Discovering Love - Capitulo 18

Capitulo 18 – Fim de férias

POV LUA

É essa era a nossa ultima noite no paraíso. Paraíso esse que se tornou um inferno pra mim. Suportar aqueles garotos sem aprontar nada estava sendo bem difícil, eu diria que era quase impossível. Não pensem que sou chata, rancorosa ou algo do tipo – é claro que não sou – eu apenas não me adaptava muito bem com a felicidade dos outros quando eu não estava bem, eu diria que sou um pouco egoísta – mas só um pouco!

Depois de discuti com as minhas amigas por conta daqueles insuportáveis resolvi deixar pra lá meu plano de vingança, visto que ninguém me ajudaria mesmo, e fui curtir a ultima festa na praia.

Era um ambiente lindo, quiosque na praia, brisa fresquinha, lua cheia brilhando no céu, um ambiente perfeito. Claro, perfeito para aqueles que estavam se divertindo, com seus respectivos pares, e não pra mim “a esquecida”.

Após algum tempo naquele local, notei a quantidade de gente que ali se encontrava. Todos curtindo muito, aproveitando a musica agradável, as pessoas bonitas e agradáveis, eu até comecei a me animar quando de repente surgem os novos amiguinhos da Mel e da Soph. Nem me dei ao trabalho de encara-los e cumprimenta-los. Apenas fiquei na minha como se não conhecesse ninguém, mas pude notar que só estavam ali o Micael e o Chay, pelo menos não ia ter que passar a noite aguentando aquele romance meloso do Arthur. E mais uma vez NÃO, eu não estava com ciúmes.

Minhas amigas pareciam achar o papo dos garotos bem agradável, e foi ai que eu tive a grande ideia de dar uma volta. Apenas cutuquei o braço da Mel que mal me encarou e falei que iria dar uma volta, ela apenas assentiu e eu me retirei. Aff! Me sentir uma pessoa insignificante naquele momento, será que ninguém percebia que eu precisava de atenção? Que saco!

Comecei a andar por toda festa, avistei o casalzinho indesejado, mas resolvi nem passar por perto. Quando dei por mim, já estava distante de toda aquela barulheira e multidão da festa. Ao encarar aquela vista linda do mar, me perdi em pensamentos e sentei na areia apreciando o quebrar das ondas. Um milhão de coisas passaram em minha cabeça, meus momentos felizes com minhas amigas, todas as coisas que já aprontamos juntas, todas as brincadeiras desde a infância. E de repente me veio uma tristeza, os momentos de terror ao lado de Ricardo, as confusões em casa por causa dos meus pais, minhas amizades que eu estava perdendo, o medo de ficar sempre sozinha e uma lagrima rolou...

POV MEL

Cara, já fazia o maior tempão que Luinha tinha saído de perto da gente pra dar uma volta e desaparecido. E o pior, não atendia o celular. Visto que o tempo estava fechando e provavelmente viria uma chuva daquelas de verão, o local da festa já se encontrava quase vazio, e uma coisa era certa, ali Lua não estava mais.

Eu, Soph, e os meninos demos várias voltas por todo o espaço e nada dela em canto nenhum. Soph logo se lembrou de como ela estava chateada antes, provavelmente voltou pra casa sem falar nada. Era bem a cara daquela cabeça dura.

Lua sempre foi assim, sempre precisou se sentir o centro das atenções em tudo. O pior é que quem não conhecia os reais motivos pra todo esse refugio acabava achando que ela era uma pessoa rancorosa e sem coração, e isso eu sabia que não era. Mas esse é um assunto que só ela pode explicar, e não vem ao caso agora.

- Bem meninas, eu encontrei o Thur e ele disse que a viu passando sozinha por ele mais cedo. – Mica falava encontrando a gente.

- Acho melhor a gente acompanhar vocês até em casa logo, a Lua pode já está lá, e a chuva que vem ai não vai ser brincadeira. – Chay completou.

- Eu ainda acho que ela se enfiou em algum lugar, ela não iria embora sem falar nada. – tentei dar minha opinião.

- Eu também acho que não Mel, mas a gente pode ir tentando falar com ela no caminho, ficar aqui e esperar o céu desabar não rola. – Sophia falava com certa aflição – E Luinha também sabe o caminho de casa e se vira muito bem, vamos logo?

Como a minha opinião era minoria ali, tive que acatar a decisão da maioria, mas não desgrudei do meu celular um minuto.

Quando chegamos em casa, os meninos pediram pra gente verificar lá dentro se ela realmente já estava em casa, e para o nosso desespero não. Chay ligou pra Arthur que ainda permaneceu no local da festa depois que saímos, e a única coisa que ele disse é que tinha acabado de deixar a namorada em casa e passaria pelo local novamente quando tivesse voltando pra casa, já que era caminho, e verificaria se ela estava por lá.

POV ARTHUR

Quando o Chay me ligou perguntando por Lua novamente comecei a achar estranho. Não tinha quase ninguém mais na praia quando sair pra levar Leticia até em casa, e por incrível que pareça me bateu uma preocupação. Tratei de avisar logo que passaria por lá, pois era caminho, mas pra falar a verdade mesmo que não fosse eu iria procura-la. O que eu sentia por aquela garota era mais forte que eu, e por mais que eu tentasse me enganar eu nunca conseguiria.

No local da festa realmente havia no máximo umas 20 pessoas ainda, a musica ainda era alta e definitivamente ali ela não estava. Lembrei então do momento que passou por mim, não conseguir evitar rir da situação, a cara dela ao me ver e tentar passar longe chamou minha atenção. Só ai me lembrei de que ela andava em direção a praia. Será?

Andei um pouco, o vento era frio, o mar enfurecido, mas havia ainda assim uma paz naquele lugar. Andei mais um pouco e avistei uma pessoa encolhida sentada na areia. Por um instante pensei em recuar, mas quando o vento bateu novamente e aqueles cachinhos loiros voaram tive a certeza de que era ela. Antes de me aproximar enviei uma mensagem para o Chay avisando que ela estava na praia, e que se ela deixasse eu acompanharia até em casa, para que assim ele tranquilizasse as meninas.

Aproximei lentamente, fiquei sem saber qual o tamanho da patada que me aguardava, mas estava certo que pelo menos o recado das meninas eu teria que dar.

- Tudo bem com você? – falei me aproximando e mantendo ainda uma certa distancia.

- Que susto! – ela falou levando a mão no peito e com os olhos arregalados – O que você tá fazendo aqui?

- Desculpa não foi minha intensão. – me abaixei aproximando dela, e pude verificar algo diferente naquele rosto – Ei o que aconteceu? Você tava chorando?

- Nã.. Não. Claro que não. – ela virou logo o rosto, mas não me enganou.

- Ok... Eu só estou aqui mesmo pra perguntar se você quer companhia até em casa, e acho bom a gente se apressar, a chuva tá chegando. – Me levantei e aguardei a resposta.

- Eu vou com minhas amigas, não preciso de sua ajuda, obrigada. – falou se levantando e sendo grossa daquele jeito Lua de ser.

- Acho que você não percebeu que a festa já acabou, e que suas amigas já estão em casa. – falei me virando pra ir embora, não iria aguentar patada de graça, mas parei pra dar um ultimo recado – Elas tentaram te ligar, estão preocupadas. Avise a elas pelo menos que está indo sozinha.

Virei e comecei andar de volta para o local da festa para enfim ir pra casa.

POV LUA

Drogaaaa!

Essa merda de celular tinha que me deixar na mão justo agora? Ao encarar o local da festa e ver que não restava praticamente ninguém, a não ser uns 4 ou 5 alcoolizados e alguns garçons, ver a chuva que se formava e eu sozinha. Nada podia piorar. Quando prestei atenção, vi que Arthur já estava longe, e ficar sozinha aquela hora da noite, definitivamente não era a melhor decisão.

- Arthur! – gritei e fiquei aliviada em ver que ele parou pelo menos.

Corri até onde ele estava e teria que dar o braço a torcer e pedir um favor.

- É... Será que você poderia me emprestar seu celular? – eu gaguejava mais que o necessário, droga! – É porque o meu tá sem sinal ainda e eu quero pedir pras meninas virem me encontrar, não quero voltar sozinha, eu... Eu tenho medo!

- Toma, ligue pra elas avise que tá bem e pode deixar que te acompanho até em casa, não é seguro pra elas virem encontrar você aqui sozinhas. – ele me falou com um ar de segurança, tentando me deixar tranquila eu acho, e naquele momento eu não poderia recusar, só eu sei o medo que tinha de ir pra casa sozinha.

Após ligar pra Mel, Arthur me levou até em casa, a qual não ficava muito longe, mas pareceu uma eternidade visto que o percurso foi todo em silencio. Apenas quando chegamos em casa que eu o agradeci, mas não passou de um obrigada. Preciso rever meus conceitos.

Por Nana F.