My First Love - Especial Namorados - parte 1

My First Love – Especial Dia dos Namorados

Parte 1

Estranho reaparecer por aqui assim não é?

Faz quase um ano, garanto que vocês não estavam esperando por isso.

Pois bem, aqui estou com meus queridos 30 anos, casadíssima ainda com meu príncipe Arthur, com o Rafa com 6 anos, e a pequena Clara completando o terceiro aninho.

Minha família é o meu bem mais precioso com toda certeza. Mesmo com tanto tempo passado, tantos anos de convívio, minha relação com Arthur é digna de comemorações a qualquer data possível. E não seria o dia dos namorados que passaria diferente. Pelo contrário!

Naquela semana, combinamos com minha mãe que ela ficaria encarregada de cuidar os meus filhotes. Eu tinha uma babá confiável, claro, mas se tratando de uma surpresa de Arthur por todo o fim de semana, eu não poderia deixa-los tanto tempo só com ela. Com a minha mãe eu ficaria mais segura.

- Pra onde vocês vão mesmo? – minha mãe perguntava.

- Segredo minha querida sogra. – Arthur falava com um sorriso cínico no rosto e sussurrou pra ela em seguida – Depois eu te conto, mas só pra você.

- Arthur?! – fiz bico, e cruzei meus braços.

- Já falei pra você parar com isso. Clara aprendeu e faz igualzinho. – Arthur me recriminava rindo acompanhado por minha mãe.

- Pedro?! – olhei para o meu irmão também presente ali na sala, com a mesma cara.

- Não pirracem minha irmãzinha. Ela ainda é uma criança. – ele era o único que me defendia.

- Criança com trinta anos, dois filhos, e casada? – Gabi sorria – Nunca vi.

- Eu achava que você era minha amiga Gabriela. – falei fingindo raiva.

- O que eu posso fazer, se você é uma médica dengosa? – ela gargalhava agora.

- Tia Luh, Rafa pode dormir lá em casa hoje? – Larinha me perguntou, ela estava a cada dia, mais linda, motivo de ciúme excessivo de Pedro.

- Minha florzinha, você deveria ir lá pra casa hoje né? Depois de amanhã tia Luh viaja e vai ficar longe dos meus pequenos. – falei fazendo uma carinha pensativa.

- Posso pai? – ela perguntava a Pedro com a carinha de gatinho do Sherek que sempre conseguia o que queria. Eu que ensinei!

- Ok! – ele deixou me olhando de lado, sabendo que era eu que dava as dicas.

Voltamos pra nossa casa, arrumei logo as mochilas dos meus babys e depois comecei arrumar a minha e de Arthur. Dai que pinta a duvida? Pra onde vamos é roupa de frio, ou calor?

- Thur... Meu príncipeee – o chamava dengosa tentando o convencer.

- Fala pequena. – ele me encarava com aquele sorriso singelo e que o deixava ainda mais lindo, se é que isso era possível.

- Eu preciso saber pra onde vamos. Levo roupa de frio? De calor? De quê? – perguntei com cara de duvida, o que o fez gargalhar – Que foi que tá rindo de mim?

- Lua, é impressionante como você parece uma criança quando faz isso. – ele me explicava me fazendo rir sem graça – Sério, parece o Rafa com duvida na tarefa da escola, misturado com Clara que não entendeu o desenho.

- Foi mal! – eu podia jurar que estava vermelha.

- Inacreditável que mesmo depois de anos, você consegue ficar da mesma forma envergonhada do dia do beijo na cozinha da sua casa. – ele segurava meu rosto olhando nos meus olhos – E isso não foi mal, foi lindo! Você é linda, é dengosa, é mimada, mas eu faço questão de manter todo esse dengo. Porque eu te conheci assim, eu me apaixonei por você assim, eu casei com você assim, e me casaria novamente todos os dias se fosse preciso.

- Assim eu me derreto mais ainda. – falei selando nossos lábios em seguida. Nada demais, crianças em excesso pela casa.

Arthur, mesmo com todo o meu poder de persuasão, não falou o lugar, apenas disse que eu levasse roupa de frio. Afinal era junho e por mais que o sol brilhe nessa época do ano, tem sempre um vento gelado pra espantar o calor.

Depois de arrumar minha mala, que ficou um pouco exagerada pra quem passaria apenas o sábado e o domingo fora, e ouvir todas as reclamações possíveis de Arthur, coloquei a tropa pra dormir e segui para o quarto também.

Alguém ai pode avisar ao meu marido que estou cansada?! Bastou eu entrar no quarto e ir tomar meu banho pra que ele aparecesse todo animadinho no banheiro. Ok! Eu não vou reclamar. Namoramos um pouco, terminamos o banho, fomos pra cama, nos amamos e dormimos como anjinhos.

Acordar cedo no outro dia e ir trabalhar, era ainda pior quando o tempo se encontrava nublado e com uma leve chuva, o que me fazia querer ficar dormindo agarradinha com Thur o resto do dia. Mas eu era uma médica, responsável por dezenas de criancinhas que me aguardavam no hospital. Arthur hoje tirou folga, o que garantiu mais um tempo de preguiça me matando de inveja.

- Preguiçoso, vou indo tá?! – falei e dei um leve selinho nele.

- Preguiçoso não, eu sou um pobre velhinho que foi usado e abusado na madrugada e agora está morto. – ele falou cheio de manha, depois a dengosa era só eu.

- Velhinho? Você está no auge da idade meu bem. Eu me encantei por aquele garotão há algum tempo, mas posso garanti que hoje você está muito melhor. – falei e ele gargalhou, ele dizia adorar quando eu ficava mais “soltinha” – E quanto a ser usado e abusado... Bem, você que procurou, e descanse bem, o nosso fim de semana promete.

Sai do quarto o deixando gargalhando da situação. Cheguei ao hospital no mesmo horário de sempre, algumas consultas desmarcadas, outras crianças saindo do internamento por já se encontrarem bem, foi tudo bem fácil e tranquilo. Encontrei com Mel e avisei a ela que levasse Beatriz pra brincar com Clara esse fim de semana na casa da minha mãe. Beatriz é a filhota dela e de Chay, a diferença entre ela e Clarinha é apenas 5 meses, e as duas se dão super bem. Também não era pra menos, Mel minha cunhada linda, e Chay meu irmão emprestado que a vida me deu.

Era sempre assim, Lara brincando de mandar em Rafa, que prontamente obedecia – Sério! Ela fazia do meu filho um brinquedo adestrado, apesar da diferença não ser nem dois anos, mas era engraçado – e Clarinha se divertindo com Beatriz.

- Mel! – a chamei antes que ela saísse do meu consultório – Tem falado com a Soph? Não conseguir ligar pra ela essa semana.

- Ela me ligou ontem. Além dos enjoos com frequência está tudo certo. – Mel deu de ombros – A creche só aumenta.

- Tá na hora de encomendar o segundo amiga! – a pirracei sem saber de nada.

- Quem te disse que não já encomendei? – ela sussurrou fazendo graça, fingindo ser segredo.

- SÉRIO! – gritei, logo me reeducando por está num hospital – Sua cachorra, nem me contou!

- É o presente do dia dos namorados do Chay, cala a boca e nada de contar pra meu irmão Arthur linguarudo Aguiar.

- Sim, sim... Tudo bem.

- Boa viagem amiga! Aproveita bastante e traz mais um sobrinho fofo pra mim.

- Nem fala isso. Fechei a fabrica.

Ela enfim voltou as suas atividades, e eu fui tentar ligar pra Soph, minha eterna Barbie.

Conseguir falar com ela apenas por dez minutos. A pessoa está enjoando até do telefone. Nossa querida Sophia finalmente havia se rendido ao mundo das mamães, segundo ela, não dava mais pra esperar. Lara, que era a primeira da geração já tinha 7 anos, quase 8.

Ela estava muito bem com Mica, mas dando um trabalho danado para nossa querida médica, Dra. Melanie.

Fim do dia, eu encontrei com Arthur na casa da minha mãe já com os meus pequenos e Lara, que segundo ela passaria o final de semana com a avó também, Combinamos de nos encontrar lá porque era mais fácil do que eu ir até minha casa e retornar novamente. A noite seguiu tranquila, porém lenta demais pra quem estava ansiosa por uma viagem que não se sabe o destino.

 - Arthur, me fala. Eu não tenho mais 15 anos pra ficar aguentando surpresas. Meu coração é velho, posso ter um ataque cardíaco só de ansiedade.

- Pequena, definitivamente fingir drama não é pra você. Acalme-se que já estamos chegando.

Já estávamos há 40 minutos na rodovia. Juro que nunca vim nesse lugar, Arthur sempre me surpreendendo.

Por Nana F.