Apenas um Feriado... Ou não! - Capitulo 3

Capitulo 3

Durante o nosso delicioso jantar – pizza – o clima era de total descontração. Mas percebi algo estranho entre olhares de Chay e Mel.

- Sah, aconteceu algo durante a viagem que eu não estou sabendo? – perguntei baixinho, já que a mesma se encontrava do meu lado.

- Troca de olhares, risadas bobas, e um belo cochilo que dei no banco de trás. – ela respondeu – Fiquei sem clima pra segurar vela.

- Hum... Ai tem coisa!

- Quero participar da conversa também. – Chay berrou do outro lado da mesa, me assustando um pouco – Conta logo o que vocês andam tramando ai?

- Tramando nada. Apenas observando as coisas. – Sah respondeu.

- Precisamos mesmo programar alguma coisa. Um dia já acabou e nós aqui. – falei.

- Verdade. Amanhã eu quero sol, praia e curtição. – Sabrina falou se levantando – E por isso, vou descansar na minha querida caminha e sonhar com os anjos. Beijos pra quem fica.

- Eu tô sem sono. Queria fazer algo. – falou Mel.

- Dar uma caminhada na praia era uma boa. – Sophia sugeriu.

- Pode ser. Vocês topam? – Arthur perguntou.

- Por mim... – Chay respondeu dando de ombros. Eu e Mica apenas assentimos.

Após arrumar a pequena bagunça, eu subi pra avisar Sabrina, mas a mesma já se encontrava dormindo com os anjos. Resolvi não acorda-la, afinal era só um passeio bobo.

Seguimos pra praia, que não ficava nada distante, algo como atravessar a rua e tocar na areia. É... A casinha da titia era privilegiada.

Sentir aquela brisa gostosa, ventinho fresco, cheirinho do mar... Paz e liberdade! Essa era a sensação. Chay veio logo me abraçando pelos ombros, segundo ele, seria pra selar a paz durante o feriado. Eu brigo, mas amo esse garoto.

Ele que não é bobo nem nada, tratou de puxar Mel para o outro lado e seguimos andando devagar pela  areia fria os três abraçados.

- Cara, eu tô começando a sentir frio. – falou Arthur.

- Quando eu falo que ele é fresco é por isso – Mica respondeu.

- Sem graça! Você tá ai agarrado a Soph. Chay agarrou logo uma de cada lado. – ele falava engraçado – Sobrei me abraçando. E o vento tá frio.

- Tadinho dele! – Mel falou rindo.

- Fecha a cara Mel. – Chay falou – Da ousadia não, se não toma conta.

- Vou voltar. – Arthur falou parando de andar.

- Ei! Não me deixa só com esses dois casais não...

- LUA! – Mel me interrompeu se soltando de Chay.

- Priminha, você está quebrando o clima.

- Desculpa priminho. – respondi irônica, peguei o braço dele e puxei Mel a colocando de volta ao seu lado – Tô voltando também.

- Lu...

- Relaxa Mel, Chay é feio, mas não morde. – falei e sai correndo puxando Arthur que só ria.

- Arthur, direto pra casa viu! – Chay gritou e a gente já estava um pouco distante – É minha prima.

A gente não tinha caminhado tanto assim, pelo menos era o que parecia, mas pra voltar percebemos que nem tão perto estávamos.

- Ciumento seu primo hein? – Arthur perguntou.

- Nem... Nunca foi pelo menos. – eu respondi.

- Segunda vez que ele fala isso só hoje – ele falou sorrindo e se “abraçando” por causa do vento frio assim como eu.

- Vai ver você é que é perigoso. – falei rindo e ele me acompanhou quase gargalhando – Brincadeira. Isso é só palhaçada dele.

- Não me leve a mal não, mas acho que se rolar um abraço – ele passou a mão pelo meu ombro – O frio diminui. Incomoda?

- Tranquilo. – respondi, mas assumo que fiquei um pouco sem graça.

Nossa proximidade não era tanta pra isso, mas sei lá, era uma sensação boa. E ele além de lindo, era agradável e cheiroso... Muito cheiroso.

Chegando em casa, nos deparamos com uma Sabrina no sofá da sala.

- Saíram e nem se lembraram de mim... Tudo certo.

- Meu bebê – eu falei provocando apertando o rosto dela entre as mãos – Fomos dar uma volta na praia, mas o frio nos fez voltar mais cedo. Nada demais.

Assistimos um pouco de TV, resolvi ir para o quarto com Sah, Arthur disse que também já iria dormir. Apaguei assim que bati na cama. Acordei com um movimento no quarto, ao abrir meu olho percebi certa claridade no local e Mel trocando de roupa... Mel?

Quinta feira, 15 de novembro de 2011 – Começou cedo... Muito cedo!

- Posso saber onde a senhorita passou a noite? – perguntei logo curiosa, se deixasse essa conversa pra depois, ela fugiria falando que eu sonhei com isso.

- Que susto Lua! – colocou a mão no peito – Isso não se faz, eu poderia ter sofrido um...

- Não desconversa! Onde você estava?

- Bem, vejamos. Você me deixou ontem na praia.

- Sim, isso foi ontem à noite, agora são... – olhei as horas no celular – São dez pras seis da manhã. E não me enrola.

- Ficamos na praia nós quatro, dai voltamos já bem tarde, os meninos começaram a beber alguma coisa lá do lado da piscina, fomos conversando... Enfim, esperamos o sol nascer pra vir dormir – ela falou bocejando já – E estava linda a paisagem. Bela vista.

- Os quatro?

- Sim Lua, nós quatro. – bocejou novamente – Deixa eu dormir e volte a dormir também.

- Quer dizer que você agora é minha priminha?

- Não estou namorando... – falou quase dormindo e embolado – É apenas um feriado.

O papo acabou ali porque Mel apagou. E o meu sono... Bem, esse foi embora. E lá vou eu me levantar às seis da manhã. Minha intensão de descansar ia por água abaixo.

Desci em silêncio. Nenhum resquício de vida naquele ambiente. Passei pela cozinha, tomei um copo de leite, e resolvi sair um pouquinho. Ninguém merece acordar cedo e assistir telejornal na TV em pleno feirado.

Caminhei pela areia da praia por um tempo, resolvi sentar por ali e pensar um pouco na vida. Era incrível como aquilo me passava uma sensação boa. Apesar daquela paz toda, algo me intrigava. Viajei querendo descanso e sossego, mas algo me dizia que algo mais forte aconteceria.

Mesmo com o sol nascendo bonito, o céu tinha algumas nuvens escuras agora, e um clima abafado. O que me fez sentir calor e querer voltar pra casa, mas antes mesmo de passar pelo portão, fui surpreendida por um amigável abraço de bom dia.

Era Arthur.

- Achei que era o único acordado uma hora dessas. – ele falou com um sorriso lindo.

- Que nada. – respondi – Mas pelo o horário que o pessoal foi dormir, não acordam por tão cedo.

- Nem vi ninguém chegando.

- Digamos que acordei por isso. – mudei de assunto pra não falar demais – Sabrina não tá acordada?

- Olhei na sala, na cozinha e lá nos fundos. Vi ninguém. – ele me respondeu.

- É... Esperar alguém acordar pra fazer alguma coisa. – falei sem graça.

- Nada de esperar, vamos da uma volta, qualquer coisa. Ficar em casa assistindo TV numa praia dessas é até pecado. – ele falou rindo e me puxou pela mão porta a fora novamente.

- Acabei de chegar, eu estava andando. – resmunguei com o meu sedentarismo falando mais alto.

- Vai me deixar sozinho? – fez cara de ofendido me fazendo rir – Eu pago uma água de coco!

- Ok! Vamos logo antes que eu desista.

Caminhamos por longo tempo. A conversa surgia, o papo fluía, risadas e coisas mais sérias também. Ele a cada dia passava ser um cara legal. Bem humorado, lindo, educado... Onde Chay escondia esses amigos dele antes hein?!

Tomamos nossa agua de coco e resolvemos voltar. Já eram quase 11h00 e alguém já deveria ter acordado. Arrisco até que Sabrina já acordou a Mel, furiosa por estar sozinha. O que não contávamos é que uma bela chuva de verão surgira do nada.

Mesmo estando perto de casa não deixamos de nos molhar, ou melhor... Encharcarmos!

- Entraram no mar de roupa? – tinha que ser Chay.

- Chuva. – Arthur respondeu sorrindo.

- Que lindo! Banho de chuva é bem romântico. – Mel falou.

- Nascer do sol também amiga. – falei rindo e ela me olhou sem graça.

- Eu acho que meu sono tá me fazendo perder muita coisa. – falou Sabrina descendo as escadas.

- Dormiu até agora? – perguntei incrédula.

- Não, acordei mais cedo, mas não tinha ninguém deitei novamente. – ela respondeu – Providenciar algo pra gente comer, tô com fome.

- Vou trocar de roupa e venho te ajudar. – falei pra ela.

- Foge Luinha, foge da conversa séria que vou ter com Arthur agora. – Chay gritava sorrindo.

Por Nana F.