Um Amor de Novela - 2 - Capítulos 26 e 27

Capítulo 26

POV- Arthur

Estávamos no maior clima quando o telefone toca. Revoltado eu atendo-o:

“Alô.” Falo, esquecendo que estava na Austrália, que fala em inglês.

“Oi filho!” Fala minha mãe. “Só estava ligando pra saber se vocês haviam chegado no hotel. O irmão da Lua conseguiu o número pra mim, vou ligar todos os dias.”

“Eba.” Falo tentando não parecer desanimado.

“Eba o que?” Pergunta-me a Lua.

“Minha mãe vai nos ligar todos os dias.” Falo.

A Lua começa a rir, e pede pra mandar um beijo para sogra dela. Depois dessa interrupção volto minha atenção para a Lua.

Nosso um mês na Oceania passa muito rápido. De dia fazíamos passeios na praia, trilhas ou relaxávamos no hotel. A noite eu levava-a para jantar em diversos restaurantes e pubs da cidade, e depois íamos ou nadar ou para o quarto.

Se fosse possível teríamos ficado lá pra sempre, mas infelizmente, tanto eu, quanto ela, precisava voltar a trabalhar. Nossos últimos dias na ilha foram estranhos. Lua sentira-se estranha, e depois de alguns dias desse enjôo não passar decidi ir à farmácia comprar um exame de gravidez.

POV- Lua

Na última semana na Austrália, senti-me absurdamente enjoada. Quando esse enjôo tornou-se frequente, Arthur decidiu comprar um exame de gravidez.

Enquanto ele ia a farmácia eu andava de um lado para o outro no enorme quarto de hotel. Se eu estivesse grávida novamente seria a realização se um sonho.

Quando ele chega faço o teste, ficamos esperando o resultado, juntos, abraçados. Quando o meu celular apita, avisando-nos que estava pronto o exame, Arthur me puxara, dera-me um beijo e falara:

“Estarei aqui para o que der e vier.”

“Eu sei, amor.” Falo.

“Nunca vou deixá-la.” Ele me avisa.

Capítulo 27

POV- Arthur

Lua entra no banheiro para pegar o exame e ver o resultado. Como ela demora decido ir ver se estava tudo bem, encontro-a chorando no chão.

Soube na hora que ela não estava grávida. Apensar dela nunca ter dito que queria outro filho, eu as vezes via-a olhando crianças com um olhar de tristeza. Encarando brinquedos, como se desejasse poder dá-los a alguém.

Abraço-a e ajudo-a a caminhar até a nossa cama, ela se deita e eu fico com ela. O resto do dia passamos juntos, agarrados, dando força um para o outro. Sempre fora ela que me cuidara, com raras exceções, mas desta vez eu que precisava cuidar dela.

POV- Lua

Algo em mim dizia-me que eu estava grávida, mas saber do contrário fora como perder o chão. Não tive coragem de contar a ele a verdade, então quando ele entrou no banheiro, e me viu chorando, mesmo sem eu falar nada, ele soube o que estava acontecendo.

Os dias seguintes foram desanimados, eu sentia que algo faltava. No dia que chegamos de volta ao Brasil, fomos recebido pela nossa família.

Haveria um jantar na casa da minha mãe, e depois iríamos finalmente descansar em casa. Nossos familiares nos receberam bem, cheios de curiosidades sobre a Oceania.  Minha irmã Ana notara que eu estava estranha, distante.

“Lua, tem certeza que está tudo bem?” Perguntou-me ela.

“Sim, eu só estou cansada.” Respondo, sem ter coragem de falar sobre a decepção que eu tivera ao descobrir que não estava grávida.

POV- Arthur

Lua voltara ao Brasil basicamente calada, mas em compensação extremamente dengosa. Ficávamos nos vôos abraçados, de mãos dadas, enfim, juntos.

Na casa dela nos separamos, mas apenas porque não tivemos escolha. Enquanto ela ficava com as irmãs eu conversava com o meu cunhado.

Nosso primeiro mês de casamento foi marcado por alegrias e tristezas. Jantávamos com amigos, saímos em duas revistas, Lua preparava-se para uma nova peça de teatro e eu procurava trabalho.

Por volta do terceiro mês de casamento decidimos algo.

Por Amanda L.