Capitulo 1
A manhã de sol cinza não assustava a menina, aliás, já estava mais que acostumada com esse tipo de clima no lugar onde morava. Sentada preguiçosamente em uma cadeira de frente ao mar ela observou o lugar em que estava não se parecia nada com o que ela havia deixado pra trás, mas o tempo passa. Deu um meio sorriso finalmente se dando conta que estava de volta ao Rio de Janeiro. Nossa... Fazia quanto tempo mesmo? Cinco? Seis anos? Ela não saberia dizer, mas soube que precisou voltar assim que um par de olhos invadiu seus sonhos, olhos conhecidos, olhos nunca esquecidos, castanhos.
Soprou o ar e viu uma fumacinha se formar.
Desde quando o lugar havia se tornado tão frio? Suspirou levantando-se indo em
direção ao quarto de sua cobertura, ela devia dormir um pouco, havia acabado de
chegar de viagem e nem ao menos um cochilo tirou. É, ela realmente ia dormir.
Lua dormia serena. O cabelo, agora longo e
liso, caia parte sobre seu rosto deixando-a com feições angelicais, tudo estava indo bem, até ela os
ver, aqueles olhos, ela sabia que os conhecia, por que a perturbavam tanto, por
que depois de tanto tempo?
Levantou-se
num pulo tentando apaziguar o bolo de emoções que se instalou sobre ela, tragou
a saliva contendo um soluço olhando para cima para impedir das lagrimas lhe
escaparem os olhos. Era ele, ela sabia. Mas o que fazia ali, após tanto tempo a
atormentando depois de tanto tempo? Eram tantas perguntas, tantas dúvidas, ela
não sabia nem por onde começar.
Saltou
da cama decidida a ir falar com sua mãe, elas não se viam pessoalmente há muito
tempo e a saudade já não cabia mais em seu peito. Sorriu feliz ao estacionar
seu carro em frente à casa amarela onde sua mãe morava sozinha, já que agora
Marisol já era uma mulher adulta, tomando suas próprias decisões. Realmente,
Lua havia perdido muita coisa, mas nunca deixou de falar com a família e os
amigos, nunca, ela apenas não queria mais voltar ao Brasil. Não havia
necessidade, mas agora, com esses sonhos, parecia que algo a chamava para estar
de volta. Com um sorriso delicado nos lábios, prendeu os cabelos num coque
desfiado, deixando a franja livre, pegou sua bolsa na cadeira do passageiro finalmente
saindo do carro. Apertou o interfone,
duas vezes seguidas e esperou ansiosamente ouvir a voz de sua mãe.
‘Quem é?’ – uma voz calma e mansa ressonou
naquele pequeno aparelho. Lua sentiu que poderia chorar ali mesmo, quanto tempo
não via a mãe, o quanto ela deveria ter mudado. Controlou a emoção, engolindo o
choro, como dizem.
‘Mãe? Sou eu, Lua.’ – ouviu uma
exclamação de surpresa e de repente o portão estava aberto. Adentrou os jardins
da casa olhando tudo a sua volta. A grama verde, a roseira bem cuidada, as
árvores que costumava brincar quando era criança, tudo estava ali, da mesma
forma.
Olhou
para frente um viu uma mulher de altura igual a sua, com os cabelos curtos e
meio loiros, meio brancos, correr em sua direção, seu sorriso aumentou e a velocidade
de seus passos também. A mulher tomou Lua nos braços como se pegava uma criança
no colo, a girou e a apertou num abraço de urso.
- Lua,
a quanto tempo. Porque não me avisou que viria, eu teria ido teria ido te
buscar! Como você passou? Está bem? Está tão magra querida, havia comida lá? –
Claudia disparou um montante de perguntas sobre como havia sido a estadia da
filha em Londres, como as mães costumam fazer e questionar se alimentação era
saudável. Lua jamais admitiria que sua alimentação havia sido a base de cafés
na Starbucks e lanches rápidos em um
bar qualquer.
-
Estou bem, mãe. Eu não lhe avisei porque nem eu mesmo sabia que viria... –
beijou o rosto marcado pelo tempo de sua mãe.
-
Muito bem, mas venha, temos tanto o que te falar, tantas coisas aconteceram.
Ah, minha filha, eu estava com tantas saudades!
- Eu
também mãe, também estava com muitas saudades.
Lua
passou a tarde inteira com sua mãe. Ela havia ligado para os irmãos, que agora
já moravam longe, alguns até em outro país, as que estavam no Rio foram imediatamente
ver a irmã. A tarde se passou ligeira, entre risos e brincadeiras. Lua tomou o
caminho de volta à sua cobertura não demorando muito a chegar, pediu um jantar
no quarto enquanto tomava um banho. Trocou-se, hidratou-se e logo depois de
terminar de pentear os longos cabelos lisos, batiam a sua porta.
‘Já
vai!’ disse correndo para atender. Deu uma gorjeta ao rapaz que deixou o
carrinho dentro do quarto, se retirou com um breve aceno de cabeça recebendo um
sorriso singelo da mulher.
Jantou
deliciando-se com o vinho tinto e alguma iguarias brasileiras, das quais sentia
muita falta. Deitou-se fechando os olhos devagar, devaneou sobre os lugares que
ainda queria conhecer, sobre o lugar ao qual pertencia, e sobre o dono dos
olhos que tanto lhe afligia.
Levantou-se
bem cedo na manhã seguinte, precisava comprar um imóvel, não poderia morar em
um hotel para sempre. Visitou uma imobiliária na qual tinha plena confiança e
esta lhe mandou um funcionário para lhe auxiliar na escolha de uma casa, ou um
apartamento.
‘Senhorita
Blanco?’ – o rapaz lhe chamou a atenção, ele não era feio, mas também não era
bonito, na realidade o que o deixava meio desproporcional era o seu nariz
voluptuoso.
‘Sim.
’ – respondeu delicadamente, sorrindo leve.
‘Gostaria
de apartamentos ou casas?’
‘Coberturas!
Não suporto passos sobre meu teto’ – falou com um leve ar brincalhão. Observou
o rapaz assenti.
‘Eu
buscarei algumas, mais tarde a telefono, pode ser assim?’
‘Claro,
está perfeito!’ despediu-se do mais moço retirando-se da sala com uma elegância
impecável, até mesmo a forma de andar parecia-se com uma princesa, culta e
educada. Muita coisa aconteceu. Londres não era o Rio, Lua teve de aprender ou
reaprender alguns modos.
Caminhou
até seu carro no estacionamento abarrotado de veículos. Esticou os pés buscando
enxerga-lo meio a tantos carros, pegou a chave e desativou o alarme, mas para o
seu azar, outro carro também foi desativado no mesmo instante. Qual seria o seu
agora? Foi até um dos carros, parecia-se muito com o seu, se não fosse uma
cadeirinha na parte de trás, suspirou resignada e passou a caminhar em passos
duros até o que, agora, ela tinha certeza de ser o seu. Mas quando estava em
próxima do seu estimado carro, escuta uma voz distante lhe chamar, virou-se
para trás, dando de cara com o par de olhos que tanto a atormentavam. Arthur,
Arthur estava bem ali.
‘Lua?’
Por
Karina Ellen
*Capa: Alana Weyh
Uau! Essa aí promete mistérios e surpresas. ADOOORO *o* XxCamila
ResponderExcluirTa com cara de ser boa
ResponderExcluirLinda!!!
ResponderExcluirWeb's de Karina são sucessos na certa! #Fato
ResponderExcluirAi OMG! Destino e sonhos, sempre falam aquilo que não temos coragem de admitir para nós mesmos.
ResponderExcluirAmando ! Curiosidade me consome
:o
ResponderExcluirJá amei! Já estou louca por mais!
Essa promete fortes emoções!!!
Omg destino nunca falha, só uma perguntinha, a web é inspirada na vida pós rebelde??
ResponderExcluirAle
Só pelo nome e pelo primeiro capitulo to amando *-----*
ResponderExcluirBrena
Opaa, grandes emoções já no primeiro cap essa web prometee
ResponderExcluirRapha L.
Hmmm quanto mistério! Amei!
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