Diário de Férias - Capitulo 15 - parte 2

- Pov Lua – Diário -

Bom dia querido diário!

Desejando isso a você pra ver se retorna um pouco pra mim, porque meu dia começou péssimo.

Estou devendo falar de ontem né?! Pois bem, fui surpreendida por um garoto fofo logo de manhã, que com todo galanteio ali presente foi me cativando. Carinhos inesperados enquanto dirigia, parada na estrada pra “resolver” minhas birras com beijinhos. A melhor surpresa possível! Ele me levou pra Disney. Sabe aquele sonho de infância que você não realizou? Esse mesmo. Quando mais nova sempre tive vontade de conhecer, condições eu tinha, mas meus pais sempre muito ocupados, e nunca me senti confortável com aquelas excursões formadas pelas patricinhas do colégio. Essa coragem louca de viajar sozinha como agora só apareceu com o tempo. Só apareceu quando me dei conta que nem todas as pessoas que convivemos são confiáveis.

Foi tudo mágico. Os personagens da Disney, as montanhas russas – as mais variadas possíveis – os castelos das princesas, o labirinto, e até mesmo a casa mal assombrada serão inesquecíveis. Com certeza o melhor dia aqui até agora. Sem contar que isso tudo foi acompanhado por Sophia e Chay, amigos maravilhosos. E por um Arthur que me permiti encantar demais.

Eu nunca esperei algo carinhoso e delicado como ele estava sendo comigo durante todo o dia. Com certeza, pra quem via de fora, éramos um casal feliz e apaixonado. Quanto ao feliz talvez estivessem certos, porém o apaixonado era só fantasia mesmo. Tão real como aquela vida de princesa existente em todos aqueles castelos.

Retornamos pra casa, com um Arthur totalmente carinhoso comigo. Chego a dizer que estava envergonhada com tanto “amor” no carro com Chay e Sophia presentes ali. Mas abri mão da minha timidez pra aproveitar. Carinho é sempre bom!

Desde o momento em que Chay propôs ficarmos todos no apartamento, que me senti insegura. Não sou nenhuma adolescente puritana, mas não gosto de coisas que tentam dar um passo maior que a perna. Mas Arthur me pediu de forma tão delicada e carinhosa, que acabei cedendo e acompanhando eles.

Sophia havia levado roupas. Bem que achei estranha toda aquela bolsa dela pra um passeio. Tomei um banho, comemos algo, jogamos conversa fora, programamos o passeio de hoje à noite, e após tanta empolgação, Sophia e Chay foram dormir.

Apenas eu e Arthur na sala, foi o bastante pra um namorinho gostoso começar. Beijos carinhos, até mãozinhas mais ousadas rolavam, mas por enquanto estava sendo bom. Resolvemos de fato ir para o quarto dormir, e querendo ou não, já fiquei meio incomodada. Eu estava indo dormir no quarto do cara que eu ficava apenas há três dias, e que até pouco mais de uma semana atrás eu não sabia nem da existência.

Deitamos, beijos e caricias continuaram, mas tomando uma proporção maior. Aquilo me fazia ter vontade de seguir em frente, mas a consciência falava mais alto e me mostrava o quanto estava sendo precipitada com os fatos. Eu não me sinto apaixonada por ele. Encantada talvez. Eu pouco o conheço. Sei apenas que por trás daquele rostinho bonito e senso de humor, existe um cara com problemas familiares. E curtidor da vida por natureza.

Eu estou gostando de ficar com ele, mas acho que tudo tem seu tempo. Adiantar as coisas pra quê?

Quando o clima realmente esquentou, pedi pra que parasse. Eu não estava à vontade, eu não queria adiantar tudo, eu não estava a fim. Ele continuou, pedia pra eu relaxar, falou coisas agradáveis, mas eu não conseguia. Eu não queria!

Depois de muita insistência eu tive que finalmente empurra-lo e falar que ia dormir na sala, ele ainda veio pra cima tentando me convencer. Mas quando finalmente se deu conta de que eu não cederia. Falou pra eu parar de besteira, que eu estava de drama, tudo de forma arrogante e repugnante. Não era aquele Arthur que eu me encantei.

Ele finalmente se retirou do quarto, mas foi o suficiente pra eu perceber a besteira que eu estava me envolvendo. Novamente eu estava me deixando levar por palavras bonitas, por uma pessoa que se dizia agradável e que no fundo era tão igual a todas as outras. Raiva de mim, raiva da situação, medo dos meus sentimentos. Eu só queria minha casa.

Acordei hoje de forma bem delicada. Uma invasão no quarto e uma porta do banheiro sendo fechada com fúria. Me arrumei e fui até a sala encontrando Sophia, e resolvemos vir embora. Ainda bem que rolava compreensão. Arthur mal ressurgiu na sala novamente, saiu sem nem ao menos falar comigo, apenas me encarou com aquele olhar fulminante de quem sentia muita raiva. Eu juro que não queria isso.

Chay ficou mais furioso ainda quando percebeu que havia algo errado, mas mesmo assim respeitou meu espaço.

Agora aqui estou eu no hotel, tendo que me animar pra não estragar a noite dos outros, mas precisando de meia hora de sono.

Até mais tarde diário!

Por Nana F.