domingo, 27 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 30


Cap 30

Zé Lima olhava para o advogado, quase em desepero. Esse assentiu e tentou acalmar o seu cliente.

- Zé, calma.  Já vou providenciar a sua soltura provisória. Nada aconteceu, você é primário. Tudo vai dar certo.

Zé Lima estava detido. Lua e Mel a caminho da casa dos Cassiano para fazer cumprir o mandato. Só que algo incomodava Lua: Zé assumiu muito rápido, e o crime sendo passional era quase impossível ligá-lo aos assassinatos do Jorge e do Roberto. Os seus instintos nunca falharam, não seria essa a primeira vez.

Na fazenda dos Cassiano

Lua e Mel chegaram a fazenda acompanhadas de outros policiais e do advogado Dr. Pìnheiro. Foram recebidos com certa estranheza por Dona Clara e Pedro.

- Bom dia, Dona Clara. Bom dia Pedro.
- Bom dia Lua, Mel, Dr. Pinheiro. Cadê o Zé?
- Bem Pedro, o Zé confessou ter sabotado a correira do cavalo. Ele está preso. Mas eu já vou providenciar a soltura dele.
- Por que ele fez isso?
- Pedro, ele afirmou que fez tudo isso por ciúme. Sempre foi apaixonado pela Sophia, não aguentou vê-la com o Micael, tinha a esperança de que ela o visse com outros olhos.
- Que absurdo Mel. Dá onde ele tirou que a Sophia ficaria com ele?
- Pedro, ele se considera da família. Visto que vocês mandaram o advogado, faz sentido.

Pedro olhava para Mel, para o advogado e para a mãe, meio sem entender. Lua cortou logo aquela conversa, queria revistar tudo e achar o tal tesourão. Caso encerrado: motivo, culpado e arma do crime.

- Dona Clara, Pedro estamos com um mandado para revistar os estábulos e a casa do Zé Lima. Se vocês quiserem acompanhar...
- Que absurdo é esse! Lua, ninguém vai revistar nada. Nós não temos culpa que o Zé é perturbado. Minhas propriedades ninguém revista, não!
- Dona Clara, a Delegada só está cumprindo a lei. Assim a senhora só atrapalha o andamento do caso, por favor.
- Ok. Pedro e Dr. Pinheiro os acompanhem. Não quero uma palha fora do lugar. Onde já se viu? Somos a família Cassiano, de nome e poder. Desde quando somos revistados. Isso é um ultraje! As pessoas perderam o respeito ao nome e a tradição.

Dona Clara saiu da sala deixando todos perplexos com sua reação. Pedro ainda tentou se desculpar.

- Lua, desculpa a minha mãe, ela está ficando velha e só fala no passado. Vamos então, a lei é a lei.

Todos foram em direção aos estábulos. Tudo foi revirado e nada. Foram para a casa do Zé. Esta pequena casa, de um quarto, ficava dentro dos limites da fazenda. A revista começou. De repente, um dos policiais chama Lua.

- Delegada, olha o que encontramos?
- O tesourão?
- Não, um revólver trinta e oito, com uma caixa de munição faltando seis balas.

Lua foi ver, na sua cabeça só uma coisa se passava: “Bingo, meus instintos estavam certos.”



Por Paula Gonçalves

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