Discovering Love - Capitulo 2

Capitulo 2 – Sempre feito de bobo

Durante as duas primeiras semanas de aula tudo parecia ocorrer bem. Apesar das piadinhas, bolinhas de papel na minha cabeça, risadinhas todo tempo. Eu não me senti ofendido com tudo aquilo, afinal isso já era costume em todo lugar. Eu nunca entrava em grupo nenhum, então era o motivo de resenha de todos.

Minha vida seguia assim, escola - casa da minha vó, casa da minha vó – escola. Ela sempre muito atenciosa comigo, tentava de qualquer forma fazer tudo pra me fazer sentir em casa, e reduzir a falta que tinha dos meus pais. Mas a preocupação deles não estarem bem, não me deixava tranquilo nunca.

Com um mês de aula, foi anunciada uma festa na escola, uma festa não mais de boas vindas, mas segundo a diretoria era uma forma de enturmar os alunos novos. Isso nunca foi bom!

Foi um anuncio que passou por mim como qualquer propaganda de supermercado na TV, não me interessava, eu não iria mesmo. Até que no final do comunicado, veio a pior parte pra mim.

- Então dessa forma, todas as turmas serão divididas em dois grandes grupos para realização das diversas tarefas existentes pra concretização dessa festa. – o diretor não poderia tá falando sério – E é claro, será atribuída a esse trabalho a metade da nota da unidade em todas as matérias.

Ai já era golpe baixo! Não que eu precisasse de nota, mas se tratando da metade dos pontos, era participar ou perder em tudo. Naquele momento gelei, tive a impressão de está mais branco do que o normal.

Era ela, Lua que estava se aproximando do local onde eu me sentava isoladamente na sala de aula.

- Tudo bem? – ela perguntou na maior calma do mundo.

- Cla... Claro, sim... Tudo bem! – aprende a conversar Arthur! Justo na frente dela eu tinha que sair gaguejando assim?

- Dividimos a turma e você vai ficar no meu grupo certo? – era uma voz doce, suave, mas no fundo pude notar as amigas dela observando e sorrindo.

- É só falar o que tenho que fazer. – dessa vez fui grosso demais. Eu definitivamente nasci pra morar em Marte. Acho que vou ser astronauta e me mudar pra lá e viver sozinho.

- Assim que for passada a nossa tarefa, a gente te avisa.

Ela falou e se virou, chegando próximo ao local onde se encontrava as amigas gargalhando já. Eu não entendi o motivo, mas sabia que era algo relacionado à minha pessoa.

No outro dia o professor de historia chegou a nossa sala e entregou as atividades da qual minha turma ficou responsável. Eram coisas como basicamente cuidar da ornamentação de uma área da festa, e a outra era a ornamentação de onde funcionaria a cantina. Não era nada difícil, a escola disponibilizaria tudo, era apenas pra fazer com que nós fizéssemos alguma coisa. Até hoje não entendo pra que aquilo tudo. Talvez pra começar a série de micos do ano de Arthur Aguiar.

No dia de fazer aquela atividade, tudo ia bem, por incrível que pareça, as pessoas falavam comigo e eu até que estava me saindo bem. Talvez aquilo realmente fosse me enturmar com varias pessoas. Enquanto eu estava numa escada pregando algumas coisinhas papagaiadas que as meninas acharam necessário Mel se aproximou, um pouco tensa eu diria.

- Arthur, eu posso falar com você um minuto?

Eu logo terminei o que estava fazendo, desci da escada e assenti de forma positiva pra que ela falasse.

- É porque a minha amiga Lua, disse que precisa falar com você, e ela está te esperando lá no deposito.

- O que ela quer comigo lá? – perguntei achando toda aquela história estranha.

- Não, nada demais. É que ainda tem alguns materiais lá pra trazer, e ela precisa de ajuda. – ela explicou fazendo um pouco de sentido, mas ainda parecia nervosa.

- Tá bem então, eu já estou indo lá. – falei e dei as costas pra Mel indo em direção ao local.

Era meio estranho, visto que já estava tudo praticamente pronto, e o grande amigo dela estava ali pra fazer os favores que ela precisaria.

Ao chegar ao local, vi que a porta estava encostada, a chamei e não ouvi resposta, me aproximei mais um pouco. Ao chamar novamente, aquela voz doce me respondeu.

- Entra! Estou aqui atrás. – ela falou provavelmente atrás de algumas daquelas varias estantes com milhares de coisas que continha naquele local.

- O que é pra levar pra cantina? – perguntei evitando ficar muito tempo ali sozinho com ela.

- Isso!

Ela falou tomando aquela atitude inesperada, o que me deixou sem reação.

Por Nana F.