito. Você me manda pra outro país pra se livrar de mim, e agora que eu estou vivendo em paz você quer controlar meus passos?”

“Você me deu um mês pra que mudasse não foi? Deixa eu mostrar que eu posso, sem ter ninguém me controlando?”

“Ok, senhor Aguiar, espero não ter babá amanhã atrás de mim. Tchau.”

É, senhor Aguiar iria colaborar comigo. Mantendo Arthur fora das farras facilitaria meu trabalho.

Agora é hora de dormir. Amanhã aquela loirinha pula da cama cedo.

Por Nana F.