sexta-feira, 4 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 2


Cap 2

Arthur tocava de forma mais moderna as fazendas, indústrias e comércios que estavam sob o seu controle. O seu foco era desenvolver a indústria agropecuária, tanto o gado, quanto as plantações de grãos foram valorizadas. Arthur tomava conta de tudo pessoalmente, levava a ferro e fogo a expressão “o que engorda o boi são os olhos do dono”.

Ele era respeitado na cidade, não só pelo sobrenome como pela competência. Mas, Arthur apesar de jovem, tinha seus 27 anos, era um rapaz solitário, ainda solteiro.  Mesmo tendo passado muito tempo estudando fora da cidade, nunca se teve notícias de algum relacionamento sério. Era considerado um dos melhores partidos das redondezas, todas as mulheres suspiravam por ele. Arthur era um rapaz bonito, de uma beleza natural, porte atlético, com um olhar penetrante, porém suave quando necessário. Muito reservado, focado exclusivamente no trabalho, nos negócios e no controle da família, não tendo irmãos, quem o apoiava eram a mãe,  Chay e Micael, seus primos. Chay como Arthur estudou fora, sua vontade nunca foi voltar para o campo, porém não conseguiu se estabelecer com o sucesso desejado na cidade. Queria viver de música, mesmo tendo estudado Veterinária, sem saída e tentando ajudar o primo voltou à Campo Feliz, já que Arthur também era o seu melhor amigo. Micael optou por permanecer no interior. Arthur apesar de parecer um cavalheiro, tinha o seu lado durão e rústico, não admitia erros no trabalho, se cercava dos melhores, então quem trabalhava para ele vivia sob pressão. Era assim o seu estilo.

Os “santos” de Arthur e Pedro não se cruzavam, a politica da boa vizinhança existia, mas nenhum dos dois era inocente e aproveitavam qualquer oportunidade para alfinetar e até mesmo tirar alguma vantagem em cima do outro.

Pedro Cassiano era tão duro nos negócios quanto Arthur, não era tão respeitado, mas era temido. Levava tudo na “ponta da faca”, bem mais cabeça quente. Mas, também controlava os negócios de perto. Não admitia perder para Arthur em nada, logo tentava sempre estar um passo a frente do rival. Mandava na família, pois por uma ironia do destino era o único homem. Seu pai já falecido, sem irmãos ou tios vivos, somente sua mãe, e uma prima Sophia, a família Cassiano tornou-se pequena em número, mas nunca em poder. Sophia estudou na capital, menina refinada, abandonou os seus próprios sonhos para ajudar o primo, mesmo ele não admitindo, pois seu lado machista falava mais alto.

O que ninguém sabia era que Arthur, nutria uma paixão platônica pela Sophia, só nunca admitiria isso. Eram inimigos declarados, e Sophia nunca deu qualquer indício que também correspondia. Por conta dessa paixonite de criança que parecia perdurar até hoje, Arthur nunca se deixou envolver por ninguém. Uma única vez, nos tempos de faculdade,  ele se deixou levar. Laura, uma loira deslumbrante, inteligente e sedutora. Ele queria tentar esquecer Sophia e seguindo a cultura popular, onde diz que um amor cura outro, se jogou de cabeça. Arthur tentou amar Laura, mas se conformou em sentir-se bem com ao lado dela, ele gostava dela. Mas, a sua decepção ao final de 2 anos de relacionamento empurrado foi grande. Laura o traiu duas vezes: primeiro não o amava, nem respeitava. Arthur pegou Laura com um amigo dela  no sofá do apartamento que eles dividiam. Durante a briga no momento do flagrante, Laura deixou escapar que tinha tirado uma boa quantidade de dinheiro dele. O dinheiro não importava, mas a traição, a desilução, sim.  Ele era visto como dono de um coração de gelo para o amor. E guardou sobre todo esse gelo a paixão de infância.


Por Paula Gonçalves

8 comentários: