Mais que Amigos - Cap 53

Post 53

Pra começar, não foi tão fácil assim para meu pai permitir que eu ficasse na casa de Arthur. Pra ser sincera, ao mesmo tempo em que eu estava louca de vontade pra ir, eu tinha medo dessa relação de irmão piorar.

Meu pai primeiramente pensou em me deixar na casa de Soph, mas ele viu que não daria certo, pois minha tia não aceitaria que ele pagasse nada e eu assim viveria “de favor” lá. Sem contar que ele queria um lugar que me permitisse ter meu espaço, fazer as coisas do meu jeito.

Minha mãe sugeriu um apartamento, mas além de não encontrarmos nenhum por perto de onde a gente queria, sairia bem mais trabalhoso mobiliar tudo. Depois de mais duas visitas do Arthur, dos meus pais irem conhecer de fato a casa dele, o quarto disponível e tudo mais, foi resolvido que eu iria pra lá.

A mãe da Soph quase enlouquece, segundo ela era uma falta de consideração eu ter que ficar na casa de Arthur, com ela morando em frente. Mas minha mãe logo resolveu tudo.

Meu quarto era bem grande. Alias aquela casa toda era enorme. Herança de família que nada em dinheiro é assim. A mãe foi embora viver a vida dela e deixou a casinha de presente para o filhinho. Mas isso nem vem ao caso agora.

Os primeiros dias na nova casa foram ótimos. Sentia muita falta dos meus pais, mas falar por telefone aliviava um pouco, o que acontecia todos os dias, às vezes até mais de uma vez ao dia. Nossos amigos decretaram o lugar como uma colônia de férias. Bastava piscar os olhos e todo mundo estava ali. As despesas da casa em relação a alimentação, luz, água, gás e essas coisinhas era divida igualmente. Arthur não quis no inicio, mas foi uma das imposições do meu pai. Afinal, pra ficar de graça teria a casa dos meus tios.

As únicas coisas que eram separadas eram alguns gastos de Julinha, e coisas minhas e de Arthur pessoais. Bem, casa nova, vida nova, amor antigo...

FLASHBACK #20

- Regras são regras Mel. A gente teve que impor isso pra respeitar minha privacidade e a dele.

- Mas Luinha, se você começar a namorar vai ter que ser da porta pra fora de casa? Sem jeito de mudar isso?

- Eu entendo isso. Seria tenso terceiros circulando a casa. Sem contar que a Julia é uma criança, esse tipo de ambiente não é bom. – falava Soph.

- Melzinha, pense ai se eu acordo num sábado tranquilo e dou de cara com a peguete do Arthur saindo do quarto dele? – falei dando um exemplo.

- Ele tá pegando alguém? – Mel já perguntou curiosa.

- Não sei. Mas ele é homem, lindo e solteiro.

- Porque quer. – Soph respondeu e eu já entendi o sentido.

- Vamos parar com as indiretas Soph? Morreu essa história aqui. – falei.

- Não está mais aqui quem falou. – Soph levantava as mãos se rendendo.

- Quero sorvete! – falei fazendo bico.

- Então vamos sair um pouquinho. Também quero. – Mel já se levantava.

Olhei pra Julia que brincava em um cantinho sem saber o que fazer. Ir, ou não ir?

Por Nana F

 Sinto cheiro de confusão... Pois é!