O Presente Perfeito - Capitulo 3

Capitulo 3

10.06.13

Hoje, santa segunda-feira é o dia que o meu menino volta de viagem. Nesse final de semana consegui com ajuda da Mel organizar boa parte das coisas da surpresa, escolhemos o destino do passeio, o jantar e até o presente que eu darei a ele no final do mesmo, o tal relógio que ele tanto queria, mas com as nossas iniciais gravadas nele. Faltando somente comprar o relógio em si, acertar de vez o aluguel do iate (já que não se dá pra resolver tudo num domingo, onde todo mundo tira pra descansar né?) e o principal, me acertar com meu menino.

Tentando resolver tudo, acabou que não falei com ele no domingo e ainda nem tinha comprado meu celular novo já que o outro foi perda total. Resultado: Uma Lua com abstinência e lotada de saudades de um Arthur que pode tá morrendo de raiva ou supermagoado ou pior, os dois juntos. Mas como eu não posso ficar parada e nem sem celular, aqui estou eu sozinha no shopping, já que tive tempo livre na faculdade, aproveitando pra comprar meu novo aparelho e pensando melhor, comprando também a roupa para surpresa. Qual é? Eu não posso fazer feio né? Um gato daquele que é o meu namorado e eu toda mal vestida não cola.

Andando e passeando pelas vitrines acabo que dou de cara com um carrinho de churros, só de sentir o cheiro minha boca começou a encher d’água e a vontade comer os churros era muito, muito grande, só de olhar aquela massa douradinha, com aquele recheio de doce de leite bem gordo ali dentro imaginei-me devorando um. Pra combinar a fome com a vontade de comer não fiz mais do que ir ao carrinho e pedir cinco churros de uma só vez, todos de doce de leite. O moço dos churros até perguntou se era essa mesmo a quantidade que eu levaria, sem mais delongas e somente a vontade de comer o doce eu logo assenti e pedi apressadamente que ele preparasse logo e caprichasse. Não demorou muito e eu estava com aquelas delícias na mão e na boca. Hum, tava uma delícia mesmo. Em menos de dez minutos devorei todos eles e ainda fiquei tentada a querer mais, como a vontade era muito grande fui lá e pedi mais dois. Aconteceu, no entanto que consegui comer um e metade do outro, não terminei, pois comecei a sentir meu estômago revirar e a vontade de vomitar me subir pelo esôfago. No desespero da situação o que fiz foi exatamente correr para o sanitário mais próximo e me debruçar sobre o vaso e colocar pra fora tantos os churros como o meu café da manhã.

Minha sorte era que o banheiro além de ter toda aquela higiene, também estava vazio. Não seria nada legal uma pessoa provocando num banheiro no meio de tantas outras desconhecidas. Ao terminar tudo aquilo, saí, lavei minha boca e escovei meus dentes. Sim, eu sou uma pessoa preparada e ando com escova de dente e creme dental na minha bolsa, nunca se sabe quando irei precisar certo?  A situação estava tão tensa que pra completar me senti fraca e sem forças, o jeito então foi ligar pra minha precisão de todas as horas e momentos: Mel.

- Alô? Mel? Amiga onde você está?

- Oi Lu. Amiga eu estou saindo da faculdade. Por quê? A que devo a honra da sua ligação?  - perguntou ela toda risonha.

- Mel, aconteceu que eu estou no shopping, especificamente no sanitário, passando mal e sozinha. Amiga por favor, vem me buscar que eu acho, ou melhor, tenho certeza que não vou conseguir sair daqui sozinha.- Falei meio chorosa.
- Calma Lu, espera só um pouco que eu já, já chego aí. Dá pra você aguentar dez minutinhos?

- Acho que sim Mel, mas vem logo.

- Ok! Faz o seguinte, fica no sanitário, me espera que eu te busco aí e te levo pra casa tá bom? Eu estou de carro e fica mais rápido. Espera que eu tou chegando. – A pressa e preocupação da Mel foi tão grande que ela nem se despediu e nem deixou eu falar nada. Mas pra falar a verdade, nem eu tava conseguindo falar direito.

Esperei minha amiga e logo a vi adentrando no local em que eu me encontrava e em pouco tempo estava me tirando de lá e levando ao seu carro. Seguimos então para minha casa e ela me ajudou a entrar e me acomodar bem. Trazendo em seguida um chá que segundo ela ia fazer passar o meu mal estar. Tomei o líquido, confesso que não era muito bom, mas se eu não tomasse por bem minha amiga faria tomar por mal e eu sei que não estava em condições de reclamar.

- Agora me fala. Como foi isso? Você estava no shopping e de repente passou mal sem mais nem menos?

- Não, na verdade eu estava no shopping quando vi um carrinho de churros, aí fiquei com uma vontade de enorme de comer e então pedi cinco churros, depois mais dois, sendo que não consegui como os dois últimos todo e quando vi já estava debruçada no vaso sanitário colocando tudo pra fora, até mesmo meu café da manhã.

- Você comeu tudo isso de churros Lua? Mas como assim? Desde quando você é gulosa desse jeito?

- Ah! Mel quando eu vi aquele carrinho, a minha boca ficou cheia d’água e eu fiquei com o desejo de comer aquilo e a única solução que eu vi foi ir lá e comprar o doce.

- Mas nessa quantidade toda Lua? Você está parecendo até que está... – de repente ela parou de falar e me olhou com os olhos arregalados.

- Que foi Mel? Eu posso parecer que estou com o que?

- Lu... Amiga... Você não notou que ultimamente você anda muito diferente?

- Como assim diferente Mel? E o que isso tem a ver com o que eu sei lá estou?

- Amiga, pensa bem. Naquele dia que você me chamou pra começar os planos da surpresa, se lembra que quando fomos lanchar você não quis suco de uva que é logo o seu preferido alegando que estava com um cheiro ruim e que ele estava embrulhando seu estômago? – Eu mesmo confusa assenti. – Outra coisa, lembra que quando você brigou com o Thur pelo telefone você disse que de repente começou a chorar e depois teve um ataque repentino de raiva? E agora você fala que teve um desejo de comer os churros e olha bem o que aconteceu, você teve o desejo de comer muitos churros. E juntando os pontos isso não é nada normal, somente se você estiver... – De repente eu olho pra Mel assustada.

- Grávida?

11.06.13

Ok. Minha situação está bem confusa e hoje a noite é que acontecerá a surpresa pro meu menino. Bom, falando em Arthur posso dizer que ele tinha chegado ontem, à noite por acaso, e apesar da situação ter sido tensa no começo, desenrolou bem no final das contas.

Flashback ON.

Exatamente às 22:00, eu estava na sala à espera do meu namorado e muita tensa, mas com uma enorme saudade pra matar já que fazia um pouco mais de uma semana que não nos víamos e ainda tínhamos pingos nos “i” para acertar principalmente por causa daquela briga, mais da minha parte que da dele, que aconteceu e por causa de outros acontecimentos ficamos sem nos falar depois disso.

Olhando no relógio novamente vejo que o mesmo marca 22:10, quando ouço um barulho de chave na porta e olho diretamente para mesma e vejo ela se abrir e passar um rapaz que apesar de muito lindo, estava com uma aparência cansada e... Triste?

- Oi. – Ele fala com a voz cansada, mas ainda roucamente sexy me fazendo parar de observá-lo como um todo e prestar atenção aos seus olhos.

- Oi? – Falei meio indecisa e com medo.

Nisso, ficamos nos encarando até que a saudade falou mais alto, me fazendo levantar do sofá e ir apressadamente abraçá-lo que para o meu alívio correspondeu prontamente.

- Eu tava morrendo de saudade de você.

- Eu também estava morrendo de saudade de você... Como estava! – falei agarrada ao seu pescoço com meu rosto afundado no mesmo e sentindo aquele cheiro delicioso que só ele tem.

- Você está com raiva de mim? – perguntou com aquele jeitinho dengoso que só ele tem, me fazendo dar um sorriso antes de me afastar para poder olhar nos seus olhos.

- Eu que deveria fazer essa pergunta não? Já que fui eu que gritei com você, fui eu que briguei e provavelmente magoei você. – A hora que o arrependimento bate e eu fui baixando meus olhos.

- Hey! Eu juro que não entendi muito bem o porquê de você ter gritado comigo, fiquei chateado sim, mas fiquei mais ainda morrendo de medo de ter feito algo muito errado e sei lá, você não querer mais nada comigo. – Eu vi o medo estampado em seus olhos e pude perceber que esse medo, apesar de bobo e sem cabimento não era só eu que o sentia. Mas fiquei mal por ele pensar isso, quando na verdade a última coisa que eu quero é me separar dele.
- Não, claro que não meu menino, eu nunca que iria querer dar um fim a isso que a gente construiu durante todo esse tempo e principalmente por uma briga que se torna boba na frente do nosso amor. Quem estava com medo era eu que pisei feio na bola com você sem razão e...

Fui interrompida pelos lábios macios e quentes que se comprimiam contra o meu, pedindo passagem pra sua língua adentrar a minha boca e se encontrar com a minha e nisso dar início a um beijo cheio de saudade, de carinho e com certeza de muito amor. O beijo então foi ganhando intensidade e fazendo crescer um desejo enorme da parte de ambos. Quando puder recobrar meus sentidos, percebi estar sendo inclinada pra deitar no sofá com ele por cima de mim. O ar, inimigo número um dos melhores beijos, estava se esvaindo fazendo nossas bocas se separarem e automaticamente a dele foi parar em meu pescoço enquanto a minha era o portal de saída de palavras desconexas naquele momento.

O desejo estava ali presente, mas não estampado somente nos olhos ou nas palavras, mas sim no corpo como um todo. O meu clamava pelo o dele e o dele pelo o meu. O clima se tornou então quente e abafado, nos mostrando que roupas eram desnecessárias naquele momento e tornando as mãos ágeis à procura de zíperes e botões para libertar os corpos tão necessitados um do outro. Com as roupas já espalhadas pela sala, nos restaram beijos ardentes, toques e carícias íntimas e prazerosas demais, mas nada que se comparasse a junção dos corpos, dos suores, das carnes, do desejo, do prazer e do amor existente ali, naquele local em que nos tornamos um só e nos amamos mais uma vez. Foi tudo maravilhoso, como todas as outras vezes que nos pertencemos intimamente um ao outro.

Flashback OFF.

Pois é, foram sem tantas palavras e com muito amor que a nossa reconciliação foi feita. De tão cansados e saciados que estávamos, ficamos por ali mesmo e adormecemos. Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas voltando aos planos da surpresa posso dizer que eu e a Mel conseguimos deixar tudo em ponto de bala. Logo pela manhã, acordei rodeada pelos braços do meu amor e com muitos e muitos beijos. Em seguida ele disse que precisaria sair para resolver um assunto que ficou pendente.

Não perguntei muito e sim achei bom porque não teria que inventar desculpas para eu poder dá os últimos ajustes, coisinhas básicas, na surpresa de mais tarde. Assim passei o dia no salão e comprando a roupa ideal para logo mais tarde. Sim, eu não tinha comprado naquele dia por alguns motivos óbvios, mas hoje com a ajuda da Mel fui concluindo esses pontos com sucesso e um deles foi o presente que darei ao meu amor depois do jantar. Se é o relógio? Bom quem sabe certo?

Autora: Camila Tamires.