Mais que Amigos - Caps 77 e 78

Post 77

- Onde está a princesa de tia Lua? – entrei em casa já fazendo graça.

- Demolô tia Luinha. – Julia falou colocando as mãozinhas na cintura como se me desse uma bronca – Você viajou e nem levô eu.

- Desculpa, mas eu não ganho nem um abraço? – ela sorriu e veio correndo em minha direção.

- Plemete que leva eu de ota veiz? – ela fazia manha agarrada ao meu pescoço. Eu não poderia prometer.

- Quando eu puder eu levo.

- Vamo lá pa casa binca de muneca cumigo? – ela falou sorrindo e segurando meu rosto com as mãozinhas.

- Vamos brincar de boneca aqui com tia Soph?

- Mais tio Chay piaça a gente. E minha muneca nova tá na nossa casa. – nossa casa... Tá ai uma coisa que me fazia falta.

- Não vou deixar tio Chay pirraçar, e você ganhou outra boneca? Me conta isso?

- Ontem cando papai me buscou aqui eu cholei e ele me levou no shope. – ela fazia bico – Cando a gente voto papai cholô tamém.

Sophia me encarou de um lado, Mel assentiu do outro, sim a situação era pior que eu imaginava. Conversamos mais um pouco, começamos a brincar e ela se distraiu. No momento em que ela se entregava ao seu desenho na TV eu aproveitei pra falar com as meninas.

Sei que não tem muito a ver, mas é o que eu estava escutando no momento... Clique Aqui!!!

- Quando você volta pra casa? – Mel perguntou.

- Não sei se tem clima pra voltar. – falei desanimada, aquele assunto me lembrava toda a confusão – Não tenho falado com Arthur.

- Eu sei, ele liga pra gente toda hora pra ter noticia sua. Ameaçou até contar pra minha mãe a confusão só pra você vir pelo menos aqui pra casa. – Soph completou.

- Amiga, vocês não podem ficar assim. – Mel fazia carinho nos meus cabelos, eu adoro isso.

- Hoje quando ele vier buscar Ju, tenta falar com ele. – Soph falou e eu demonstrei um olhar de duvida – Pelo menos tenta.

- Vem tia! Vai começar becardians – falou Julinha me puxando pela mão.

A tarde se foi, entre todos aqueles desenhos coloridos chegou a noite e eu nem percebi.

- Cadê a princesa do papai? – aquela voz soou longe e me deu um calafrio, quanto tempo eu não o escutava? Escutei Soph sussurrando algo e ele logo se materializou na minha frente. – Oi!

- Oi! – eu me senti uma adolescente sem saber o que conversar.

- Como você tá? – ele me olhava assustado, mas aquele brilho no olhar de felicidade estava presente. Será que ele ficava feliz em me ver?

- Eu estou bem, e você? – eu não conseguia encara-lo por muito tempo. Minha vontade era de pular no pescoço e abraça-lo como sempre fazia quando tinha algum problema. Mas fazer o quê, se meu problema agora era justamente ele?

- Eu... Eu não sei como eu estou, não consigo definir isso. – ok, isso ia ser tenso.

- Veio buscar a Ju? – eu desviei o assunto, não estava a fim de chorar agora.

- Foi. – ele percebeu e logo mudou a fisionomia pra derrotado no assunto – Vamos filha? Pra casa, tomar banho, tá na hora.

Julia logo se levantou sem falar nada. Eu sair do chão onde a gente estava e me sentei no sofá, ficar em pé era um atentado as minhas pernas. Julia pegou um urso cor de rosa, a boneca, deu tchau a Mel que estava do outro lado, e abraçando o urso e a boneca com dificuldade em um braço só me estendeu a mão.

- Vamo tia Luinha pa nossa casa. – tá, eu não contava com isso. Avistei Arthur coçando a nuca, Sophia encarando os sapatos, e Mel com uma cara de “eu te avisei”.

Continuando no clima da música...

 Post 78

- Vamo tia Luinha pa nossa casa. – tá, eu não contava com isso. Avistei Arthur coçando a nuca, Sophia encarando os sapatos, e Mel com uma cara de “eu te avisei”.

- Tia Luinha vai ficar aqui hoje princesa, vai dormir aqui e amanhã cedo eu vou te buscar pra gente brincar tá bom.

- Não quelo. – ela fez bico e Arthur a pegou no colo – Quelo dumi com você, você plemeteu.

Quando eu digo que não se pode prometer nada pra criança. Eu prometi isso na ultima noite que ela acordou e Arthur não a deixou ir dormir comigo no meu quarto.

- Vamo tia Luinha – ela estendia as mãozinhas, e pela primeira vez eu iria negar algo a ela.

Sem condição alguma eu voltar para aquela casa, justo durante a noite. Sem clima nenhum pra conversar com Arthur, sem cabeça, sem estrutura.

- Hoje tia Luinha dorme aqui, outro dia a gente dorme na minha cama tá bom?! – eu falei sem encara-la, mas bastou olha-la pra ver aquele biquinho e ouvir o choro tomar conta da sala.

Pude perceber que Mel saiu da sala, Soph enxugava os olhos e Arthur respirava fundo apenas abraçando a pequena. Eu não me perdoaria se ela saísse daqui dessa forma.

- Arthur, deixa ela passar a noite aqui comigo? – eu falei e ele me encarou com os olhos marejados. – Por favor?!

- Tudo bem! – ele a colocou de volta no chão, chamou Soph pra ir com ele até em casa pra buscar as coisinhas dela e se despediu dela.

Olhou pra mim e falou um tchau engasgado, o qual eu só respondi com um singelo olhar.

Acalmei Julinha no meu colo e a levei logo para o banheiro pra dar um banho enquanto Soph não chegava. Se eu bem conheço essa pequena não vai demorar muito pra dormir.

Quando terminei o banho Soph já me esperava no quarto, com um olhar meio tenso demais pra ela.

- Quer falar alguma coisa? – eu perguntei, sabia que viria sermão.

- Depois. – ela apontou pra Julia.

Fui pra cozinha, ajeitei o achocolatado de Julia, e depois que ela tomou assim como eu imaginava foi o tempo de uns dois desenhos e ela apagou segurando minha mão.

- Luinha, a gente pode conversar agora? – só estava eu e Soph na sala. Mel havia saído com Chay afinal hoje era sexta. – Mica daqui a pouco chega e queria falar só com você.

- Ok! – ajeitei Julinha de forma mais confortável no sofá e me sentei virando pra Soph – Pode falar.

- Eu não tenho o direito de me meter na confusão de vocês, acho que você tem os seus motivos, mas ele já se arrependeu...

- Soph...

- Deixa eu terminar. Sei que se arrepender só não é o suficiente, pois não é a primeira vez. Mas o que eu ouvi hoje doeu tanto, que eu não posso deixar de dar minha opinião. – ela respirou e continuou – Após aquela cena de cortar o coração de qualquer um aqui em casa da Julinha, Thur voltou pra casa chorando. Sabe desde quando eu não vejo ele assim? Desde que a Annie se foi. Chegando lá a única coisa que ele me perguntou era se ele era tão repugnante assim, que as pessoas que convivem com ele não conseguem o suportar por muito tempo.

Eu já era lágrimas e Soph me acompanhava.

- Sô, eu não queria isso. Você bem sabe o quanto eu o amo. Mas ta difícil pra mim.

- Eu sei Lu, entendo você não ir dormir lá hoje, mas tenta conversar amanhã durante o dia. Ele acha que perdeu você e a próxima pode ser Ju.

- Amanhã eu vou falar com ele, pode deixar. – a abracei e chorei mais um monte.

Assim que a campainha tocou, já sabia que era Mica e logo subi deixando os pombinhos em paz.

Por Nana F.

Nana chora pela 4ª vez com esse trecho... Sim, chorei no rascunho, chorei digitando, chorei corrigindo, e agora chorei novamente.

Sou chorona e não nego!

Mas ainda tem o último de hoje... Será que já tem a parte da conversa? O que será que acontece... COMENTEM!!!!!

Beijocas, Nana F.