quinta-feira, 17 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 18


 Cap 18

O silêncio ainda imperava no jatinho. Até Arthur quebrar o clima.

- Lua, você está chateada com alguma coisa?
- Não, Arthur, imagina. Mas, eu não esperava isso.
- Desculpe se eu exagerei. Eu não sou de sair muito.
- Você é muito focado no trabalho, né?
- Sim, e eu gosto do que eu faço olhar tudo de perto. Eu não sou um caipira não, Lua. Só prefiro o sossego do campo.
- Eu percebi. Eu também gosto do que eu faço, mesmo que nem tudo mundo aceite. Aprendi a não me importar com a opinião dos outros.
- Não vejo nenhum problema em você ser delegada, mas acredito que o preconceito seja bem difícil.
- Já me acostumei.

Eles continuaram conversando e aos poucos o encantamento, que antes era focado na aparência e em algo que eles não sabiam explicar, agora tomava forma. Os gostos combinavam ambos se sentiam à vontade para falar e fazer até algumas confissões pessoais. Mas confiança vem com o tempo, Lua e Arthur de alguma maneira sentiam que poderiam confiar um no outro.

O jantar correu como se fossem amigos, se conhecendo. Sem intimidades, indiretas ou cantadas. Eles pisavam em ovos. Após o jantar, eles ainda conversavam e
Lua já encantada com aquele homem foi surpreendida de novo. Começou a tocar uma música suave, só piano. Arthur chamou Lua para dançar.

- Dança comigo?
- Arthur, ninguém está dançando.
- E você se importa com a opinião das outras pessoas? Não é isso que eu entendi durante o nosso jantar.
- Isso é um desafio, Sr. Aguiar?
- Se a Delegada encara assim? Sim, é um desafio. Te desafio a vir aqui e dançar comigo.

Lua levantou e chegou perto de Arthur, ficaram frente a frente, um respirando no rosto do outro. Lua sentia o estômago revirar, Arthur podia jurar que surgia outro coração em seu peito que começou a bater ao encarar aqueles olhos castanhos. Eles ficaram segundos se encarando, que parecia uma eternidade. Arthur tomou a iniciativa e tomou a cintura da Lua com uma das mãos, com a outra pegou na mão dela. Lua reagiu colocando a mão livre nos ombros de Arthur e pode sentir o quanto era forte, e também o quanto ele estava tenso.

Choque. Eletricidade corria pelas mãos deles. Eles dançaram o tempo todo se encarando.

A música acabou, mas eles não se separaram e não tiraram os olhos um do outro. De repente Lua, acorda do transe que aquele momento causou a ambos.

- Arthur, é melhor irmos, ainda temos que voltar para Campo Feliz.
- Sim, você tem razão. Vamos.

Eles saíram do restaurante, e foram a caminho do jatinho em silêncio. Já em Campo Feliz, no carro, eles ainda iam em silêncio, mas agora o constrangimento que parecia existir deu lugar a uma troca de olhares e sorrisos tímidos. Os dois não sabiam como agir. Chegaram à casa da Lua. Arthur teve coragem de perguntar.

- Lua, espero que tenha gostado do jantar.
- Arthur, eu adorei o jantar, a dança e a companhia.
- Então, podemos conversar outro dia?
- Sim, podemos. Boa noite.


Lua saiu do carro e teve uma surpresa ao chegar em casa.

Por Paula Gonçalves

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