Tal pai, tal filho - Capitulo 09

Capitulo 9

Sábado 14:45 e lá estava eu no café em que havia combinado de conversar com Arthur, deixei Enzo com Mel e confesso estar completamente nervosa.

15h01min Arthur atravessou a porta do café, como era estranho ver ele sem jaleco e só agora pude reparar como seu físico é definido, ele estava lindo com uma camisa polo listrada de verde e azul, o pior é que Enzo tem uma igualzinha. Ri mentalmente e ele então se sentou.

Arthur – Oi Lua... Confesso que foi difícil saber se era você, jalecos mudam as pessoas. – Não evitei e comecei a rir.

Lua – Realmente.

Arthur – E Enzo?

Lua – Deixei-o com uma amiga minha... Assunto de adultos né?!

Ele riu e prosseguiu.

Arthur – E então... Não dormi a noite toda... Lua você sabe me responder como Enzo se parece tanto comigo? – Direto ele não?

Lua – Arthur é uma longa historia e espero que no final dela você não saia correndo. – Tentei descontrair, mas não adiantaria mais fugir e contei logo toda a historia de uma vez por todas. Ao terminar percebi que eu chorava e que ele tinha lagrimas nos olhos.

Não cronometrei, mas acho que se passaram uns 20 minutos até Arthur conseguir dizer algo.

Arthur – Então quer dizer que eu sou pai?! – Disse em um tom que eu não consegui saber se era uma pergunta ou uma afirmação.

Lua – Bom, tudo indica que sim, mas antes de tudo prefiro que façamos um teste de DNA.

Arthur – Por mim nem precisa do teste, mas se vai te deixar mais tranquila, sem problemas.

Lua – Eu prefiro assim... Ah e eu quero deixar bem claro que você é livre para tomar a decisão que quiser... Você não é obrigado a fazer nada, não vou exigir que você assuma o Enzo e também não vou impedir que você o veja, se esse for a sua escolha... Não se preocupe com as...

Arthur – Lua, por favor... Eu quero assumir meu papel de pai, eu quero criar meu filho... Tudo bem que as coisas aconteceram da forma errada, mas uma criança nunca é um erro, é a consequência mais linda que existe... Eu quero que você conte comigo sempre e pra tudo ok?

Não esperava essa atitude, apenas assenti e fiquei em silêncio. Conversamos um pouco mais sobre Enzo e marcamos o teste para segunda-feira no próprio consultório em que trabalho, lá tem salas equipadas para isso e não seria necessário nem levar o Enzo, apenas levaria uma mecha do seu cabelo.

Os dias se passaram arrastados... Quinta-feira chegou, era hora de abrir o resultado do exame. Arthur estava na minha sala de espera enquanto terminava de atender meu ultimo paciente. Assim que acabei o chamei e assim que ele entrou começou a olhar algumas fotos de Enzo que tinham na minha estante.

Arthur – Lua sou eu quando criança. – Disse admirado.

Lua – Você não tem nenhum irmão gêmeo né?

Arthur – Não, pode ficar tranquila. – Disse dando risada.

10 minutos depois o exame chegou, apesar de toda nossa certeza, ficamos ansiosos e deixei Arthur abrir o envelope.

Por Julia Lopes

Sim, eu sou malvada!