Por um Acaso - Capitulo 6

Capítulo 6

Pov Lua:

Estava no na minha sala atendendo as filhas da senhora Steves. As filhas delas eram uns amores, mas confesso que a mãe era uma verdadeira bruaca mal amada. Ficava sempre com a cara enfezada e me analisando de cima abaixo (o que eu odeio é claro), literalmente ela me dava nos nervos. Já havia atendido Jéssica, sua filha mais velha. Ela estava bem é claro, era só um checape de rotina. Bom, agora seria Luisa, sua filha mais nova. Tudo bem com ela também. Como eu disse antes, só um checape de rotina!

Quando estava quase liberando as duas, sinto meu celular vibrando no meu bolso de trás da calça. Merda! Como aquilo incomodava.

Retirei o celular do bolso a tempo de ver que se tratava de uma mensagem "garoto da mochila", esse era o nome na bina. Esqueci de trocar esse nome por Arthur. Ri baixinho, talvez fosse melhor não ler agora, já que quando retirei o celular do meu bolso senti o olhar reprovador da senhora Steves sobre mim como se dissesse "o que está fazendo?"

Bom, coloquei o celular dentro da bolsa. Leria o que Arthur me mandou depois, ah qual é? Estou no meu trabalho, não posso ficar de papinho como Arthur em pleno expediente. Vai saber se a mal amada da senhora Steves resolve abrir a boca para o meu chefe? Rua na certa!

Pov Arthur:

Mandei uma mensagem pra ela dizendo "Bom dia garota da manifestação, o que acha de observar as estrelas á noite?", não sei se ela não leu, ou simplesmente não queria responder. Aquilo me deixava aflito, acho que talvez ela não tenha gostado da minha companhia ontem e está me evitando o que seria mais provável.

Pare com isso Arthur! A garota está trabalhando, muito diferente de você que não faz nada! Bufei irritado. Preferia que ela tivesse respondido um "Não" ao invés de me deixar assim, sem saber que ela leu ou não.

Ainda me encontrava naquela praia, sim aquela mesma onde nós fomos ontem, não sei o que ainda estava fazendo ali, já faziam quase duas horas desde que cheguei e eu ainda continuo fazendo a mesma coisa, encarando o mar... Que patético!

Resolvi entrar no mar, talvez a água salgada me relaxasse mais um pouco. Retirei minha camisa e o que havia dentro do meu bolso da bermuda e entrei no mar. Acho que fiquei lá uns 15 minutos até resolver sair e ir embora, claro que antes eu olhei no meu celular novamente pra ver se ela havia dado algum sinal de vida... Nada!

É, acho que ela não me responderia mesmo. Voltei para o hotelzinho pra ver se ainda tinha sorte de encontrar algum dos meus colegas lá. Talvez eu estivesse mesmo estranho, não sei.

Ao chegar ao hotel e encontrei Matheus, mais um dos meus colegas que estava no quarto onde a gente dividia.

- E ai cara, onde cê tava? – falou ele tirando o olhar da pequena TV velha que tinha ali e olhando pra mim.

- Tava na praia, por quê? – respondi.

- Sei lá cara, Rosana me disse que você está estranho o que não é mentira. Você nunca foi de sair sem a gente, por que isso agora? – perguntou ele me olhando ainda.

- Cês tão ficando malucos. Eu não to estranho, qual o problema que querer sair sozinho agora? Por acaso eu virei dependente de vocês? – perguntei irritado.

- Não moleque, mas sei lá, você não quer mais sair com a gente, deu agora sair sozinho e quando a gente pergunta fica todo grilado.

Eu ia responder alguma coisa mais foi aí que vi meu celular vibrando em cima da cômoda onde havia colocado quando cheguei e levantei num pulo pra ver se era a garota da manifestação. Dito e feito, ela estava ligando pra mim. Bom, não poderia atender na frente do Matheus, ele iria sacar tudo, e o que eu menos queria ouvir de Rosana era de como nós havíamos prometido que nunca iríamos ficar pegando estrangeiros. Que se fosse de pegar alguém, que fosse nós mesmos do grupo.

Ridículo, nunca quis nada nem com ela e nem com a Helena. Elas eram pra mim como se fossem irmãs! Ia saindo do quarto pra atender o celular quando Matheus me chama:

- Quem é Arthur? – perguntou ele desviando o olhar da TV mais uma vez pra mim.

- Não é ninguém cara, me deixa. – já estava abrindo a porta e saindo rápido antes que a garota da manifestação desligasse.

- Ninguém liga para o seu celular? – perguntou ele com o olhar desafiador.

- Ok, depois eu falo com você. Tchau – sair finalmente daquele muquifo de quarto batendo um pouco a porta que rangeu de tão velha enquanto ouvir Matheus resmungando alguma coisa que não consegui ouvir direito o que foi.

Me encostei em uma das paredes do corredor e atendi finalmente o celular ouvindo a voz mais doce do mundo...

Pov Lua:

- Olá Thur, o que você quis dizer com ir ver as estrelas? – perguntei, estava curiosa pra saber o que ele queria com a mensagem de mais cedo que só pude ler agora, já que estou em horário de almoço.

- Olá garota da manifestação, como vai você, tudo bem? – falou e eu ri baixinho, já estava me acostumando com suas gracinhas.

- Deixe de ser palhaço Arthur, o porquê daquela mensagem? – falei ainda rindo.

- Tudo bem. Ontem quando eu tava voltando da sua casa, encontrei um lugar legal pra ver as estrelas. O que acha ir comigo lá hoje à noite? – perguntou.

- Quem garante que você não é um assassino alucinado querendo me sequestrar? –falei rindo e ele riu também.

- Poderia ter feito isso ontem não acha princesa? – falou rindo.

- Ok eu aceito, mas depende do horário, tenho expediente hoje até às 5 horas.

- Ótimo, passo na sua casa as 7, e nós vamos pra lá certo?

- Está bem, seja pontual desta vez, não gosto de esperar. – falei fazendo um bico e rindo.

- Oh sim! Não irei me atrasar desta vez, lhe prometo!

- Ok, tenho que desligar ou então perderei todo o meu horário de almoço falando com você, e eu estou realmente com fome.

- Falar comigo é tão ruim assim garota da manifestação? – perguntou se fazendo de ofendido.

- Não é isso garoto... Thur, eu tenho mesmo que ir! – falei, eu realmente precisava desligar.

- Está bem, então até mais tarde.

- Até. – e desliguei o celular. Olhei para os lados pra ver quem já estava no refeitório e foi aí que vi Mel vindo em minha direção toda sorridente. Ótimo, eu devo ter colado chiclete na cruz!

- Agora a senhorita não me escapa! Pode ir contando tudo Luh. – falou ela sentando na cadeira que restava ao meu lado na mesa redonda onde eu estava sentada.

- Ok, eu falo! Sabia que você não ia me deixar em paz mesmo. – falei pra ela apoiando uma de minhas mãos na mesa e bufando irritada. Comecei a contar como conheci Arthur.

Por Amanda Amorim