Discovering Love - Capitulo 40

Capitulo 40 – Amor

POV LUA

Morta!

Era assim que eu me sentia, morta por dentro. Realmente não nasci pra ser feliz. Receber aquela noticia foi a pior coisa que já me aconteceu, sentia um pedaço de mim sendo arrancado, um pedaço do meu coração sendo massacrado. Eu precisava vê-lo, precisava aproveitar cada minuto restante com ele, mas não tinha condições. E o que Soph falou me convenceu a tentar me acalmar. Tomei um banho, um calmante e apaguei.

Quando acordei vi que já se passava das cinco da tarde. Levantei com calma, um pouco zonza ainda, e fui para o banheiro e tomei um banho demorado e quente, precisava relaxar. Demorei cerca de 40 minutos debaixo do chuveiro o que me assustou quando olhei as horas, pois não imaginava que se passara tanto tempo. Vesti uma roupa qualquer, sem me arrumar muito, a situação nem pedia isso.

Ao descer as escadas me deparei com uma Mel sem reação. Na verdade acho que ela esperava uma reação minha. E foi o que eu fiz. Tratei de vestir a armadura de aço e me mostrar bem. Pelo menos por fora era assim que eu estaria.

Mel tentou me convencer a esperar amanhã pra ir conversar com Arthur, mas logo mudou de ideia quando eu a lembrei que ele só teria a quinta e sexta aqui e eu ainda teria que dividi-lo com dois amigos babões. Mel então me acompanhou até o apartamento dele, sabendo que Chay estava lá ainda. Já o Mica tinha saído com Sophia. Ele e a mania de se fazer de durão, se recusava a ficar mal na frente de Arthur e necessitava sair.

Ao entrarmos, Chay falou que ele tinha ido se deitar a pouco tempo, estava no quarto. Ele logo saiu com Mel e eu adentrei o apartamento seguindo até aquela porta desconhecida até então. Ao abrir a porta uma visão linda, ele deitado sem camisa, dormindo feito um anjo iluminado apenas pela fraca luz de uma luminária na lateral da cama. Sentei numa poltrona e fiquei o observando um pouco, não queria acorda-lo.

POV ARTHUR

O dia hoje continuou tenso, porem estava um pouco mais aliviado, sabia que as meninas iriam contar a Lua e seria mais fácil. Passei a tarde inteira esperando meu celular tocar, e nada. Quando Soph finalmente ligou pra Mica eu sabia que elas já tinham conversado. Liguei insistentemente pra Mel até que a mesma me atendeu. Ela me explicou tudo o que tinha acontecido e que finalmente ela havia conseguido dormir. Foi ai que resolvi ir tomar um copo de suco que prometi a ela, e tomar um banho. Voltei na sala onde Chay assistia filme, e o mesmo mandou que eu fosse deitar.

O cansaço era tanto que apaguei em questão de segundos. Foi ai que ao me virar na cama e abrir lentamente meus olhos avistei na poltrona um anjo encolhido me observando. Fechei os olhos novamente e quando ia pegando no sono, percebi que não se tratava de qualquer anjo, era ela.

Foi inevitável as lagrimas rolaram com gosto nesse momento, nos abraçamos e não tivemos a necessidade de falar nada. Foi quando ela se soltou do abraço e resolveu falar.

 - Tá na hora de te contar algo. Se é pra chorar vamos fazer isso de uma vez porque eu ainda quero aproveitar meus dois dias com você. – ela falou enxugando o rosto com as mãos e andando pelo quarto – Só vai ter que prometer que não vai sentir pena de mim.

Eu concordei e sentei na beira da cama enquanto ela contava aquela historia horrível pra mim, se esse cara não já tivesse morrido eu o acharia e matava. Como pode fazer isso com uma criança. Não gosto nem de imaginar muito. Ela chorou um pouco ao lembrar-se, mas logo parou. Contei direito e com detalhes também o que estava acontecendo com minha mãe e ela me deu força o suficiente e apoio pra encarar aquilo de uma forma boa. Ela tentava até me convencer a não sentir raiva do meu pai. Mas isso agora era inevitável.

Foi ai que começamos a falar de nós dois, do tempo que perdemos, ela se culpava, e eu tentava tirar isso da cabeça dela. E foi ai que ela me fez um pedido.

- Arthur, suas coisas da viagem já estão todas prontas? – eu apenas assenti e ela continuou – Então você está disposto a esquecer disso e passar esses dois dias comigo como se nada ruim tivesse acontecendo?

- Tudo que eu mais quero é ficar com você minha princesa. – eu falei acariciando o rosto dela – Mas tenho receio da gente se ferir ainda mais com isso.

- Impossível! – ela respondia – Eu já tive medo e receio por tempo suficiente, é hora de tentar ser feliz mesmo que por pouco tempo.

Ela me encarava e um beijo foi inevitável. Esse era calmo, tranquilo, com o mesmo sabor de carinho dos anteriores, mas sem pressa. Eu logo separei me recordando do horário.

- Seus pais não vão reclamar do horário que você volta pra casa?

- Meus pais estão viajando novamente, sabem apenas que eu devo está viva. – ela parecia triste por isso – Não quero falar deles agora.

- Então isso quer dizer que você é só minha desde agora até sábado? – perguntei tentando descontrair.

- Até sempre!

Selamos essa resposta dela com nossos lábios dando inicio a mais um beijo. E o celular dela tocou. Era uma tal de Bela, que depois ela me explicou quem era, apenas pra saber se Lua se encontrava bem. Em seguida ela aproveitou pra mandar uma mensagem pra Mel.

Ficamos ali naquele namorinho bom, juntinhos, beijos e pequenas caricias, sem muita afobação. O clima não pedia uma noite quente, pedia apenas carinho. E foi assim que adormecemos em minha cama, abraçadinhos como na primeira noite no laboratório. Só que dessa vez mais confortável.

Por Nana F.