Rediscovering Love - Capitulo 42

Capitulo 42 – Confusão

POV SOPHIA

Bom, pouco apareci aqui nessa fase da história né? Digamos que é porque minha vida talvez seja a mais calma desse grupinho todo. Como todo bom casal, rola sim algumas pequenas confusões com o Mica, mas ele é um fofo palhaço que eu amo muito e a gente acaba se entendendo. Acho que o ciúme atrapalha um pouco, mas não é nada muito excessivo.

É, acho que minha armação com a Mel de deixar o casal ternura passar o final de semana prolongado juntinhos deu certo. Lua voltou que era pura felicidade, sem contar que a saudade existente ali com apenas dois dias sem se ver chegava ser excessiva. Coisas de casal apaixonado. É tão bom ver minha amiga assim, pena que ela ainda não aceite a ideia de voltar definitivamente para o apartamento do Arthur.

O clima na casa dela realmente estava ficando chato. Só não era pior mesmo porque ela passava a tarde fora e quando chegava raramente encontrava com o pai. Mas Bela já me falou que inúmeras vezes pegou seu Billy falando de Lua pela casa. Conversar com Arthur já não adiantava mais, ele já estava possesso de ódio, e até chegou a pensar em tirar o Rafa de lá, só não o fez porque Lua morreria.

Ele já assumiu o salario de Bela também, porem a mesma teve que recusar, pois como o marido era jardineiro da casa de Lua, e ela começou a morar lá numa pequena casa que havia nos fundos com ele, seria impossível trabalhar em outro lugar. E Arthur só não a dispensou porque não teria outra pessoa confiável.

Após a visita repentina da mãe do Arthur aqui no Brasil muita coisa mudou, ou pelo menos quase.

Primeiro que Arthur se empolgou e durante a primeira semana passou boa parte do tempo apenas com ela e Rafael. Chegando no final de semana programou uma viagem com a mãe pra rever uns parentes dela no interior e só avisou a Lua no dia, o que a impediu de ir. Ele então levou apenas o Rafa, o que deixou minha amiga aqui depressiva sem o pequeno. Ela nunca se afastava dele, era uma noite quando dormia com a gente e olhe lá.

No decorrer da semana a mesma coisa. Ele na correria com o trabalho começando, pouco tempo pra Rafa, se recusando a ir à casa de Lua e dificultando tudo ainda mais. Lua não falava nada. Dizia que era normal e tudo, mas até a mãe de Arthur percebeu o quanto ela estava diferente num almoço nosso na casa de Mica na despedida dela.

A mãe do Arthur viajou numa sexta, o que garantiu uma farra boa no sábado. Os meninos enfiaram o pé na lama e beberam todas e mais algumas. Eu e Mel dávamos risadas, enquanto Luinha ficava revoltada por conta de ter que ficar cuidando do Rafa sozinha.

- Soph, você vai ficar aqui na casa do Mica hoje? – Lu me perguntou.

- Vou sim. Por quê?

- Será que tem como o Arthur ficar ai também, ou sei lá, Melzinha levar ele pra casa? – ela falou dessa vez desviando o olhar até Mel.

- Tudo bem, mas por que isso agora Luinha? – Mel e sua paciência pra perguntar.

- A chave do carro dele tá comigo, eu vou pra casa. – Luinha falava triste.

- Ei! O que tá acontecendo? – eu questionei mesmo sabendo que ela não queria falar.

- Soph eu tô cansada. Eu trabalhei a semana inteira. Quase fiquei louca ontem pra dar conta de organizar aquele bendito almoço, tem três semanas que a Katia estava aqui, ou seja, três semanas que eu não sei o que é ter um momento meu com Arthur e antes que vocês pensem que é egoísmo ou ciúme meu não é. – ela falou de uma vez, respirou fundo e continuou – Na primeira semana foi tudo lindo, ele esqueceu de me avisar da viagem, mas eu deixei passar. Na segunda, ele teve folga da mãe no final de semana, mas saiu com o pessoal da empresa pra conversar no fim da tarde de sexta pra depois me buscar no shopping, que se eu não tivesse ido embora teria ficado lá até a noite de sábado quando ele finalmente acordou, o que o fez passar o domingo com ressaca. E hoje que ele prometeu ser mil amores comigo, sentou ali com os meninos pra jogar, já está caindo porque nunca aguentou beber, e eu não tô a fim de cuidar de bêbado quando chegar em casa.

- Relaxa Lu, ele tá apenas com os amigos não está fazendo nada errado. – Mel falou.

- O problema não é o que ele tá fazendo Mel, é que eu já sei como acaba e eu estou cansada. Quero ir pra casa, deitar, descansar sabe?!

- Eu entendo amiga, mas será que ele não vai ficar chateado se você for embora e não falar nada? – eu tentava aliviar um pouco – Sei lá, mas acho que vai virar briga sem motivo.

- Eu vou avisar que estou indo embora. Só preciso ter certeza que ele não vai ficar caído por ai. – ela falou já dando risada.

- Você quem sabe então. – Mel respondeu e Luinha já levantou.

Falou alguma coisa com Arthur, ele pediu pra ela esperar, ela mostrou o relógio e disse que estava indo. Que ele fosse com Chay mais tarde ou dormisse lá.

Arthur fechou a cara e não se moveu do lugar. Eu jurava que ele iria levantar pra ir com ela, mas foi engano. Luinha voltou, pegou as coisas dela e Rafa e se dirigiu pra porta dando um tchau para os meninos que a responderam entre pedidos de fica mais, mas ela estava irredutível.

Só espero que isso acabe bem. Mas eu a entendo. Passa a semana inteira querendo folga e quando chega a folga aguentar correr o dia todo atrás do Rafa e ver Arthur sem fazer nada era realmente estressante.

POV LUA

Não! Definitivamente eu não nasci pra aguentar o Arthur. Sério eu o amo demais, mas ele tem se superado. Cada dia eu vejo que ir morar com ele não daria nada certo. Sei lá, esse lance de ficar em casa e marido na farra não é pra mim. Estou acabada de tanto correr atrás do Rafael hoje. Não pensei duas vezes e assim que deu cinco da tarde peguei a chave do carro dele e vim embora. Mel ficou de me avisar se o levaria pra casa ou se ele ficaria na casa do Mica.

Quando cheguei em casa meu anjo chamado Bela tratou de ajeitar o Rafa pra mim, banho, comida, o colocou pra dormir e eu enfim pude respirar. Fui tomar um banho e por ainda ser relativamente cedo, coloquei um dos meus vestidinhos soltos de ficar em casa. Desci, fui até a cozinha ajeitar algo pra comer e ainda conseguir assistir um pouco de TV com minha mãe, já que meu pai viajava.

Nove e vinte e cinco da noite, exatamente, o meu celular toca. Era a Mel.

LIGAÇÃO ON

L: - Fala Mel!

M: - Amiga, desculpa te incomodar, imagino que você já estava dormindo, mas temos um problema.

L: - Não estava dormindo ainda não, pode falar.

M: - Digamos que o Aguiar por ter bebido um pouco hoje durante todo o dia até a hora que você foi embora não está no seu juízo perfeito e está irredutível de que não vai dormir aqui no Mica e só vai pra casa se você estiver lá.

L: - Fala que eu estou Mel, ele vai chegar lá e nem lembrar de nada.

M: - É amiga, eu só fico preocupada em ele pegar um taxi e sei lá, ir bater ai na sua casa dando show.

L: - Verdade... Eu posso matar o Arthur?

M: - Mata não amiga, ele te ama. Tá quase chorando aqui porque segundo ele você o abandonou novamente.

L: - Eu?! É piada... Faz assim, vou indo pra casa dele e a gente se encontra lá pode ser?

M: - Tá, mas fala aqui pra ele que você está em casa o esperando ou ele se recusa a sair do lugar.

L: - Da uma surra nesse infeliz Mel.

M: - Perai...

A: - Luinha, amor, onde você tá?

L: - Em casa Arthur.

A: - Você vai me deixar de novo? Não faz isso não, eu não sei viver sem você, por favor, me espera ai em casa?

L: - Arthur para de dar trabalho e vem logo com a Mel. – eu já falava nervosa e mais alto, tinha saído da parte interna da casa e caminhava em direção a casa dos fundos, onde Bela ficava agora.

A: - Eu te amo Luinha, fala que me ama também fala. ­– só conseguia ouvir as gargalhadas de fundo, provavelmente estava no viva voz.

L: - Ou você cala a boca, para de dar trabalho e vem pra casa agora. Ou esquece que eu existo pelos próximos 40 anos.

A: - Fala Lu!

L: - Tchau Arthur.

LIGAÇÃO OFF

Quem já cuidou que seja de um amigo bêbado numa hora indevida sabe a raiva que eu estou passando. Assim que desliguei o celular, bati na porta de Bela, que me atendeu um pouco assustada. Pedi mil desculpas, expliquei a situação a ela que deu risadas, e pedi que ela dormisse no quarto com Rafa pra mim. De jeito nenhum eu acordaria meu filho pra levar pra lá, ou deixaria apenas com minha mãe. Afinal não sei que horas eu vou conseguir voltar. Primeiro problema resolvido.

Entrei, peguei a chave do carro, minha bolsa, celular, e dei tchau a minha mãe e seguir pra casa de Arthur. Juro que com a raiva que eu estava se ele falasse demais eu iria dar uns bons cascudos nele. Por que eu tenho que gostar dele hein? Ouvi-lo falando daquele jeito no telefone me derretia, mesmo sabendo que era tudo pelo efeito do álcool.

Cheguei ao prédio e vi que o carro de Mel já estava na porta. Coitada da minha amiga, ter que aguentar isso. Apesar de que ele é amigo dela também, e amigos são pra essas coisas. Abrir a porta do apartamento e pude perceber um Chay jogado no sofá, uma Mel sentada de braços cruzados próximo a porta, e Arthur sentado no chão e chorando. Isso mesmo CHO-RAN-DO!

Por Nana F