Mais que Amigos - Cap 34

Post 34

            Chegando a casa dele, ele logo soltou minha mão e ficou de frente pra mim.

            - Seu silêncio tá me matando. Tá com raiva de mim?

            Neguei com a cabeça.

            - Tá em choque e não quer falar nada?

            - Não... Não sei o que... Falar. – conseguiu sair algo quase que num sussurro.

          - Eu estou em choque, assustado, mas te ver desse jeito está sendo pior do que quando contei para minha mãe. – ele conseguiu me fazer da um sorriso sem graça só em pensar o escândalo da mãe dele.

            - O que ela falou?

            - Que eu era um louco, inconsequente, irresponsável. Que teria que assumir meus atos, e que ela não viria embora se não fosse urgência.

        - Você vai continuar aqui sozinho, ou vai se casar com a Annie? – um sentimento estranho começava a surgir. Não era ciúme de Annie, mas era uma sensação de que se ele se casasse talvez eu o perderia pra sempre.

            - A Annie já deixou claro que não quer voltar. Ela quer que eu assuma o meu papel de pai, mas que continuemos amigos e nada mais.

         - Justo você que sempre foi cuidadoso comigo e com a Soph vacilou na camisinha Aguiar? – falei tentando descontrair o clima chato.

            - Pois é, e eu nem me lembrava disso. Foi uma única vez e olha no que deu.

            - O que você quer fazer agora? Pra que queria que eu viesse pra cá com você?

          - Não quero ficar sozinho, nem queria ficar lá me explicando. Ele me puxou pra sentar no sofá do seu lado e deitou no meu colo – Eu posso te pedir uma coisa?

       - Já sei! Pipoca com brigadeiro? Ou melhor, cafuné a tarde toda? – tentei brincar arrancando o primeiro sorriso dele de hoje.

         - Isso também é uma boa pra afogar as magoas de dois amigos solteirões. Mas eu quero te pedir algo mais complexo um pouco. – ele se sentou me encarando, e me assustando.

          - Solteirão é você, eu estou fechada para balanço e querendo curtir minha vida enquanto posso.

          - Falou a pessoa de 16 anos que está se sentindo a maior velha que não aproveitou a vida. – ele sorriu e logo voltou a ficar sério – Curtir a vida com juízo viu, e me escutando primeiro.

            - Ok! Senhor da razão que esqueceu como faz pra evitar filhinhos...

            - Não fala mais nisso, por favor! Me sinto a pior pessoa do mundo.

            - Certo, mas o que quer mesmo me pedir. Aproveita que hoje estou boazinha.

           - Ok! Mas não é um pedido pra hoje, é mais uma coisa para o resto das nossas vidas. – Eu o olhei curiosa.

            - Que papo estranho é esse? – falei levantando uma sobrancelha e franzindo o cenho.

         - É assim, me promete que aconteça o que acontecer, você nunca vai se afastar de mim?

            - Não entendi! – papo estranho mesmo.

      - Independente dos rumos que a nossa vida tome, independente dos seus futuros namorados, mesmo se o meu filho for uma peste – ele falou rindo – Nunca se afaste de mim.

        - Arthur que pedido é esse? – eu falei indignada – Você é meu amigo desde meus 7 anos, nunca te abandonei mesmo morando distante, por que isso agora?

      - Sei lá, acontecem algumas coisas na vida da gente que deixamos passar despercebidas. Pessoas que são importantes que passam e a gente não dar o devido valor. Algumas dessas pessoas deixam coisas boas, outras nem tanto. E você é uma das pessoas que entrou na minha vida por acaso, ocupou um lugar aqui dentro – ele falou apontando para o peito e fazendo meus olhos encherem de lágrimas – Lugar que ninguém mais pode ocupar. Você mesmo muda como ficou hoje mais cedo, consegue me passar uma tranquilidade, uma certeza de que tudo vai ficar bem que eu não sei explicar.

            - Eu já falei que também sinto isso. E não se preocupe que nunca vou te deixar.

            - Eu te amo Luinha!

            - Eu também te amo Thur!

FLASHBACK #15 OFF

Aquele dia foi ótimo, apesar da noticia da gravidez que fez meu pai ficar cismado com minha amizade com Arthur, e do cuidado redobrado que agora existia quando a gente pensava em sair todos juntos.

Desconfiança dos pais sabe, quando descobre que um errou tem certeza que todos fazem a mesma coisa e que pode errar também a qualquer momento. Mas isso não impediu que nós continuássemos nos divertindo.

Por Nana F.

"Lugar que ninguém mais pode ocupar" é bem assim...

Quando releio esses trechos assim da web, me vem uma coisa na cabeça...

Quantas vezes nós abrimos a boca pra criticar as falhas dos nossos amigos?

Quantas vezes os julgamos e brigamos com eles por algo que fizeram errado?

E o mais importante, quantas vezes somos capazes de dizer o quanto eles são importantes pra gente sem que tenham feito alguma coisa antes, do nada?

É fácil falar te adoro, te amo depois de ter recebido algo, ter um favor executado, entre outros. É fácil ligar e falar "obrigado por ter feito isso pra mim, te adoro". 

Mas e ligar pra falar simplesmente o quanto ela é importante e que você a adora, você já fez isso?

Mesmo que não telefone, uma mensagem, um recado se quer... A gente as vezes se esquece ou tem receio de parecer maluca e acabamos que deixamos sentimentos importantes sem manifesta-los.

É por isso que hoje eu quero dizer a vocês aqui... Lara, Brenda, Amanda, Lynne, Lu, Paulinha, Tama, Mah, Rávyla, Kelly, Eliandra, Julia, Julia Lopes, Camila, Camila Cantelli, Karina, Andreliny, Loma, Dani, Maria, Bea, Ale, Nayara, Gabizinha, Letícia, Carol Duarte, Carool, Duda, Ana Paula, Beatriz Saurin, Anerb, GNP, Lívia, Yarin... Todas vocês que tentei ao máximo não esquecer o nome, a tantos outros que um dia acompanharam e comentaram e que por algum motivo parou. Enfim, obrigado por fazerem parte da minha vida.

Não digo isso apenas por um simples comentário deixado na web, mas por vocês existirem e me deixarem satisfeita com o que eu tento fazer pra dividir com vocês.

Muitos de vocês já saíram desse mundo de apenas leitor do blog pra mim. Alguns eu converso por longas horas e não me canso. Vocês são importantes sim, cada um do seu jeito, cada um da sua forma.

Obrigada, Nana F.