Rediscovering Love - Capitulo 20

Capitulo 20 – Ideia

POV LUA

– Eu volto com o Rafael para o seu apartamento, com a condição de que você não saia de lá, e que seja apenas enquanto eu consiga ajeitar minhas coisas.

Falei tentando perceber alguma mudança na fisionomia de Arthur, mas ele não deixava passar nada nem através do olhar. E isso juntamente com o silêncio me matava.

- E então? Fala alguma coisa. – eu já estava aflita com isso tudo.

- Se você aceita assim. – parecia que ele prendia um sorriso... Deve ser loucura minha – Por mim tudo bem, nada que algumas mudanças não resolva.

Após o Rafa ter alta hospitalar, Mel nos esperava para voltarmos pra casa. Não tenho o luxo de um carro pra mim e Arthur havia acabado de chegar de Londres e não tinha tido tempo pra isso.

- Meu pequeno, que susto você deu na tia Mel! – Mel falava brincando com Rafa que ainda estava no meu colo.

- Ti ti! – Rafa falava sorrindo e dando os bracinhos pra Mel pega-lo.

Nesse momento pude ver um sorriso bobo no rosto de Arthur, ele sem duvidas seria o melhor pai do mundo, pelo menos o mais babão eu tinha certeza. Ele tentou se aproximar de Rafael que já estava no colo de Mel, mas a reação do pequeno foi ficar muito tímido. Ele não tinha medo ou algo parecido. Era vergonha mesmo de se aproximar. A cara mais sapeca do mundo, quem diria que esse garoto havia acabado de passar uma noite num hospital?

- Será que ele não vai vir para o meu colo nunca? – Arthur falava com uma cara de cachorro que caiu da mudança o que foi suficiente pra Mel gargalhar.

- Deixa de ser bobo Arthur, ele apenas está tímido. Não esquece que foi por sentir sua falta que ele acabou tendo febre. – Mel falou e o silencio reinou. Odeio isso.

- Acho melhor a gente ir. – Falei quebrando aquele silêncio maldito e seguindo em direção ao estacionamento. Seguida por Mel e meu pequeno e Arthur.

- Luinha, vou te deixar primeiro lá em casa, depois deixo o Arthur e sigo pra faculdade, qualquer coisa que precisar minha mãe tá na loja e você sabe que pode ligar...

- Eles vão lá pra casa Mel. – Arthur interrompeu Mel naquele instante a deixando com um olhar confuso.

- Ok então, senhor Aguiar! – ela falou sorrindo.

- Arthur calma! Eu vou pra casa da Mel primeiro, acho que ainda tenho coisas pra pegar lá, ajeitar tudo. – falei vendo um olhar de desespero no rosto de Arthur.

- Eu queria ficar mais um pouco com ele, pensei que vocês já pudessem ir direto pra casa. – Arthur falava quase engasgado.

“FOCO LUA!” ele está bobo assim pelo filho, e não por mim que mentir pra ele. Era a única coisa que eu tentava pensar pra não me iludir.

- Fica lá em casa com eles Thur, você fica com o Rafa enquanto Lua ajeita as coisas que ela precisa e se ele estranhar você, o que eu acho difícil, Lua vai está por perto. – Mel sugeriu eu achei legal e aguardei a resposta de Arthur.

- Se não tiver problemas! – pronto, ele concordou e seguimos pra casa de Mel.

Arthur permaneceu na sala enquanto eu fui em direção ao quarto arrumar tudo. Uma mistura de felicidade e medo tomava conta de mim. Feliz demais por poder ficar perto novamente, e medo por saber que eu estava me iludindo. Eu não sei nada sobre os relacionamentos dele que eu tanto ouvir os garotos conversando. Sem contar que ele não me desculpou ainda pela mentira, apenas está cedendo por causa do filho, do nosso filho.

Do quarto pude ouvir gargalhadas de Rafa, fiquei feliz por eles estarem se entendendo. Peguei tudo do Rafa e algumas coisas minhas, depois voltaria pra buscar o restante. Ainda tínhamos que arrumar as coisas no apartamento do Arthur o qual deveria está revirado ainda.

Quando voltei pra sala, Rafa já estava completamente entregue ao pai. Pareciam que se conheciam desde sempre.

- Mamãe. – ele gritou e correu todo desajeitado em minha direção.

- Meu lindo. – eu o peguei no colo e comecei a brincar perguntando de quem era cada pedacinho dele – de quem é o nariz, o olho, a boca – e a resposta era sempre a mesma. Mamãe.

- Será que não tem nada meu ai? – Arthur se aproximou – Acho que tem mais meu que seu pra falar a verdade.

- Pra você ver que mundo injusto... Eu carrego nove meses e ele é sua cara. – falei brincando e percebi um Arthur estranho me encarando.

- Lua... É... Assim, você tem alguma foto, da sua gravidez, do Rafa quando menor que eu possa ver? – Arthur me perguntava meio constrangido passando a mão inquieta pela nuca.

- Pra falar a verdade, acho que tem alguém que pode resolver isso. Não tenho direito de me meter na frente. A ideia foi dele. – Arthur me olhava confuso enquanto eu ligava pra Chay pedindo que ele fosse até o apartamento do Arthur.

Seguimos para o apartamento com todas as minhas coisas que havia arrumado e ao descermos do taxi as primeiras palavras de Arthur foram relacionadas à compra de um carro que não poderia viver sem um... Homem só pensa nisso mesmo.

Subimos para o apartamento e o que eu esperava encontrar revirado como eu deixei, estava em ordem. Apenas com alguns copos espalhados na sala, largados provavelmente devido a minha ligação no meio da noite.

- Engraçado como já é visível que você tomou conta daqui de casa... Digo, da sua casa. – falei demais, “controla a língua Lua!”

- Nossa casa eu acho que é melhor. – ele falou dando de ombros – Mas por que você acha que é tão visível que eu cheguei assim?

- Digamos que organização não seja meu ponto forte. Sou uma péssima dona de casa. – falei já seguindo Rafael que andava desajeitado até o quarto onde ficava os brinquedos dele.

- Coloquei os brinquedos que estavam aqui na sala todos ai. O que por sinal não são poucos. – já adentrávamos no quarto de hospedes.

- Isso é culpa dos seus amigos. Eles não podem ver o Rafa se quer apontar pra algo. Ficam estragando e mimando meu pequeno.

- Mais que obrigação, me esconderam tudo, nada mais justo que arcarem com essa tarefa de mima-lo por mim. – Arthur falava sorrindo e observando Rafa revirar os brinquedos por todo quarto. – Sim, eu te pedi uma foto, você ligou para o Chay, o que tem uma coisa a ver com outra?

- Surpresa! – falei sorrindo – Você fica com o Rafa enquanto eu tomo meu banho?

- Claro, vai lá!

Entrei embaixo do chuveiro e tentei relaxar o máximo possível. Nada seria fácil de agora em diante. Conviver com ele ali onde todas as nossas lembranças eram claras. Onde vivi os melhores dias da minha vida, onde chorei minhas dores pela distancia esperando por cada notícia, ansiosa pelo dia que ele adentrasse a porta me pedindo um abraço e falando que voltou pra mim. Onde chorei por cada vez que tive que esconder a existência do nosso filho. Resultado, sair do banho bem mais tensa do que entrei.

Ao me deparar com aquela cena no quarto não resistir a uma brincadeira.

- Ei Arthur, isso não vale! – gritei fingindo zangada por ele está tentando ensinar a Rafael a responder papai ao invés de mamãe nas perguntas de quem é o olho, a boca, o nariz...

- Vale sim senhora, tenho que recuperar o tempo perdido e vale tudo. – ele falou em tom de brincadeira, mas o complemento me machucou – Você me privou disso agora aguente a concorrência.

- Eu sei que a culpa é minha. – falei e sair do quarto indo em direção a cozinha.

- Lua, espera ai! – ele saiu me seguindo com Rafa no colo e o colocou no chão assim que me encontrou na cozinha de costas e tentando conter minhas lagrimas – Não falei por mal, foi brincadeira juro.

Ele estava bem próximo, eu diria até mais próximo do que a distancia segura entre nós dois.

- Eu sei que não foi por mal, mas também sei reconhecer que te privei de conhecer seu filho. – eu respirei fundo enquanto ele secava uma lagrima no meu rosto com o polegar, aquele toque, como desejei esse toque – Mas eu juro que minha intensão era a melhor possível, eu estava desesperada, eu tinha medo de tudo, eu...

- Shiiu! – ele me interrompeu colocando o dedo sobre os meus lábios – Não precisa falar nada, eu já entendi.

E me bateu aquela sensação olho no olho, olho nos lábios que me recordo de um passado distante, talvez da noite do laboratório. Estávamos próximos, cada vez mais, eu já não responderia pelos meus atos, o que eu mais queria era tê-lo novamente de todas as formas possíveis. Nossas testas se encontraram, era possível sentir a respiração dele próxima a minha pele, aos meus lábios e quando finalmente fechei meus olhos e me deixei levar pela proximidade...

Por Nana F