O Presente Perfeito - Capitulo 2

Capitulo 2

08.06.13

Passando-se três dias das tentativas furadas de formar um plano para presentear o meu menino junto a Mel já não sabia mais o que fazer. Nunca pensei que fazer surpresa fosse tão complicado e nem sei como o Arthur consegue. Falando no meu menino, ouço o toque do meu celular que indica a ligação dele. “When I look at you...”

- Meu menino! ‘Tou morrendo de saudades...

- Hey minha menina! Eu também estou morto de saudades, isso aqui tá tão chato sem você. – Ele falou todo dengoso, me fazendo ficar toda boba.

- Ain amor, nem me fala, é muito ruim ter que aguentar um dia estressante e de noite ainda ter que dormir sozinha. Tudo é muito sem graça sem você aqui. Quando é que você volta? – Perguntei já com os olhos cheios de água e o coração apertado de saudade.

- Ah meu amor, do jeito que tá os projetos, eu voltarei somente na segunda.

- Tudo isso? Arthur é muito tempo aqui sem você, meu amor. Volta logo volta. – E assim eu começo a chorar.

- Meu amor, você sabe que não é porque eu quero e sim a empresa que decidiu prolongar a data e olha só a diferença é de somente um dia, antes eu voltaria no domingo, agora na segunda, um diazinho dá pra aguentar não? E... minha menina, você tá chorando?

- Nã... Não, eu não tou chorando. Mas que droga Arthur porque tem que demorar tanto hein? Tá tão bom aí que você quer ficar pra aproveitar melhor é isso? – De repente me veio uma raiva. Poxa vida, o que eu fiz pra ter que aguentar tudo isso, me fala.

- Hey Lu! Calma meu amor. Eu não entendo o porquê dessa raiva, eu já disse que não é culpa minha e olha só, logo, logo eu estarei aí e...

- E MAIS NADA ARTHUR AGUIAR. VOCÊ NÃO QUER TANTO FICAR AÍ? POIS FIQUE E FAÇA BOM PROVEITO. – Nisso eu desliguei o celular e o taquei bem forte na parede mais próxima, vendo o mesmo se despedaçar, indo bateria para um lado, chip para o outro... Enquanto eu me desmanchava em lágrimas e me agarrava ao travesseiro que estava em minha cama e olha só? Não é que eu agarrei logo o travesseiro dele? Mesmo com raiva, abracei aquele travesseiro como se fosse ele ali, continuando a chorar e soluçar bastante, até que o cansaço do choro foi me vencendo e eu acabei pegando no sono.
Acordo então no breu em que se encontra o meu quarto e com a bendita campainha tocando. Tento me levantar da cama quando minha cabeça pesa e volto a deitar novamente, mas a bendita campainha continua tocando e minha cabeça não aguenta mais o barulho. Esforçando-me ao máximo, consigo me levantar e desço pra atender a pessoa desesperada que se encontra do outro lado da porta e que ao abri-la descubro ser a Mel. Com todo o meu mais bom humor do mundo falo:

- Quem foi que morreu pra você tentar dar um fim a minha campainha?

- Nossa hein? Quanta gentileza a sua. – Ela fala soando totalmente irônica.

- Anda logo Mel, desembucha, o que você quer que eu não estou com paciência pra muita coisa não.

- Ah então é assim que você trata a pessoa que veio aqui na maior gentileza do mundo, querendo falar com a melhor amiga pra falar que teve uma ideia que pode ajudá-la a fazer uma surpresa para o namorado, e é recebia assim com uma cara emburrada e mil e uma patadas? – Mel e o seu drama nada raro.

- Eu por acaso pedi pra você vir aqui? Por acaso você não podia me ligar ou tentar falar comigo amanhã?

- Você não pediu, mas como sua amiga eu quis vir pra tentar te ajudar mais rápido e sim eu tentei falar com você pelo celular, mas só dava na caixa postal ou dizia que estava desligado e também vim por preocupação já que nem a porcaria do seu celular você estava atendendo e eu não te vi direito hoje. Mas não se preocupe se a idiota aqui que só veio com intenção de ajudar estiver vindo em mal hora, eu faço a questão de já ir embora. – Quando a Mel deu meia volta e se dirigiu a porta, eu vi que eu peguei bem pesado com ela, enquanto ela só queria me ajudar e ainda estava preocupada eu dei patadas desnecessárias.
- Mel... Mel espera. – Consegui pegar ela pelo braço e fazê-la parar. – Tá, desculpa amiga, eu reconheço que peguei muito pesado com você, mas é que hoje meu dia não foi nada bom, e pra completar o Arthur me ligou e disse que só volta na segunda, a gente brigou, e eu tou super mal, e não quero acabar meu dia brigando com você também. Desculpa vai, por favor. – Falei tentando fazer a minha melhor carinha de gatinho do Shrek pra vê se amolecia o coração da fera.

- Tá... Tá Lu, eu te desculpo. Você fazendo essa carinha de gatinho do Shrek não tem como não desculpar. Vem cá vem. – Ela me chamou para um abraço e eu aceitei, estou mesmo precisando do colo da minha amiga. – Me explica melhor isso. Você brigou com o Thur?

- Foi... Ele ligou mais cedo ai quando a gente começou a falar sobre a volta dele que ele falou que tinha que ficar mais um dia, a gente começou a brigar, ou eu que comecei a brigar com ele... Enfim, acabou que rolou briga, eu fiquei com raiva, desliguei a ligação na cara dele e pra aproveitar joguei meu celular na parede e com certeza precisarei de um novo.

- Você jogou o celular na parede com raiva? – Ela falou e eu assenti. – E vocês brigaram somente porque o dia dele voltar mudou? Mudou quanto tempo?

- Ele ia voltar no domingo, agora irá voltar na segunda.

- E por que essa mudança de datas?

- Segundo ele por causa dos projetos do trabalho.

- Lua... Percebendo bem você está com cara de choro. Não me diga que você...

- Sim, eu chorei, gritei com ele, disse que ele só iria demorar pra voltar porque ele queria. Mas... Mas agora eu tou super arrependida, eu acho que peguei pesado com ele e... Mel eu quero meu namorado de volta. – Falei e comecei a chorar.

- Hey! Amiga, pra que esse choro todo? Não é a primeira vez que vocês brigam. E vamos e convenhamos que a causa nem foi séria. E eu sinceramente não entendo o porquê de você estar chorando. Ele falou algo de muito sério?

- Não... Na verdade pelo o que percebi ele ficou todo confuso, porque na mesma hora que eu comecei a chorar por que ele não vinha mais na data combinada, eu fiquei com raiva e acabei gritando com ele sem deixar ele pelo menos falar alguma coisa direito. – E as lágrimas só desciam.

- Lu, sinceramente você não é disso, o que tá acontecendo hein? Você está me assustando, porque você está chorando como se o mundo fosse se acabar e olha que se foi do jeito que você está contando, nem foi uma briga, até porque quem somente falou foi a senhorita né?

- Ah... Eu não sei Mel. Só sei que deu vontade de chorar, chorei, de gritar e gritei, e agora eu tou arrependida de ter brigado com meu menino. O que eu faço Mel? Será que ele está com raiva de mim? Será que ele tá magoado? Será que eu fiz a gente acabar com nosso namoro? Não isso não, eu não ia aguentar e...

- LUA! Para de falar mulher, parece uma matraca e não, você não acabou com o seu namoro, até porque o Arthur te ama demais pra terminar por causa de uma bobagem dessa e o máximo que pode ocorrer é ele tá chateado, mas nada que uma surpresa do dia dos namorados pra alegrar não?

- A surpresa... Hey você não disse que veio aqui pra falar algo da surpresa?  O que é? – Perguntei toda curiosa. Mudanças de humor visíveis aqui, coisa mais estranha.
- Ah! É... Pois é, eu vim aqui falar com você sobre isso, mas eu não tive chance né?
- Ok, ok! Mas agora você pode falar?

- Posso, claro que posso. Bom eu pensei que já que você quer surpreender, poderia alugar um iate para a noite do dia onze e dar um jeito de levar o Arthur pra lá, chegando lá o tal iate já vai estar todo arrumado e organizado com uma mesa de jantar, um espaço e um clima romântico do jeito que você decidir fazer e então vocês passam a madrugada do dia dos namorados comemorando em grande estilo e puro romance velejando por aí. E aí o que acha?

- Bom amiga, eu adorei a ideia e com certeza é bem diferente do que eu já puder planejar e até das surpresas que o Thur já me aprontou, mas... Isso vai custar quanto?

- Ah Lu, isso é o de menos, qualquer coisa eu te ajudo e outra se você quer mesmo surpreender tem que meter a mão no bolso, até porque é para o Arthur e isso vale à pena não vale?

- Lógico que vale Mel. Principalmente depois de hoje que eu fiz aquilo tudo e ainda por meio de uma ligação. – falei cabisbaixa.

- A não Lu, levanta essa cabeça, desmancha essa cara de choro e vamos colocar o plano em prática que se você não esqueceu o tempo corre e faltam menos de cinco dias para o dia dos namorados.

- É... Você tem razão. Ah Mel o que seria de mim sem você hein? ‘Cê sabe que eu te amo né?

- Ah eu sei sim.

- Nada convencida você né? – falei rindo.

- Eu também te amo sua chata. Agora levanta essa sua bunda daí e vamos comer porque pensar muito dá fome e logo hoje que eu mal comi com a correria da faculdade e do trabalho.

- Ótima ideia! Também preciso comer e agora que você lembrou a fome tá apertando meu estômago, vem.

Saí puxando minha amiga para cozinha e lá preparamos um lanche e depois fomos pra sala de TV assistir filmes até dar uma dor e ir dormir. Era sábado mesmo e amanhã é domingo eu posso acordar tarde. Os planos da surpresa eu resolvo amanhã depois de acordar, até porque com o dia cansativo e tenso que eu tive, o melhor seria descansar primeiro.

Autora: Camila Tamires.