Diário de Férias - Capitulo 22 - parte 6

- Pov Cupido -

- Ei, se ela não te contou é porque não queria que soubesse, não queria que sofresse. – Lua falou e o garoto continuou.

- Ele permaneceu no hospital por mais algum tempo. Mas voltou pra casa, não havia mais jeito. – Arthur ficou sério novamente – Depois que ela morreu eu tentei voltar pra casa do meu pai, mas ele estava ainda mais insuportável, e sempre reclamando que eu era uma vergonha por só querer farra, uma pessoa sem futuro, um inconsequente. Não pensei nem duas vezes e pedi pra vir morar aqui pra estudar. O pai de Chay achou ótima a ideia, meu tio sabia o que eu passava. E aqui estou até hoje, sem previsão de voltar.

- Você ainda tem muitos problemas com seu pai?

- Todos os dias. Ele já me pediu desculpas por tudo, diz que agora tudo que ele me cobra é para o meu bem, que ele quer o melhor pra mim. Quer que eu pare com minhas farras e estude pra ser alguém na vida. – Arthur sorria de leve com aquilo – Quer que eu cresça um pouco.

- Ele deve ter algum pouquinho de razão em relação as suas farras – Lua sorria de leve brincando com o garoto que sorria de leve – Hoje... Quando a gente estava vindo pra cá... Foi ele que ligou, não foi?

- Foi. Mais uma briga, e dessa vez por um motivo que ele nunca aceitou e eu nunca vou concordar com ele. – Arthur falou e Lua permaneceu em silêncio, deixando que ele continuasse – Antes da minha mãe morrer, ela me fez prometer pra ela que eu viria sim morar aqui em Paris um dia, e que todos os meus aniversários deveriam ser comemorados aqui, exatamente onde a gente tá agora. E assim eu faço todos os anos, venho pra cá.

- Espera ai. – Lua se afastou dele – Hoje é... Hoje é seu aniversário?

- É.

- Thur, por que você não me falou antes hein? – Lua estava inconformada e sem graça – Eu brigando com você e sem saber de nada. Achando tudo isso uma esquisitice. Nem um presente eu tenho pra te dar, nem um chocolate se quer.

- Deixa de ser boba – Arthur falou segurando o rosto da menina e selando os lábios – Ter você aqui do meu lado já é meu presente. Você é bem mais legal que o Chay.

- Nossa, fiquei lisonjeada agora, mas vou contar pra ele. – ela seguia as palhaçadas do garoto, mas logo ficou séria – Agora eu já sei seus motivos pra ficar sempre irritado quando fala com seu pai.

- Pois é. E graças a ele falar tanto que não presto comecei a acreditar e tentar ser esse cara que ele tanto fala que sou. – Arthur continuava a falar – Nunca consegui namorar sério, porque nunca consegui acreditar em amor. Sempre acho que posso ter o que quero por conseguir comprar quase tudo com dinheiro. Às vezes ajo como um imbecil por acreditar que meu pai tem razão.

- Isso é revolta, talvez se você aceitasse conviver com seu pai, ou parar de tentar bater de frente melhorasse isso.

- Pode ser.

- Eu tenho certeza.

Entre carinhos e beijinhos eles encerraram aquela noite de revelações. Antes de finalmente dormirem, foram até uma lojinha de guloseimas onde tomariam café da noite, já que nenhum queria jantar. Lua mesmo contra a vontade do garoto, pediu um pequeno murffin de chocolate, e mesmo sem vela, ou chamar atenção, sussurrou “parabéns pra você” no ouvido do garoto. O que o fez sorrir feito bobo, e ficar ainda mais apaixonado.

O clima daquela noite tinha tudo pra esquentar, mas os dois preferiram apenas se curtirem, sem clima pra pegação.

Mas amanhã será outro dia... E quem sabe com mais revelações.

Por Nana F.