Ferro e Gelo - Capitulo 22

Cap 22

Na fazenda dos Cassiano

- Agora que a Sophia abandonou o barco, o que a gente vai fazer mãe?

- Meu filho, você é homem, saberá onde achar as pessoas certas para o trabalhinho de minar aquele namorico.

- Já entendi. Sim, eu sei exatamente quem chamar e de fora da cidade, para não levantar suspeitas.

- Muito bem, mas não faça nada agora. A Sophia vai, logicamente, contar o que queríamos fazer. Deixa as coisas se acalmarem.

- E o que a gente vai fazer com a Sophia? Vai ficar mal para a nossa família, ela ter saido de casa. E, ainda tem esse namoro com o Micael. A cidade não sabe, mas agora que ela nos virou às costas, duvido que não esfregue isso na nossa cara.

- Calma Pedro, a Sophia virou problema meu, coisa de mãe e mulher.

Na fazenda dos Aguiar

Arthur estava preocupado com toda a história que o Chay havia contado sobre a Sophia ter saído de casa.. Ele sabia que Pedro não ficaria quieto. A tal paz na região estava ameaçada. Mesmo não gostando do Pedro, não era adepto à violência e nem concordava com os métodos do passado. Estavam em outra era. Mas, ele sabia que tanto Pedro quanto a mãe dele não eram da mesma opinião.

Ele teria que se preparar para algo nada bom, o problema é que ele não tinha a menor idéia do que. Outra coisa, que o perturbava em relação a isso tudo era saber que a Lua também estava, de certo modo, ameaçada. Ela era o alvo! Ela era o objetivo, ela era o prêmio! Mas, desde quando ele havia entrado em uma competição pela Lua? Nem ele havia percebido. Agora se sentia responsavel por ela e pela Mel. O que poderia fazer para protegê-las? Conhecendo um pouco a Lua duvidava que ela fosse aceitar algum tipo de proteção da parte dele. Ele tinha certeza que não. Ele tinha que convencê-la dos perigos e que ele estava ali para ajudar.

Logo após o café, Arthur decidiu ir à cidade. Além de negócios, iria ver como estava a Sophia e conversar com a Lua, convencê-la seria um desafio. Ele adorava desafios. Chegando à cidade foi direto à delegacia.

Na delegacia

Lua e Mel analisavam os laudos da perícia técnica e o retorno do paradeiro do empregado Zé Lima, da fazenda dos Cassiano. Ele estava numa cidade da região, já com outro emprego e moradia nova. Refazendo a vida.

- Lua essa história está muito estranha. Os laudos dos assassinatos do Jorge e do Roberto dizem que o tiro foi à queima roupa, ou seja, o assassino entrou na delegacia e atirou a sangue frio. Nada estava revirado. As balas eram de um revolver 38 comum. E a arma sumiu.

- É Mel, pode muito bem, ter sido um bandido  que estava de passagem pela cidade à noite, por raiva de autoridades em geral, entrou na delegacia  e saiu atirando, né?

- Você acredita mesmo nisso, Lua???

- Claro que não! Isso é  a explicação mais fácil, que todos querem que compremos. Aí tem coisa! Tudo parece muito encaixadinho: briga de bar, chamam a polícia fazendo parecer maior do que era. Lógico que o delegado mandaria um contingente  maior; se bem que, aqui contingente maior, não é tanta gente assim. As vítimas, uma de cada lado, motivo para colocar mais lenha numa fogueira que nunca apagou.

- Você acha que foi um dos dois lados, né?

- Isso com certeza. Eu só não sei qual dos dois, ainda!

- É por isso que você não quer se envolver com o Arthur?

- Oi? Do que você está falando, Mel?

- Lua Maria Blanco te conheço há muito tempo. Aquele moreno gostoso mexeu com você, isso é fato. Aquele jeito caladão, todo sério e misterioso, além do carinho com as crianças... Isso balançou as estruturas da dama de ferro.

- Não é bem assim...

- Mente pra você mesma. Eu não preciso que você fale nada, seu olhar entrega.

- Melanie, vamos voltar ao caso. Por que uma das famílias iria querer recomeçar as brigas?

- Só vejo um motivo: dinheiro.

- Eu també pensei nisso. Então, já pedi um mandato para averiguar as contas de ambos os lados.

- Lu, e o caso do acidente da Sophia? Esse cara se estabeleceu em outra cidade. Sendo que pela Dona Clara ele já deveria ter voltado.

- Isso, Mel, a gente já vai descobrir. Chamei o Pedro dizendo que tinha novidades sobre o caso. Ele já deve estar chegando.

Por Paula Gonçalves