Diário de Férias - Capitulo 23 - parte 2

- Pov Cupido -

Ok, que aquela proposta de Arthur fez Lua arregalar os olhos e engolir seco.

- O que você quer saber? – ela perguntou com uma voz um tanto quanto baixa.

- Ei! – ele virou o rosto dela encarando-a – Se não quiser falar não precisa. Não precisa se sentir obrigada a fazer isso.

- Não. Tudo bem. – ela deu de ombros – Acho que pode ser bom falar com mais alguém. Fiquei melhor quando conversei com Sophia, quem sabe não fique ainda melhor em falar com você também?!

- Sou sempre o ultimo a saber. – Arthur se fazia de ofendido.

- Ei! Eu também fui a ultima. – ela falou como se estivesse brava.

- Tá, mas não foge não. – Arthur puxou a garota para seu colo no sofá – Pra começar, você poderia me contar quem é aquele mala que a gente encontrou na boate.

- Nem rola. Tenho que começar minha triste história do começo.

- Então começa! – Arthur beijava o pescoço dela – Estou curioso.

- Bem... Sempre fui uma criança meio retraída sabe? Me sentia o ET no meio de todo mundo. – Lua falou sorrindo de leve – Nasci no Rio, mas meus pais foram logo para o Sul, onde morei até meus 18.

- E por que você era tão estranha assim? Fez uma cirurgia plástica e se transformou? Porque você é linda e garanto que não deveria ser muito diferente há alguns anos atrás.

- Nem era por isso. Sempre tive problemas com amigos. – ela ficou séria e começou, ele apenas segurava uma das mãos dela – Sabe quando você é inocente ao extremo, acha que todos te adoram, mas no fundo são todos interesseiros? – Arthur assentiu – Eu era assim. Meus pais sempre tiveram uma condição financeira elevada, e isso chamava a atenção. Todos me faziam a popular apenas pra tirar algum aproveito disso, mas eu não gostava, queria ser normal.

Arthur escutava apenas.

- Com quinze anos arrumei meu primeiro namoradinho. Fiquei toda feliz por isso. sentindo que estava amando e sendo amada. Coisa de adolescente. Triste engano, o infeliz só queria mostrar que conseguia pegar a riquinha da escola. Sofri tanto com isso. Logo quando terminei ele disse que fez e aconteceu e cara, eu só tinha quinze anos. – Lua fez uma pausa breve e continuou – Com dezessete, me encantei com o filho de um amigo do meu pai. Era o orgulho da família. Se eu tivesse facilitado meus pais tinham programado até um casamento. Mas oito meses depois descobrir que o interesse dele era na parte financeira também. E da pior forma, era incentivado pelo pai. Nem ele mesmo queria namorar comigo, era apenas jogo de interesses. Me senti um lixo.

- Nossa, você é quase um imã pra gente interesseira hein? – Arthur falou e não poderia perder a piada – Mas o que me atraiu, eu juro que não foi a conta bancaria, tem atributos bem melhores que isso.

- Sem brincadeira Arthur! – Lua riu da cara de tarado do garoto – Com dezoito era hora de ir pra faculdade e eu não pensei duas vezes, eu iria embora daquela cidade. Fui morar no Rio, evitava falar muito sobre minha vida, conversava apenas o essencial sobre o passado, e até que demoraram pra alguém descobrir algo sobre isso. E foi assim que finalmente me apaixonei por alguém que não se interessava pelo meu saldo bancário. Ele era estudante de turismo, comecei a amar viagens por isso...

- Eu faço direito, será que você não poderia começar a amar algo relacionado a isso não?

- Seu bobo, eu também faço direito.

- Faz direito é? – Arthur, mas uma vez utilizava o duplo sentido da palavra e beijava a garota – Eu ainda não posso dizer se é tão direito assim.

- Seu bobo, deixa eu terminar. – Lua reclamava sorrindo – Bom, o namoro ia bem, era o que eu achava, porém ele se formou e foi morar na Itália. Isso faz seis meses, foi pouco depois de programarmos essa viagem aqui.

- Você viria pra Paris com seu ex-namorado? – Arthur falava sério dessa vez.

- Isso. Mas dai que eu descobri que ele foi embora com uma amiga minha, ou melhor, ex-amiga. Nunca me senti tão traída em minha vida. Um amor que me iludiu e uma amiga que nunca existiu. – Lua falava incrédula – Eram os dois da boate.

- Aquele cara que te perturbou, é seu ex?

- Isso.

- Você... Você ainda gosta... Ainda sente algo por ele? – Arthur rodou engasgando com a pergunta. Tinha receio da possível resposta.

Por Nana F.