Discovering Love - Capitulo 38 (pt. 1)

Capitulo 38 – Bomba

POV ARTHUR

Depois de um dia perfeito, tê-la em meus braços daquela forma era tudo o que eu mais sonhei. E por falar em sonho, o sono que bateu depois quase complicou a gente. Dormimos abraçados, e por um extinto ou sei lá o que despertei, e ao olhar no relógio e ver que já eram quase duas horas da manhã desesperei. Os pais dela chegariam a qualquer momento.

Fugir praticamente. Sai tão nervoso que cheguei em casa não sei nem como, nem em quanto tempo. A única coisa que fiz foi dormir.

Acordei no outro dia feliz. E dessa vez não precisou de nenhum dos caras fazendo barulho aqui em casa pra isso. Eu queria vê-la, queria beija-la novamente, abraçar e sentir aquele perfume bom perto de mim. Mas nem tudo que é bom dura pra sempre, e o meu celular me tirava daqueles pensamentos.

A noticia que tive foi a pior possível. Não sei se minha vontade era de morrer, ou de matar o meu pai. Justo agora que tudo parecia se resolver aqui, que tudo estava bem, uma bomba cai em minhas mãos e me deixa sem saída. Não era uma questão de escolha, era a única opção existente.

Meus pais definitivamente se separaram, pelo visto há algum tempo já, mas eu só fico sabendo agora, e tudo porque minha mãe se encontrava mal, em uma crise severa de depressão a qual impossibilitava de voltar para o Brasil tendo que se manter internada para tratamento.

Quem me deu essa noticia? Meu próprio pai. Ligou-me da forma mais fria possível e me avisou que eu tinha uma semana pra arrumar minha viagem, ele estava se mudando de Londres pra algum outro lugar que eu não faço a mínima questão de saber. Como ele pode deixar as coisas chegarem nesse ponto? Ódio. Era esse o meu sentimento por ele agora.

Passei o resto do dia sem atender nem ligações nem coragem pra ligar pra ninguém. Lua deve tá me achando o maior cachorro do mundo. Afinal, sair fugido da casa dela e nem um oi no dia seguinte. Mas não tinha como encara-la agora e falar que eu a amava, mas só tinha uma semana pra poder ficar com ela. Essas coisas só acontecem comigo. Passo quatro anos da minha vida apaixonado por uma garota e quando finalmente tudo parece bem tenho que ir embora sem data pra voltar.

Meu domingo foi de choro, minha segunda que era pra ser folga foi cuidando de alguns documentos que precisaria ajeitar pra viagem, recusei todas as chamadas de Chay e Mica, além de outros três números diferentes, provavelmente das meninas que me ligaram incansavelmente. Eu não tinha condições de falar com ninguém. Mas não queria que Lua ficasse mal por achar que era por causa dela que eu sumir. Já no final da tarde mandei uma mensagem pra Chay.

“Cara, a barra pesou aqui em casa. Tô me sentindo

 perdido, mas prefiro ficar sozinho agora.

 Tranquiliza todos por mim.”

Terça feira seria dia de aula, mas pra mim aquilo já não importava mais, provavelmente nesse horário na próxima semana que eu estaria num hospital fazendo companhia na depressão da minha mãe. Fui à escola num horário que eu sabia que não encontraria ninguém, resolvi tudo pendente, expliquei a situação ao diretor o qual providenciaria meus documentos em tempo recorde. Visto que não era normal alguém sair da escola faltando dois meses pra encerrar o ano letivo, com vestibular batendo na porta. Mas essa era minha realidade agora.

Por Nana F.