sábado, 7 de setembro de 2013

Por um Acaso - Capitulo 7


Capítulo 7

Pov Narrador:

Às seis da tarde Arthur já se encontrava todo arrumado só esperando a hora certa de sair e ir encontrar a garota, ainda iria de ônibus claro. Teria que dá um jeito nisso. Agradecia mentalmente pelo lugar onde encontrou ser perto da casa da garota. Não que ele se incomodasse em andar, mas é que não queria ficar dando bobeira pelas ruas do Rio de Janeiro, sabia que a cidade era perigosa e se preocupava mais com o bem-estar de Lua do que o dele.
Vestia uma calça jeans preta, e uma camiseta de manga até metade do braço num tom azul, a noite estava fria então estava usando também um casaco um pouco grosso assim não sentiria frio nenhum e estaria bem agasalhado.
Arthur estava levando consigo seu violão, esqueci de mencionar pra vocês, mas ele gostava de tocar quando estava sozinho ou nas rodinhas de amigos em vários de seus acampamentos.
Decidiu sair logo afinal tinha dito pra garota que não iria se atrasar. Pegou o necessário, sua carteira, seu celular, e saiu do quarto dando de cara com Matheus.
- Já tá arrumado? E porque tá com esse violão ai? – perguntou Matheus desconfiado.
- É... É... Pra nada cara, mas do que você tá falando? Não to sabendo de lugar nenhum. – Arthur estava aflito.
- A gente tá indo num pub, não te avisaram? Então, deixa esse violão ai e vamos logo. Você sabe que as meninas odeiam esperar. – o amigo ainda tentava entender o porquê de Arthur está daquele jeito, tentando esconder algo... pensou!
- Cara, não dá. Eu vou tenho outro compromisso, tchau. – Arthur saiu de lá quase correndo antes que fosse mais bombardeado de perguntas.
- Eles vão ficar sabendo disso Arthur. – gritou Matheus para que Arthur ouvisse, mas esse já se encontrava descendo as escadas rapidamente pra não ser mais pego de surpresa por nenhum de seus amigos.
Quando saiu do hotel, suspirou aliviado poderia seguir seu destino em paz.

...

Lua por outro lado, estava um pouquinho atrasada. Só havia conseguido chegar em casa praticamente agora, e ainda se encontrava procurando a roupa ideal. Sabia que a noite estava fria, então é claro que colocaria algo mais quentinho. Por fim, acabou escolhendo por uma blusa preta de manga comprida e pequenos detalhes na frente, junto com uma caça jeans com a lavagem clara. Estava atrasada e não poderia ficar horas escolhendo uma roupa.
Entrou no banheiro rápido tomando um banho e logo depois vestindo a roupa escolhida. Colocou uma sapatilha também na cor preta, e agora estava na frente do espelho só dando um toque de maquiagem em seu rosto. Olhou-se no espelho novamente quando acabou. Até que estava bom (foi o que ela pensou)! Assim que tirou os olhos do próprio reflexo pode ouvir sua campainha tocando. Ele havia chegado.

Pov Lua:

Sim, eu conhecia o lugar onde eu e Arthur estávamos. Era um parque muito bonito, cheio de árvores, tinha grama por todo lado e pequenos brinquedos pra crianças menores. Nunca havia vindo aqui á noite, o que era estranho agora por que estava vazio. Quando venho aqui é sempre com Mel e Sophia e isso aqui tá sempre cheio.
Dei uma olhada para o céu, realmente Arthur tinha razão, de lá, tinha uma vista linda pras estrelas. Eu estava encantada com tudo, com aquelas estrelas todas no céu, com Arthur ao meu lado que também estava quieto só observando as luzinhas, assim como eu estava parecendo uma criança quando ganha doce.
De repente ele resolveu falar:
- Gostou, garota da manifestação? Está vendo, aqui é uma cidade grande e com certeza poluída, mas tem suas belezas naturais. - ele falou olhando pra mim.
- Thur... É lindo! Como nunca tinha percebido esse lugar a noite antes? – falei desviando o olhar pra Arthur que sorria pra mim.
- Eu sei, já pode me agradecer bastante e dizer que eu sou maravilhoso. – falou ele fazendo gracinha. Esse garoto devia trabalhar no circo.
- Você se acha muito engraçadinho néh? – falei dando um murrinho em seu ombro e ele rindo.
- Vem comigo. – me puxou pela mão enquanto se sentava no chão. Eu achei aquilo super estranho, ele me colocou sentada entre suas pernas e me fez encostar minha cabeça em seu peito, porém eu não iria reclamar eu estava adorando aquilo.
- Assim tá melhor? – ele me perguntou.
- Tá sim. Thur, obrigada... Obrigada por me trazer aqui! Eu realmente estou gostando muito.
- Só relaxa agora. Continua olhando pro céu, não é bom perder essa vista. – eu e ele voltamos a olhar pra estrelas e ficamos um certo tempo assim, até que eu resolvi quebrar aquele silêncio todo.
- Thur. – levantei meu rosto de um jeito que eu pudesse olhar para o rosto dele.
- O que? – ele perguntou, agora também olhando pra mim, olhava nos meus olhos, eu podia ver isso.
- Eu... Eu – fui encostando meu rosto ao seu á um ponto em que pude sentir sua leve respiração bater sobre a minha. Eu queria aquilo, queria sentir seus lábios sobre os meus.
Não sabia o que eu estava sentindo por aquele garoto. Estava confusa e sentia que ele queria isso também já que ele fechou os olhos como se dissesse que sim. Então ele acabou com a distância que havia entre nós juntando nossos lábios em um selinho demorado.
De repente eu afastei meu rosto do dele e quebrei o clima, o que me deu?
Simples!
Eu me lembrei do que Lucas fez comigo e do pavor que eu fiquei de homens depois disso, me levantei rápido e dei alguns passos, fiquei observando aquela bola branca do céu. Sim, aquela mesma que também possuía o nome de lua, de repente senti que Arthur estava atrás de mim, Sua respiração batia em minha nuca e me arrepiei um pouco com sua aproximação.
- O que aconteceu? Por que saiu desse jeito Luh? – ele sussurrou perto do meu ouvido, era a primeira vez que ele me chamava de Luh.
- Na... Nada Arthur é... Não quer me contar como conheceu seus amigos? – mudei de assunto. Não queria falar sobre o quase-beijo.
- Tudo bem, vem aqui. – ele suspirou indo em direção aos balanços onde eu sentei em um e ele em outro.

...

Arthur me contou como conheceu seus amigos, era uma história bastante interessante. Segundo ele, todos estudavam no mesmo colégio e eram um grupinho lá, sempre juntos em festas, baladas, festas de aniversários de outros colegas e se davam bem porque todos tinham o sonho de sair pelo mundo, o que eu achei meio estranho claro.
Thur me disse também, que quando fizeram 18 largaram tudo pra viajar. Ele não me contou o porquê dessa atitude radical toda e eu não ia não iria insistir. Se tem alguma coisa por trás disso ele iria me contar como quisesse, se quisesse também.
Não posso dizer que não fiquei maravilhada com tudo aquilo, porque bom, eu fiquei e muito.
Não é todo mundo que sai por aí com amigos, e que já não vê a família a mais de 5 anos. Eles eram 5, prestei bastante atenção nos nomes: Rosana, Matheus, Helena, e Thiago. O próprio Thur me contou também, como era o jeitinho de cada, o que me fez ter alguns ataques de risadas pelas histórias.
Agora a gente já estava sentado novamente na grama, dessa vez eu estava sentada com perninha de índio (não achei outra expressão) de frente pro Thur. Segundo ele, iria me mostrar uma música que ele compôs esses dias. Basicamente ontem, eu estava ansiosa pra vê-lo tocar.
Ele tirou o violão preto do case onde estava, e começou a tocar...

Tá difícil disfarçar
Quando te vejo já entrego no olhar
O jeito bobo de agir, faço de tudo pra te ver sorrir...

Sei que me vê, apenas como um menino
Pirralho e imaturo
Adora implicar comigo
Deixa eu te provar que eu posso ser bem mais
Deixa eu te mostrar que esconder não dá mais

Não sei por que ele tocava aquela música olhando pra mim profundamente. Eu estava adorando ouvi-lo tocar aquilo pra mim. E de repente começou a parte mais rápida, sim eu estava adorando tudo, sua companhia, aquele céu lindo todo estrelado, aquele lugar onde estávamos, ele tocando, sua voz linda...


Tão linda como as estrelas do céu
Seu brilho irradia com o sol
Eu já não sei se devo ou não tentar
Já resolvi que vou deixar
O tempo me mostrar como vai ser...

Eu decidi, não quero mais mentir...
Fingir, dizer que nada aconteceu
Isso não cabe mais em mim

Deixa eu te provar que eu posso ser bem mais
Deixa eu te mostrar o que esconder não dá mais
Deixa eu te provar que eu posso ser bem mais
Deixa eu te mostrar o que esconder não dá mais

Uh...uh....uh..não dá mais...uh...uh...uhhhhhhhhh, não dá mais....

Deixa eu te provar que eu posso ser bem mais
Deixaaaaaaaaaa....
Deixa eu te provar que eu posso ser bem mais
Deixa eu te mostrar que o que esconder não dá mais...

Ele acabou de tocar e eu fiquei tipo: estática. Aquela letra era perfeita, queria que alguém tocasse assim pra mim, com certeza ele teve alguma inspiração pra fazer ela, que não era eu é claro.
- Thur é muito linda, eu... Eu adorei! – falei sorrindo pra ele que nem olhou de lado enquanto guardava o violão de volta no case.
- Não foi fácil fazer essa, parecia que as letras não encaixavam, nem tá tão boa assim. – falou dando de ombros enquanto se levantava.
- Mas é claro que tá, tá linda, sorte tem a pessoa pra quem você escreveu ela. – falei me levantando também.
- É... É sim, então vamos tá ficando tarde. – falou ele mudando de assunto e eu entendi que foi isso mesmo.
- Vamos sim. – falei enquanto tirava algumas gramas que estavam em minha roupa.
- Te pago um cachorro quente na volta. – falou ele rindo e colocando a case no ombro.
- Está bem, eu vou lhe cobrar. – falei rindo também, e ele colocou uma de duas mãos em meu ombro me trazendo pra mais perto dele, e assim fomos fazendo o trajeto de volta até o meu apê.

Ele realmente me pagou o tal cachorro quente, eu nem estava com fome, mas ele disse que se não aceitasse ficaria ofendido e então eu aceitei.
Ele é um garoto muito legal, encantador melhor dizendo. Chegamos ao meu prédio e nos despedimos novamente. Dessa vez ele me deu um beijo no canto da boca, o que me deixou meio surpresa, mas não falei nada.
Disse que talvez ligava amanhã novamente, não sabia ao certo. Eu disse á ele que estaria de folga esse final de semana "no caso sábado e domingo" e ele disse que iria programar algo pra nós fazermos, o que me fez rir. Me deu boa noite, e foi embora e eu entrei no prédio.
Entrei em casa morta de sono e olhei no relógio, já se passavam das dez. Nossa! passou tanto tempo assim e não percebi? Bom, agora vou dormir e aproveitar minha folguinha desse final de semana.


Por:Amanda Amorim

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