Discovering Love - Capitulo 20

Capitulo 20 – Boas vindas

POV ARTHUR

A festa de boas vindas era o motivo da visita do diretor. Ver todos felizes com aquela noticia não era novidade, afinal as festas da escola eram sempre motivos pra pegação, curtição e resenhas na semana seguinte.

As meninas logo se encantaram e o assunto era só roupas, salão, shopping. Onde a gente aperta pra elas voltarem ao normal hein? Coisa chata esse papinho de menina.

Se bem que até eu que nunca me empolguei a participar dessas festas da escola me animei com essa. Mas aquela cara da Lua não estava normal. Ver Sophia e Mel programando todos os preparativos a semana inteira, e ver que Lua não dava um mísero sorriso quando o assunto era essa festa estava no mínimo estranho.

- Luinha, você vai com a gente no salão hoje à tarde? – Mel perguntava, afinal já era sexta feira e a festa seria amanhã.

- Não amiga, acho que não venho pra festa. – Lua respondeu sem muita empolgação, e aquele diálogo me chamou atenção.

- Amiga, se você não vier ninguém vem. Acho bom pensar direitinho se quer estragar o nosso final de semana. – Mel fazia uma chantagem emocional básica.

- Sei lá Mel, não tô no clima, e a ultima festa que eu inventei ir com vocês sem vontade acabei ficando sozinha na praia. – ela falava com uma face triste, não era o normal dela aquilo.

- Amiga, sei dos problemas que sempre te perturbam quando você se isola, te conheço há muito tempo pra saber que tem algo mexendo com esse coraçãozinho de pedra ai, mas não é por isso que vou deixar você se fechar de vez. – Mel falava me deixando ainda mais pilhado com esse mistério todo – Você vem pra festa com a gente e não se fala mais nisso.

O sinal tocou, hora de ir embora. Ainda escutei o Chay tentando marcar algo pra hoje com as garotas, mas segundo Mel hoje era o dia das meninas, dia de se embonecarem e fazer aqueles programinhas chatos. Então marcamos pra amanhã nos encontrarmos na festa mesmo.

Nossa sexta feira passou sem nenhum grande acontecimento. O sábado chegou e com ele a festa. Já na escola, avistei o Chay, o Mica e a Soph parecendo uma boneca viva. Aquela loirinha era uma graça, mas eu ainda prefiro uma mais bravinha que ela – se é que me entendem. O tempo passou mais um pouco, Soph já se mostrava inquieta, até da um daqueles gritinhos histéricos dela ao olhar em direção a entrada.

- Amigas! – correu em direção a elas abraçando-as e trazendo-as para o local onde a gente estava. Pra falar a verdade eu queria ter corrido e agarrado a Lua ali mesmo, ela estava linda.

- Olá! – Lua falou com certa timidez, o que fez com que eu e os caras respondêssemos desconfiados.

- Thur... Chay... Mica – Mel falou com cada um, nos dando um beijo no rosto.

- Até que enfim! – Mica implicou com ela, afinal estavam atrasadas.

- Relaxa Mica, valeu apena esperar. Você está linda Mel. – Chay falou isso e eu percebi a garota ficando vermelha, não era possível que o idiota estava apaixonado e ela caindo nessa conversa boba.

- Obrigada, mas a demora nem foi por isso. – Mel falou e encarou Lua, que a olhava em reprovação – Mas esquece, o que importa é que estamos aqui e vamos começar a diversão.

A noite longa seguia engraçada, e agradável. Chay e Mica eternos palhaços, as meninas bobas riam de tudo. Sem contar os micos que os outros pagavam, nada fugia daqueles olhares. Sentamos em uma mesa mais afastada um pouco, segundo Sophia era pra poder falar de todo mundo e rir a vontade sem ter ninguém controlando o que você faz de errado pra colocar na radio corredor amanhã.

Depois de muitas risadas, as meninas resolveram que iriam dançar, Lua resmungou um pouco, segundo ela não gostava. Mel não mediu esforços ao perguntar se a gente se incomodaria em fazer companhia pra Lua na mesa enquanto elas dançavam pelo menos uma musica. Lua logo recriminou, mas Chay contornou a situação e conseguiu até arrancar um sorriso da dona doida!

Demorou um pouco, a música acabou e Chay resolveu ir até o outro lado da festa onde tinha um bar – nada de álcool, a festa era na escola, o que não impedia a venda do velho e bom refrigerante. Mica o acompanhou, Lua não ficou receosa, afinal as meninas já deveriam está voltando, pediu até que Chay trouxesse uma agua pra ela.

Triste engano, as meninas não apareceram, os meninos também sumiram e ficamos nós dois naquele silêncio insuportável que eu resolvi quebrar.

- Engraçado nós dois aqui nessa festa. – eu falei com um sorriso de canto irônico.

- Engraçado por quê?

- Talvez porque há alguns anos atrás numa dessas festas você aprontou justo comigo, e nos anos que se seguiram nós se quer falamos bom dia um com o outro. – eu explicava, e pude perceber ela abaixando a cabeça.

- Eu já te pedir desculpas em relação a isso. – ela falou ainda de cabeça baixa – E já te agradeci também por ter me salvado duas vezes.

- Salvado? – perguntei achando estranho o termo que ela usou.

- É me salvado, ajudado, não importa. – ela levantou o rosto, mas ainda não me encarava – Eu nunca entendi porque você sempre me ajuda, quando eu não mereço isso.

- Não é questão de merecer, ou não merecer. Eu não poderia deixar aquele idiota se aproveitar de você daquela forma... – me interrompi quando a vi se arrepiar e encolher se auto abraçando como se não quisesse se lembrar daquele dia – Ei! Falei besteira, desculpa.

Um silêncio rolou.

- Não fica assim! - involuntariamente passei minha mão próxima ao rosto dela tirando uma mecha do seu cabelo e colocando atrás da orelha.

- Relaxa, não tem que me pedi desculpas, é só que eu prefiro não lembrar. – ela me encarava – E obrigada pelo dia da praia também. Você não tinha obrigação de ir atrás de mim, ou me levar até em casa.

- Lua, eu não sei se você já percebeu, mas eu não faço as coisas apenas pra quem merece, ou por obrigação. – eu tentava conversar normalmente, sem parecer um bobo apaixonado, ou um garoto metido a herói – Eu faço as coisas das quais eu vou me sentir bem, as quais eu julgo ser correto.

- E ajudar uma pessoa que te humilhou te faz bem? – ela perguntava confusa, como se não entendesse nada do que eu falava.

- Em relação ao seu ex, eu não pensei na garota que me humilhou, e sim num cara idiota tentando se dar bem de qualquer forma. -  parei pra respirar, não queria parecer grosso agora, mas era necessário – E na praia, as meninas estavam muito preocupadas com seu sumiço.

- Então foi me ajudar por causa das meninas? – ela perguntava afirmando como se começasse a entender.

- Fui te procurar pra passar o recado, mas te ver daquele jeito me deixou angustiado, eu não poderia te deixar lá sozinha.

- Mas você saiu quando eu pedi. – ela questionava visto que eu realmente sair andando deixando ela pra trás.

- Eu nunca deixaria você voltar pra casa sozinha, eu só não ia ficar perto de você. – falei, ela que me achasse um trocha, bobo e apaixonado.

- Você ia me seguir? – notei uma ponta de um sorriso surgir no rosto dela.

- Tecnicamente sim. Eu ia acompanhar até ver se estava segura. - não a encarava mais, meus olhos me entregariam – Ver que você tinha chorado não me cheirava nada bom.

- Realmente eu tinha chorado, mas se você não se importar eu não queria mais falar disso. – ela se encolhia novamente, e eu não me aguentei e levantei seu rosto.

- Segredo nosso! – tentei fazer graça, mas encarar aqueles lindos olhos e aquela boca perfeita, não foi minha melhor opção.

Nossos olhos se cruzaram, e ela assim como eu tinha o olhar perdido entre minha boca e meus olhos. Quando começamos a perder a noção de espaço existente entre nós dois, a cadeira ao meu lado é arrastada.

- Espero não está atrapalhando nada. – Chay falava em tom irônico me deixando puto da vida – Sua água senhorita Blanco.

- Obrigada! – ela respondeu se levantando e saindo em direção à pista de dança.

Por Nana F.