quinta-feira, 27 de junho de 2013

Somos tão Jovens - Capitulo 2


Capitulo 2

‘Lua?’ – ele perguntou apenas para ter certeza de que não se tratava de apenas mais uma miragem de sua mente.
‘Arthur...’ – prensou os lábios deixando uma linha fina desenhada em seu rosto, parecia uma menina insegura quando o amor de sua vida fala com ela pela primeira vez, o que não deixa de ser verdade.
‘Lua, nossa é você?’ – sorriu terno e passou a caminhar em direção a ela. Lua deu um sorriso nervoso ao notar sua aproximação. Pôs uma mecha teimosa que insistia em cair sobre seu rosto presa detrás da orelha. Arthur a abraçou, forte, com uma saudade acumulada de anos e anos. Anos sem qualquer contato, anos sem abraça-la, sem sentir o calo dela junto ao seu. Ele sentia falta, ela sentia, eles se amam, mas são orgulhos demais para assumir. Arthur inalou o perfume de Lua deixando o seu nariz passar de leve pelo pescoço da mesma, a causando leve arrepios se comparados às borboletas que dançavam em sua barriga, parecia uma festa, uma festa que a estava deixando extasiada.
‘Sou eu’ – foi a única coisa que disse, a única coisa que seu cérebro foi capaz de processar com o cheiro dele invadindo, com aquelas mãos fortes espalmadas em suas costas a deixando próxima ao calor que ela tentou evitar por tantos anos. Deitou a cabeça no ombro, buscando mais aconchego naquele abraço. Quem passasse por ali diria sem a menor sombra de duvidas que eram um casal de namorados, mas não eram e talvez nunca pudessem ser novamente.
Arthur separou-se um pouco para melhor olhar para Lua, quando seus olhos se encontraram foi como se uma bomba tivesse sido jogada no estomago de ambos, uma bomba da alegria, daquelas que infestam o seu corpo inteiro, sorriram um para o outro, mas toda a magia se quebrou. Lua observou a mão esquerda de Arthur quando esta se aproximou para tocar seu rosto.
‘Está casado.’ – afirmou rompendo de uma forma bruta a magia que se instalara ali.
‘Estou.’ – respondeu mesmo sabendo que ela não havia perguntado. Passou as mãos nervosamente pelo cabelo, respirando pesadamente. Quando que ele imaginaria que Lua poderia voltar? Que quando a visse novamente sentiria todas aquelas emoções bobas? Que ainda a amava? É como dizem o sentimento não morre, cansa, quando ele reaparece não há quem seja capaz de detê-lo.
‘Arthur, eu bom, eu já preciso ir.’ – mentiu. Mas mentiu para se salvar, ficar ali agora só machucaria ainda mais o seu pobre coração.
‘Não. Por favor, fique.’ – tocou seu braço. Lua mordeu o lábio, apreensiva. Ela não queria ir, mas também não queria ficar, não queria saber como a vida dele estava perfeita ao lado de outra.
‘Eu não sei, voltei ontem, preciso me organizar.’
‘Eu posso te ajudar.’
‘Não sei, acho que você tem outras coisas para fazer, eu fico bem sozinha.’
‘Eu insisto.’ – sorriu terno, e aquele sorriso foi o suficiente para desarma-la.
‘Tudo bem, o que você quer fazer?’ – perguntou sentindo-se de repente de uma forma mais leve e mais a vontade na frente dele. Ele poderia não se mais o seu Thur, mas ainda era Arthur, seu amigo, seu confidente.
Eles sorriram e deram às mãos, Arthur explicou que havia um café logo ali.
‘Não tomo café, Arthur.’
‘Lá tem suco também sua bobinha, eu não me esqueci das suas manhas.’
‘Não é manha, apenas não acho que cafeína seja saudável.’
‘Vem Lua, eu já sei o discurso que vem por ai!’ – sorriu e a puxou para o café que ficava do outro lado da rua.
Sentaram-se em uma das mesas que davam vista para rua, fizeram os pedidos e quando o garçom se retirou instalou-se ali um clima tenso e chato.
‘Então, você casou...’ – comentou Lua, sem saber ainda lidar direito com aquela informação, sua mente havia ficado perturbada diante tal informação, ela jamais imaginou que aquilo aconteceria, ou talvez apenas negasse a si mesma tal possibilidade.
‘É. E você, como está?’ – Arthur respondeu a seu comentário a contragosto, sentia sua mão esquerda pesando umas dez toneladas enquanto o maldito anel de ouro sufocava seu dedo anelar.
‘Bem, eu to bem.’
‘Legal! Bom eu me casei há uns quatro anos.’ – comentou levando o café até a boca, nem ao menos percebera que o garçom já o havia deixado ali.
‘Hm. Bem eu voltei de Londres ontem e estou à procura de uma cobertura’ – disse sem querer que aquele silêncio voltasse, qualquer asneira era melhor que aquele clima tenso.
‘Sei, bom no prédio que eu o morando tem uns apartamentos na cobertura vagos...’
‘Sério? Nossa eu adoraria poder olha-los!’
‘Vamos agora.’
‘Agora? Não, não posso.’
‘Por quê?’ – não quero ficar tão próxima a você, disse Lua, apenas em sua mente.
‘Não dá, estou atrasada. Foi bom te reencontrar, Arthur!’ – falou já se pondo de pé.
‘Não, espera. Me dá seu número, vamos sair outro dia, conversarmos, sobre tudo, sem esse clima chato...’
‘Tudo bem’ – mordeu a bolinha interna de sua boca enquanto anotava seu novo numero num guardanapo de papel que tinha por ali. – ‘Tchau, Thur.’
‘Até mais, Luinha.’
Lua sai dali o mais rápido possível, ligou seu carro e deu partida. Céus ele estava casado, casado, casado. Essa palavra desagradável repetia-se em sua mente quase como um mantra, mas Lua não gostava de mantras, muito menos deste.
Arthur sentia-se feliz como há muito tempo não se via. Chegou em casa respirando aliviado ao notar que sua esposa ainda não havia chegado, foi até o quarto de sua filha que se encontrava assistindo uma filme da Barbie.
‘Olá, princesinha!’ – beijou a bochecha da menina que no segundo seguinte estava pendurada no pescoço do homem.
‘Papai, eu senti muito a sua falta!’
‘Mesmo?’ – perguntou brincalhão. Sua filha, a única razão pela qual ele ainda aguentava todo o transtorno que seu casamento estava passando.
‘Muitão!’ – respondeu fazendo um gesto exagerado. Sentou no colo do pai e encarou-o com os olhos brilhando. ‘Como foi o seu dia papai?’ – perguntou inocente, apenas imitando o que a mãe sempre dizia.
‘Muito bom, minha princesa.’ – beijou-lhe mais uma vez o rosto. ‘Onde está sua mãe?’
‘Ainda tá trabalhando.’ – fez bico.
‘Certo. Papai vai tomar um banho e depois eu venho pra cá, ok?’ – a menina assentiu e Arthur foi para seu quarto banhar-se.
Depois de tomar banho, vestiu-se e olhou seu reflexo no espelho. Lua estava de volta, Lua estava de volta, sua mente repetia sempre a mesma coisa. Um sorriso de canto ousou brincar em seus lábios, mas logo despareceu ao ouvir a porta de entrada bater. Cassia estava de volta.


Por Karina Ellen


12 comentários:

  1. Ah, não sei porquê, mas sinto essa web tensa do começo ao final! Eu tô amando isso!

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  2. A história é muito boa,adoro mistérios =D a gente sempre fica na expectativa de saber o que é... to doida pra saber como foi o passado deles

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  3. Essa Web tem quantos capítulos ?

    Bianca

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  4. E cada vez eu quero maaaaaaaaaaaaaaaais! Amo esse ar de mistério!

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  5. Cara você escreve divinamente bem colocando mistério, tensão, suspense do início ao fim. Vou confessar que me aliviei pelo nome da esposa dele ser uma que você inventou se é que entende >< XxCamila

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  6. As webs de Karina sempre são as melhores!!! Amo demais esse mistério *-*

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  7. Amando! Ta demais essa web :D
    Anita!!!

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  8. MAIS UMA DAS HISTÓRIAS SURPREENDENTES DE KARINNA... SUSPENSE E EMOÇÃO ALDO A LADO! UHUUU KKKKKK

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  9. EU vou surtar de tanta curiosidade...
    Sem mais... Karina você ainda vai matar a gente de tanta aflição...
    Adoro!

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  10. oba tem muito suspense aí é bom isso, mas realmnete a web tá meio tensa, mas continua linda
    Ale

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