Mais que Amigos - Cap 37

Post 37

            Ouvir aquilo deixou todos nós em estado de choque, e então visto nós quatro mudos, o médico continuou.

            - É uma situação de risco, porem está tudo controlado no momento. Ela terá que ter repouso absoluto, ficará mais algum tempo aqui no hospital para podermos monitoriza-la adequadamente. Não poderá passar por nenhum tipo de emoção. Portanto, evitem conversar muito com ela. Todo cuidado no momento é pouco.

            - E o bebê? – Marcus perguntou.

            - Com o bebê no momento está tudo bem. Mas aumentando o risco da mãe aumenta o do bebê também. – ele falava respondendo Marcus, mas olhando pra Arthur – Ela está entrando no oitavo mês, é um pouco delicado antecipar o parto, mas iremos ficar de olho, e faremos o que for melhor para as duas.

            - Podemos vê-la? – perguntei com uma voz embargada por vontade de chorar.

            - Pode sim lindinha, mas nada de passar nervosismo pra ela. Tente se acalmar antes. – esse médico chato ficava me chamando de linda e achando que eu era criança. Ai que raiva.

            - Eu só quero ver minha amiga. – falei com raiva dele.

            - Amiga?! Achei que fosse a namorada do pai da criança... Ah! Muita confusão pra minha cabeça. – ele sacudia a cabeça como se quisesse apagar algum pensamento. Seria cômico se não fosse trágico – Podem entrar sim.

            Eu namorando o Arthur... Até parece. De onde será que ele tirou isso?

            Alguns dias depois, a Annie voltou pra casa. Durante esse período eu e as meninas passávamos a maior parte do tempo com ela. Era época de férias então todo o tempo era dedicado pra Annie e Julia.

            Numa daquelas tardes Annie se levantou da sala pra ir ao banheiro, logo ficou tonta e sentiu uma forte pontada na barriga.

            - Eu não tô bem. – ela se sentou novamente se jogando no sofá.

            - Mel, liga para os meninos. – eu gritei correndo em direção a Annie tentando a manter acordada.

- Pra qual deles? Tô nervosa! – Mel respondia.

- Não sei, para o Arthur, qualquer um. – respondi pegando o copo com água que Sophia trazia em sua mão e fazendo Annie beber. – Se acalma, a gente já vai para o medico.

Não demorou muito e por sorte Marcus chegava em casa. Se assustou com a cena que viu, mas não pensou duas vezes em pegar Annie no colo e leva-la em direção ao carro.

Mel e Soph ficaram lá, esperando os meninos que já estavam a caminho, eu fui com Annie sentada no banco de trás enquanto Marcus dirigia.

- Lu, me promete uma coisa? – Annie falava quase sussurrando enquanto não chagávamos no hospital.

- Annie se acalma, não faça esforços. – Marcus pedia do banco da frente.

- Não tô me esforçando, só preciso que Luinha me prometa uma coisa. – ela estava ainda mais pálida.

- Fala Annie. – falei quase engasgada. Era difícil vê-la assim, pior não poderia ficar.

- Promete pra mim que se acontecer algo comigo, você ajuda o Thur a cuidar da Julinha?! – ok! A situação poderia sim piorar.

- Não vai acontecer nada com você, fica calma, não pode se emocionar muito. – pedia paciente.

- Eu sei que não tô bem Luinha, eu não posso garanti que vou aguentar, mas eu preciso ter certeza de que minha filha vai ter o carinho que precisa, e na minha opinião ninguém é melhor que você pra ajudar o Arthur com isso. – aquilo me deixou sem estruturas.

- Annie, se acalme. Eu já amo muito a Julinha e você sabe disso. Você vai ser uma mãe perfeita, não precisa se preocupar. Vai dar tudo certo.

Assim que paramos no hospital e Marcus a pegou no colo, pude ver a marca de sangue onde ela estava. Aquilo me deixou perdida, sem reação. Adentramos o hospital correndo. O medico dela já havia sido avisado, e ao perceber que ela estava com uma leve hemorragia foi logo encaminhada às pressas para o centro cirúrgico.

            Fiquei acertando as papeladas de entrada dela na recepção do hospital, enquanto Marcus tentava localizar a mãe dela por telefone. Assim que terminei liguei pra Melzinha, a qual me disse que Mica não tinha atendido ao telefone, mas ela conseguiu falar com Chay o qual estava com Arthur preso no transito, mas já em direção ao hospital. Elas estavam saindo de casa e pegando um taxi pra ir pra lá também. Só achavam que iria demorar por se tratar de uma sexta, em horário de pico.

            O tempo passava lento, nada de informações, nada dos meninos chegarem. Era apenas eu e Marcus naquela sala aguardando noticias.

            Assim que o medico se aproximou da gente com uma cara não muito boa, foi logo direto ao assunto.

            - A bebê nasceu, linda, mas ficará na UTI até que esteja com o peso adequado e respirando normalmente. – apesar de tentar passar a noticia com emoção essa lhe faltava, e quando ele parou por um instante e nos encarou com os olhos brilhando eu tive certeza que não era nada bom – Mas a Annie não resistiu. Ela perdeu muito sangue e...

            Não conseguir mais ouvir explicações, apenas avistei Arthur na porta de entrada e corri ao seu encontro.

            - A Annie... Annie... Ela... Elaa... – nada saia da minha boca e Arthur se soltou do meu abraço segurando o meu rosto e me encarando.

            - Calma linda. Fala devagar o que aconteceu? – eu já me desmanchava em lágrimas e não conseguia falar – Luinha, fala pra mim que tá tudo bem, tá me deixando preocupado.

            - Não... Não tá... Nada bem.

            - Respira. – enquanto o encarava pude perceber Chay se aproximando de Marcus que já se encontrava chorando num outro canto daquela sala.

             - A Annie, ela não resistiu Thur... Ela se foi.

Por Nana F.

Oie!

Capitulo gigante e triste. Me perdoem, mas sabem que sou dramática!