sábado, 3 de maio de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 36



Cap 36

Na escola

Os dias tinham se passado, na delegacia, Lua não conseguiu extrair nenhuma informação que desacreditasse a versão do Zé Lima. O dono da birosca confirmou que ele bebeu muito aquela noite, ele também não lembrava a que horas o Zé cehgou e nem a que horas saiu. A Sophia  e o Micael confirmaram que estiveram na noite do assassinato atrás da Igreja. Pelos seus depoimentos eles ficaram lá mais ou menos uma hora entre dezenove e vinte horas. Depois saíram dali e foram para a fazenda Aguiar, ficaram escondidos namorando em umas das construções. Só saíram na manhã seguinte. Esse horário batia com as conclusões da perícia, por eles as mortes de Jorge e Roberto ocorreram entre nove da noite e duas da manhã. Lua precisava relaxar. Resolveu dar uma passada na escola para ver com as crianças e aproveitar e combinar com a Sophia a sua ida no dia seguinte à delegacia.

Chegando na escola Lua teve uma linda supresa, Arthur estava lá brincando com as crianças, eles estavam jogando bola. Arthur suado, de camiseta, rindo com as crianças, era uma cena linda de ver. Lua pensou que senão estivessem na escola, ela o agarraria ali mesmo. O seu namorado estava incrível, irresistível.
Quando Arthur viu a Lua sorriu.

- Crianças, olha quem chegou para reforçar o time?

As crianças correram e gritaram.

- TIA LUA!!!!

Elas a abraçavam queriam falar todas ao mesmo tempo. Lua adorava aquela energia toda. Depois de se limparem, foram para a sala de leitura. A tia Lua começou a ler historinhas para as crianças. Arthur observava encantado o quanto a Lua era linda e como ela fascinava a garotada. Durante a leitura ela olhou pra ele e deu uma piscada. Ele não resistiu e somente mexendo os lábios mandou um recado para ela.

- Depois daqui, no lago.

Lua concordou com a cabeça. Ela queria acabar a leitura ali mesmo, mas não podia, tinha que segurar a sua ansiedade em benefício das crianças.

Quando acabou de ler, se despediu das crianças e de Arthur. Saiu e foi falar com Sophia.

- Sophia, eu preciso que você vá a delegacia para mais uma acariação com o Zé Lima.
- Por que Lu?
- Tenho que tentar fazer que ele se lembre dos horários. Essa história está muito encaixadinha.
- Você não acredita que ele matou aqueles homens?
- Acredito sim. Foi ele. Mas o motivo que não está me convencendo. Ele está protegendo alguém.

Sophia não sabia o que dizer sobre a disconfiança da Lua. Somente concordou em comparecer de novo a delegacia.

Na fazenda dos Cassiano.

Dona Clara andava de um lado para o outro na sala de estar da fazenda. Dr. Pinheiro estava sentado tentando acalmá-la.

- Dona Clara, pode confiar no Zé. Ele já concordou com tudo. O caso está praticamente resolvido.
- Então por que aquela delegadazinha de quinta, não encerrou o caso e encaminhou para a justiça?
- Realmente a Delegada Lua, não está muito convencida dos motivos do Zé. Demos sorte de que Sophia e Micael confirmaram a versão da igreja.
- Sorte nada. Eu sabia. Eu sempre soube da paixonite do Zé pela minha sobrinha, ele sempre a seguia quando ia ela saia para a cidade. Só que aquele imbecil tinha que matar o delegado e o assistente com a arma que eu tinha conseguido plantar as digitais do Arthur. Isso tinha acontecido há algum tempo numa das festas de quermece da cidade, quando os "meninos" estavam no balcão de tiro ao alvo. O Arthur estava meio bêbado e quase atirou com o revolver de verdade. Toda a ideia me apareceu instantaneamente. Incriminar o Arthur, desmoralizar os Aguiar e Pedro assumia o controle da cidade. Como sempre deveria ter sido. Mas o idiota do Zé trocou as armas e atirou com a dele, a do Arthur foi parar no fundo do rio.
- Mas Dona Clara por que isso agora depois de tanto tempo???


Por Paula Gonçalves

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