Capitulo
2
‘Lua?’
– ele perguntou apenas para ter certeza de que não se tratava de apenas mais
uma miragem de sua mente.
‘Arthur...’
– prensou os lábios deixando uma linha fina desenhada em seu rosto, parecia uma
menina insegura quando o amor de sua vida fala com ela pela primeira vez, o que
não deixa de ser verdade.
‘Lua,
nossa é você?’ – sorriu terno e passou a caminhar em direção a ela. Lua deu um
sorriso nervoso ao notar sua aproximação. Pôs uma mecha teimosa que insistia em
cair sobre seu rosto presa detrás da orelha. Arthur a abraçou, forte, com uma
saudade acumulada de anos e anos. Anos sem qualquer contato, anos sem
abraça-la, sem sentir o calo dela junto ao seu. Ele sentia falta, ela sentia,
eles se amam, mas são orgulhos demais para assumir. Arthur inalou o perfume de
Lua deixando o seu nariz passar de leve pelo pescoço da mesma, a causando leve
arrepios se comparados às borboletas que dançavam em sua barriga, parecia uma
festa, uma festa que a estava deixando extasiada.
‘Sou
eu’ – foi a única coisa que disse, a única coisa que seu cérebro foi capaz de
processar com o cheiro dele invadindo, com aquelas mãos fortes espalmadas em
suas costas a deixando próxima ao calor que ela tentou evitar por tantos anos.
Deitou a cabeça no ombro, buscando mais aconchego naquele abraço. Quem passasse
por ali diria sem a menor sombra de duvidas que eram um casal de namorados, mas
não eram e talvez nunca pudessem ser novamente.
Arthur
separou-se um pouco para melhor olhar para Lua, quando seus olhos se
encontraram foi como se uma bomba tivesse sido jogada no estomago de ambos, uma
bomba da alegria, daquelas que infestam o seu corpo inteiro, sorriram um para o
outro, mas toda a magia se quebrou. Lua observou a mão esquerda de Arthur
quando esta se aproximou para tocar seu rosto.
‘Está
casado.’ – afirmou rompendo de uma forma bruta a magia que se instalara ali.
‘Estou.’
– respondeu mesmo sabendo que ela não havia perguntado. Passou as mãos
nervosamente pelo cabelo, respirando pesadamente. Quando que ele imaginaria que
Lua poderia voltar? Que quando a visse novamente sentiria todas aquelas emoções
bobas? Que ainda a amava? É como dizem o sentimento não morre, cansa, quando
ele reaparece não há quem seja capaz de detê-lo.
‘Arthur,
eu bom, eu já preciso ir.’ – mentiu. Mas mentiu para se salvar, ficar ali agora
só machucaria ainda mais o seu pobre coração.
‘Não.
Por favor, fique.’ – tocou seu braço. Lua mordeu o lábio, apreensiva. Ela não
queria ir, mas também não queria ficar, não queria saber como a vida dele
estava perfeita ao lado de outra.
‘Eu
não sei, voltei ontem, preciso me organizar.’
‘Eu
posso te ajudar.’
‘Não
sei, acho que você tem outras coisas para fazer, eu fico bem sozinha.’
‘Eu
insisto.’ – sorriu terno, e aquele sorriso foi o suficiente para desarma-la.
‘Tudo
bem, o que você quer fazer?’ – perguntou sentindo-se de repente de uma forma
mais leve e mais a vontade na frente dele. Ele poderia não se mais o seu Thur,
mas ainda era Arthur, seu amigo, seu confidente.
Eles
sorriram e deram às mãos, Arthur explicou que havia um café logo ali.
‘Não
tomo café, Arthur.’
‘Lá
tem suco também sua bobinha, eu não me esqueci das suas manhas.’
‘Não é
manha, apenas não acho que cafeína seja saudável.’
‘Vem
Lua, eu já sei o discurso que vem por ai!’ – sorriu e a puxou para o café que
ficava do outro lado da rua.
Sentaram-se
em uma das mesas que davam vista para rua, fizeram os pedidos e quando o garçom
se retirou instalou-se ali um clima tenso e chato.
‘Então,
você casou...’ – comentou Lua, sem saber ainda lidar direito com aquela
informação, sua mente havia ficado perturbada diante tal informação, ela jamais
imaginou que aquilo aconteceria, ou talvez apenas negasse a si mesma tal
possibilidade.
‘É. E
você, como está?’ – Arthur respondeu a seu comentário a contragosto, sentia sua
mão esquerda pesando umas dez toneladas enquanto o maldito anel de ouro
sufocava seu dedo anelar.
‘Bem,
eu to bem.’
‘Legal!
Bom eu me casei há uns quatro anos.’ – comentou levando o café até a boca, nem
ao menos percebera que o garçom já o havia deixado ali.
‘Hm.
Bem eu voltei de Londres ontem e estou à procura de uma cobertura’ – disse sem
querer que aquele silêncio voltasse, qualquer asneira era melhor que aquele
clima tenso.
‘Sei,
bom no prédio que eu o morando tem uns apartamentos na cobertura vagos...’
‘Sério?
Nossa eu adoraria poder olha-los!’
‘Vamos
agora.’
‘Agora?
Não, não posso.’
‘Por
quê?’ – não quero ficar tão próxima a você, disse Lua, apenas em sua mente.
‘Não
dá, estou atrasada. Foi bom te reencontrar, Arthur!’ – falou já se pondo de pé.
‘Não,
espera. Me dá seu número, vamos sair outro dia, conversarmos, sobre tudo, sem
esse clima chato...’
‘Tudo
bem’ – mordeu a bolinha interna de sua boca enquanto anotava seu novo numero
num guardanapo de papel que tinha por ali. – ‘Tchau, Thur.’
‘Até
mais, Luinha.’
Lua
sai dali o mais rápido possível, ligou seu carro e deu partida. Céus ele estava
casado, casado, casado. Essa palavra desagradável repetia-se em sua mente quase
como um mantra, mas Lua não gostava de mantras, muito menos deste.
Arthur
sentia-se feliz como há muito tempo não se via. Chegou em casa respirando
aliviado ao notar que sua esposa ainda não havia chegado, foi até o quarto de
sua filha que se encontrava assistindo uma filme da Barbie.
‘Olá,
princesinha!’ – beijou a bochecha da menina que no segundo seguinte estava
pendurada no pescoço do homem.
‘Papai,
eu senti muito a sua falta!’
‘Mesmo?’
– perguntou brincalhão. Sua filha, a única razão pela qual ele ainda aguentava
todo o transtorno que seu casamento estava passando.
‘Muitão!’
– respondeu fazendo um gesto exagerado. Sentou no colo do pai e encarou-o com
os olhos brilhando. ‘Como foi o seu dia papai?’ – perguntou inocente, apenas
imitando o que a mãe sempre dizia.
‘Muito
bom, minha princesa.’ – beijou-lhe mais uma vez o rosto. ‘Onde está sua mãe?’
‘Ainda
tá trabalhando.’ – fez bico.
‘Certo.
Papai vai tomar um banho e depois eu venho pra cá, ok?’ – a menina assentiu e
Arthur foi para seu quarto banhar-se.
Depois
de tomar banho, vestiu-se e olhou seu reflexo no espelho. Lua estava de volta,
Lua estava de volta, sua mente repetia sempre a mesma coisa. Um sorriso de
canto ousou brincar em seus lábios, mas logo despareceu ao ouvir a porta de
entrada bater. Cassia estava de volta.
Por
Karina Ellen
Ah, não sei porquê, mas sinto essa web tensa do começo ao final! Eu tô amando isso!
ResponderExcluirA história é muito boa,adoro mistérios =D a gente sempre fica na expectativa de saber o que é... to doida pra saber como foi o passado deles
ResponderExcluirEssa Web tem quantos capítulos ?
ResponderExcluirBianca
E cada vez eu quero maaaaaaaaaaaaaaaais! Amo esse ar de mistério!
ResponderExcluirCara você escreve divinamente bem colocando mistério, tensão, suspense do início ao fim. Vou confessar que me aliviei pelo nome da esposa dele ser uma que você inventou se é que entende >< XxCamila
ResponderExcluirto gostando dessa web
ResponderExcluirAs webs de Karina sempre são as melhores!!! Amo demais esse mistério *-*
ResponderExcluirAmando! Ta demais essa web :D
ResponderExcluirAnita!!!
MAIS UMA DAS HISTÓRIAS SURPREENDENTES DE KARINNA... SUSPENSE E EMOÇÃO ALDO A LADO! UHUUU KKKKKK
ResponderExcluirEU vou surtar de tanta curiosidade...
ResponderExcluirSem mais... Karina você ainda vai matar a gente de tanta aflição...
Adoro!
Estou curiosa demais!!!!
ResponderExcluiroba tem muito suspense aí é bom isso, mas realmnete a web tá meio tensa, mas continua linda
ResponderExcluirAle