Tal pai, tal filho! - Capitulo 2

Capitulo 2

É infelizmente essa é a verdade. Vou resumir minha vida pra vocês e tentem não se assustar. Bom, sempre fui uma pessoa centrada, filha única que morria de medo de decepcionar os pais, cresci presa em um cristal e aos 18 anos vi esse cristal se despedaçar ao perder de uma só vez meu pai e minha mãe em um acidente trágico quando os dois voltavam de uma viagem, foi ai que completamente sozinha por ter meus parentes morando fora, resolvi cursar medicina.

No começo era só para passar o tempo e esquecer dos meus sofrimentos, eu realmente estava despedaçada e minha única vontade era morrer também, no entanto acabei me apaixonando pelo curso. Bom, e assim segui até o final do curso, sem muitos amigos e nenhum namorado, realmente com a morte de meus pais tranquei meu coração.

Aos 23 anos, estava formada em medicina e com tudo pago, afinal meus pais me deixaram uma boa herança, que talvez eu nem necessitasse de ter uma profissão que ganhasse tão bem, poderia ter escolhido algo mais tranquilo que ainda assim levaria uma vida boa, sempre fui muito responsável e sabia dar valor e usar bem meu dinheiro, ou melhor, dos meus pais, no entanto na festa de formatura, me extrapolei, bebi todas e mais um pouco, acho que mais pelo fato de saber que estava sozinha no mundo, só sei que não me lembro de nada a não ser do fato de no dia seguinte da festa ter acordado em uma cama de hotel e ouvir o barulho do chuveiro ligado, é realmente eu tinha feito besteira e além de ser virgem aos 23 anos, não lembrava da minha primeira vez, só sei que peguei minhas roupas e sai daquele quarto apavorada e com uma tremenda dor de cabeça, sem saber ao menos com quem havia passado a noite. Ok me chamem de louca, irresponsável e qualquer outro adjetivo, mas o medo falou mais alto e foi à única coisa que fiz naquela hora.

Enfim, só não contava que depois de três meses descobriria que estava gravida... É realmente uma vergonha, uma médica agora formada, não ter se cuidado... Mas vamos pular esses detalhes, decidi que teria sim meu filho e que infelizmente nunca seria possível saber quem é o pai, loucura? Eu sei, mas realmente já tentei lembrar e continuo não fazendo ideia com quem passei a noite naquela festa que decidiu o meu futuro.

Voltando ao que vocês já conhecem, Mel e Sophia continuavam com o papo e agora vocês já sabem o motivo para eu não gostar desse assunto.

Mel – Luinha por Deus, você não vai poder falar isso para Enzo, melhor ele ter alguém e nunca saber a verdade, do que ter que ouvir isso.

Sophia – Luinha não tem nenhuma pista? Alguma foto de vocês no álbum de formatura, sei lá? – Perguntou intrigada.

Lua – Pior que não, as únicas fotos são com vocês e os meninos que aparecem no álbum, todos tinham namorada.

Mel – Luinha já pensou se foi com um velho?

Lua – Ai Mel, por favor. – Disse virando os olhos.

Sophia – Bom feio ele não era, porque Enzo é lindo e não tem nada parecido com você.

Lua – SOPHIA – Disse a recriminando – Meu filho se parece sim comigo.

Mel – A claro, no branco dos olhos.

Lua – Sem graça. – Tá que meu filho não era meu Xerox, mas olhando bem ele tinha sim alguns traços meus.

Sophia – Tá bem Lu, contente-se que Enzo só tem o seu sorriso e forçando o seu nariz.

Mel se acabou de rir e eu fechei a cara.

Lua – Ok! Cansei desse papo, vou pra casa.

Mel – Amiga para vai, não vamos falar mais nada. – E assim teve fim esse papo doido.

Por Julia Lopes

Triste vida de doutora Lua hein?

Será que nosso pequeno Enzo é filho de quem estamos pensando?