Mais que Amigos- Cap 43 e 44

Post 43

            - Vem meu amor, brincar com tia Luinha.

            - Inha! – o silêncio predominou a casa.

- Como é bebê? – Arthur falou correndo junto a mim. Julinha só fazia sorrir pra ele.

       - Tia Luinha é pequena?! – meus olhos estavam cheio de lagrimas. Eu falava me sentando no sofá com ela no meu colo.

            - Dá Inha, dá. – ela repetiu e pegou a boneca.

            - Nada a ver, Inha é a boneca. Ela vai falar tio Chay. – falou a voz da inteligência.

        - Nada disso, a boneca é Néca. – Mel lembrou ele – Como a gente vai saber se é Luinha?

            - Inha. – ela tornou repeti olhando pra mim dessa vez.

           - Eu tenho certeza. – Soph falou e deu uma ideia – Pra gente ter certeza é só Luinha sair de perto dela e a gente perguntar algo que a leve a chama-la.

            - Gostei da ideia. – falei já me levantando enquanto a pequena me observava e ficava em pé apoiada no sofá.

           Não precisou muito pra confirmar. Nossa princesinha já chamava Inha e fazia o sinal com as mãozinhas pra que eu a pegasse.

            - Perdeu Chay. – Mica bateu no ombro dele, que não perdeu tempo em fazer piada.

            - Perdeu Arthur, sua filha lembra mais de tia Inha que do papai.

            - Não tô vendo graça. - Arthur falou com uma cara não muito boa.

            - Para Chay, isso é só porque é um nome mais fácil, e ela também passa boa parte do dia com a Luinha, não podemos negar isso. – Sophia falava.

         - Julinha, vou começar a cuidar de você nas manhãs. Horário que Luinha tá na faculdade. – Mica falava a fim de tirar Arthur do sério – Quem sabe assim o meu não é o segundo nome.

        - Para Mica! – acabei falando mais alto e Ju me olhou com carinha assustada – Desculpa titia, é só porque esse titio bobo tá pirraçando o papai.

            - Papa! – mais um silêncio.

            - Essa menina desembestou a falar hoje, ou o que foi? – Chay falava achando graça.

            - Repete papai, repete. – Arthur a tomou dos meus braços que eu nem senti. Mas nada de Julia repeti nada.

            - Néca, dá Inha. – ela olhava pra mim.

            - Não filhota, repeti papai vai. Pa-pai. – Julinha ficava furiosa e eu fui até ela.

            - Toma pequena. – a entreguei a boneca – Brinca com o papai vai.

            - Papa! – ela repetiu e Arthur era só alegria.

            Enquanto risadas eram ouvidas e resenhas eram feitas eis que surge a frase do século de Chay.

            - Já descobri tudo, ela só fala o que Luinha manda.

            E assim seguimos aquele fim de tarde, mas o mais esperado ainda estava por vir.

Post 44

           

- Vai Luinha, desculpa ai?! – Mica falava.

- Não! Nem quero papo com você.

- Thur, fala com ela, era brincadeira. – ele agora apelava pra Arthur, mas o motivo disso tudo era porque ele queria muito o meu brigadeiro.

- Não me meto nessa história.

- Acho bom senhor Arthur! Ou você também fica sem. – resmunguei e me sentir uma criança birrenta.

- Tá bravinha, tá?! – Arthur apertava minhas bochechas.

- PARA THUR! Isso dói. – ele me soltou, abraçando-me em seguida.

- Desculpa, mas eu não resisto quando você faz esse bico. – ele me abraçou de lado dando um beijo na minha testa – Me lembra de uma garotinha de 7 anos caída no jardim porque tropeçou na própria perna e não queria limpar o joelho machucado.

- Eu não tropecei na minha perna, eu cair apenas. – tá eu tropecei, mas não assumiria isso nem por tortura.

- Era grande demais e se embaraçava nas nossas corridas. – falou Soph gargalhando.

- Vocês tiraram o dia pra me provocar? Já deu pra mim. – falei realmente irritada, joguei o prato de brigadeiro no colo de Arthur e sair em direção ao quarto onde Julinha já dormia.

Sei que era brincadeira, sei que eles gostavam de mim, mas poxa, estava difícil sorrir sempre. Eu era apenas uma adolescente de 18 anos, com um histórico amoroso de assombrar qualquer um, e se descobrindo encantada por quem não deveria.

Calma que eu explico!

Digamos que vocês sabem que minha vida amorosa não anda lá essas coisas. É complicado depois de tudo que eu passei com o Dan, mergulhar num novo relacionamento. Encontrei com o Dan mais algumas vezes, e com outros eram mais ficadas, namoricos bobos, mas nada que se aprofundasse muito, afinal eu tinha sempre o meu guarda costas disponível pra falar quem prestava ou não. E foi disso que surgiu o meu segundo problema.

Aquela superproteção do Arthur estava mexendo realmente comigo. No inicio eu juro que achava apenas bonitinho, fofo, mas nunca o olhei com outros olhos. Só que com o passar dos anos a nossa proximidade estava me deixando cada vez mais perdida. Era complicado enxergar com paixão aquele que só te enxergava como irmã mais nova.

Eu sei que fui eu que me iludi com o que não deveria. Sei que ele nunca me deu esse tipo de esperança, mas falou mais alto que eu. Aquele carinho todo, aquele cuidado todo, foi inevitável não se encantar. Ele era sem duvida o namorado que qualquer uma pediu pra Deus. Estava ficando difícil conviver sendo apenas amiga.

Voltando a casa da Mel...

- Luinha, desculpa vai. Volta pra sala. – falou sussurrando ao meu ouvido aquela voz que eu tinha que manter longe de mim.

- Depois... Eu volto. – Tentei não gaguejar, mas naquele instante as lagrimas já tinham sido inevitáveis e rolavam.

- Ei você tá chorando linda! – por que ele tem que me tratar assim? Isso só dificulta tudo.

- Não foi nada, eu já vou. – enxuguei meu rosto e ele me encarava.

- Não gosto de te ver assim. – ele segurava meu rosto e isso era maltratar demais meu coração.

- Eu já vou indo, vou ao banheiro antes pode me esperar lá na sala. – falei me levantando de uma vez, mas senti ele segurar meu pulso.

Por Nana F.

Postando junto pra economizar comentários de vocês.

Post programado!