Capitulo
135
POV Lua
Não vou mentir que pensar
nessa viagem depois desses dois dias maravilhosos ao lado do Arthur me deixava
muito triste. Era como se não houvesse mais necessidade de fugir. Mas ao mesmo
tempo sabia que isso só estava acontecendo por causa da bendita viagem. E dizer
não a proposta agora só mesmo por alguma objeção dos meus pais.
Ficamos mais algum tempo ali
até o celular do Arthur tocar. Era a Mel, só assim pra levantarmos e sairmos
daquele quarto entre beijinhos e abraços, eu levantei e fui para o quarto da
Mel trocar de roupa. Passamos pela cozinha, comemos alguma coisa, apesar de que
o Arthur reclamava de que aquele não era o café que ele queria que tomássemos
juntos. Ele era muito fofo!
Após pegar as meninas, e ser
encarada com as carinhas mais curiosas do mundo, Arthur dirigia de volta pra
casa, e entre um semáforo fechado e outro, a única coisa que se ouvia no carro
era os beijos dele em mim. Quase chegando em casa o celular dele toca, e ele
pediu que eu atendesse. Fiquei com receio, mas logo passou ao ver que se
tratava do meu irmão.
Ligação ON
L:
- Fala Peu.
P:
- Senhora Aguiar acabou suas férias e o seu conto de fadas! Mamãe chegou e
pediu que você viesse pra casa. Quer falar com você.
L:
- Ok! Daqui a pouco eu estou chegando ai. – era notório o tom
de aflição em minha voz.
P:
- Até daqui a pouco então. Ah! Marca com o Arthur algo pra fazermos hoje a
tarde.
L:
- Pode deixar! Até.
Ligação OFF
- O que foi? – Arthur me
perguntou a me ver mudar de humor.
- Minha mãe quer que eu vá
pra casa, quer falar comigo. – eu falei com uma voz engasgada, sabia que se
tratava da viagem.
- Já que estamos aqui,
deixamos as meninas em casa e te levo lá. – ele me falou todo carinhoso, mas
encarando apenas a estrada.
Acho que ele imaginava qual
seria a conversa. Nem sairmos do carro ao deixar as meninas. Apenas esperamos
que elas entrassem em casa. Minhas coisas depois eu pegaria, isso já era
normal. Fomos o caminho todo em silencio. E mesmo com o Arthur usando aqueles
óculos escuros que me deixava tonta de tão lindo, pude notar que ele estava
diferente.
- É sobre a viagem né? – ele
me perguntou ao estacionar na porta da minha casa.
- Não tenho certeza, mas
acho que sim. – não adiantava nos enganar. Descemos do carro e ainda do lado de
fora de casa ele me abraçou.
- Fica tranquila tá!? – ele
falava sem me encarar. Eu tinha certeza que se demorássemos mais ali ele não
aguentaria.
- Pode deixar. À tarde eu te
ligo pra gente fazer alguma coisa. – eu tentei tranquiliza-lo, mas por dentro
eu estava me acabando em dor.
Despedimo-nos, ele entrou no
carro e eu entrei em casa. Passar por aquela porta fazia-me sentir como se
estivesse sendo levada pra forca. E ao me deparar com meu pai, minha mãe e Peu
sentados na sala me encarando minha vontade foi de voltar.
Minha mãe começou a falar,
pedindo desculpas como a forma que me abordou na quinta feira, e como contou
pro Arthur. Que a intensão dela não era provocar todo aquele constrangimento,
era apenas por ela está feliz comigo. A partir daquilo vi Pedro fechar ainda mais
a cara e tive a certeza de que eles concordariam com que eu fosse.
Meu pai sempre muito calmo
apenas perguntou se eu realmente estava disposta a abrir mão das minhas
amizades por algum tempo. E como bom “filosofo” tentou me agradar falando que “se
essas amizades fossem verdadeiras elas sobreviveriam ao tempo e a distancia”. O
encarei tentando sorrir, mas lagrimas já se formavam em meus olhos. Eu
finalmente falei que concordava e que estava disposta a encarar toda essa
mudança na minha vida.
Peu me olhava ainda
incrédulo com aquilo, mas cumprindo ordens da minha mãe ele não se meteu. Meu
pai logo avisou que então passaria no curso na segunda feira pra acertar tudo e
minha mãe me abraçava com o sorriso mais satisfeito do mundo. Eu não podia
acabar com aquilo por uma simples possibilidade de salvar um namoro cheio de
problemas. Após essa festa toda dos meus pais, encarei Peu.
- Eu não ganho nem um abraço
pelo meu esforço nessa prova? – perguntei tentando descontrair.
- Quero apenas saber duas
coisas e depois que me convencer te dou quantos abraços você quiser. – ele me
falou sério, e minha mãe ainda nos escutava no outro sofá.
- Pergunte então, farei o
possível pra merecer esse abraço. – falei sabendo que viria bomba. Ele não
estava nada satisfeito com essa história.
- Primeiro: você e o Arthur,
como ficam? – se essa era a primeira, já temia pela segunda.
- A gente já conversou,
vamos aproveitar o tempo que ainda tenho, e deixar o tempo guiar a gente
enquanto estiver fora. – falei já me engasgando e sentindo uma lagrima rolar,
falar do Arthur e da viagem na mesma frase ficava a cada instante mais difícil.
- Segundo: você vai ficar
feliz assim? – ele falou erguendo meu rosto pelo queixo pra poder me encarar.
- Eu juro que eu vou tentar,
e vou conseguir se vocês me ajudarem. – não esperei nem o prometido abraço. Fui
correndo para o meu quarto.
Eu não podia ficar assim,
não podia! Afinal o que eu realmente queria?
Por
Nana F.
Pois é Lu... O que você realmente quer? XxCamila
ResponderExcluirCada vez mais difícil... :(
ResponderExcluirDilemas e escolhas... a vida e cheia disso.
ResponderExcluirprecisamos de apoio sempre, pois nunca temos certezas do futuro, só esperanças.
AMO MFL