Capitulo
4
‘Não
devia ter feito isso.’ – Lua sussurrou com a boca ainda colada a de Arthur. –
‘Não devia.’
‘Eu já
não aguentava mais ter você tão próxima a mim e não poder te tocar, não aguentava.’
‘Thur,
isso é errado.’
‘Errado
seria eu deixar você ir de novo.’ – a abraçou.
Naquela
noite eles não fizeram nada, apenas dormiram juntos, abraçadas sob a luz do
luar, beijos e carícias, mataram a saudade de uma forma simples, mas com um significado
enorme. Beijos ternos e sorrisos bobos foram distribuídos antes de o sono os
alcança-lhes, mas para Lua, algo ainda estava errado. Não era certo para ela
estar ali, não quando ele ainda estava casado com Cassia, é, ele havia contado
tudo a ela, inclusive que a mulher o negava o divórcio, com muita relutância
Lua aceitou ficar, mas sua mente nunca a deixava curtir o momento, sempre a
lembrando de que ele não era, e podia não ser nunca mais dela.
Acordou
com um fraco raio de sol sobre seu rosto. Remexeu-se um pouco saindo debaixo do
abrigo seguro que era o corpo de Arthur. Era volta das 5 da manhã, juntou suas
coisas tentando fazer o mínimo barulho possível, limpou a areia de sua roupa e
sorriu levemente ao olhar uma ultima vez para Arthur. É errado. Advertiu sua
mente prudente até demais neste momento. Seu sorriso tremeu se desfazendo por
fim, os olhos úmidos começavam a incomodar e ela decidiu que já estava mais do
que na hora de partir.
Um mês depois
‘É
mesmo um belo apartamento.’ – Arthur disse entrando na mais nova casa de Lua,
ela sorriu para o mesmo encontrando um sorriso esfuziante em resposta.
‘É
sim.’ – disse simplesmente e continuou a colocar os quadros nas paredes. – ‘Como está Susanna?’
‘Bem,
ela disse que gostou bastante de você.’ – pegou alguns objetos das caixas
começando a pô-los no lugar.
‘É
natural, todos me amam!’ – disse sorrindo divertida.
‘Humildade
mandou lembrança.’
‘Diga
a ela que agradeço.’ – riu da cara de indignação que Arthur fazia e continuou a
organizar seu mais novo apartamento. – ‘Cassia, como ela está?’
‘Ainda
pensando.’ – falou girando os olhos. – ‘Lua, eu não aguento mais isso. É
tortura!’
‘Thur,
já disse não vou me relacionar com você, está casado.’
‘Mesmo?
Não me diga. Acordar ao lado de Cassia todos os dias me faz pensar que bebi
muito a noite passada e ela é sempre a primeira mulher que eu levo pra casa.’
‘Já
pensou em ser comediante? Ganharia muito dinheiro com isso.’
‘Lua,
você não está entendendo, não é ela que eu amo.’
‘Isso
é tão difícil para mim quanto é para você, acredite.’
‘Tão
difícil que inclusive a vejo sair com seus amiguinhos todas as noites, pensa
que não vejo? Que sou cego? Lua você mora no mesmo prédio que eu. É meio
impossível, se você quiser ter casos extraconjugais tente ao menos ser mais
discreta.’
‘Casos
extraconjugais? Sou eu a pessoa casada aqui implorando por uma noite de sexo
com a ex. que não vê há anos.’
‘Noite
de sexo? Lua a única coisa que eu estou implorando aqui é para que você me
permita que eu a ame da maneira certa, que você deixe que eu a toque, que eu a
sinta, que você me sinta e que me ame na mesma intensidade que eu amo. Lua,
você tem noção do que é estar casado com uma mulher, e você imaginar outra em
seu lugar? Essa outra é você Lua, eu te amo!’
‘Thur,
vai embora, eu não vou ouvir isso.’ – falou com lágrimas nos olhos, todas
aquelas palavras a deram uma esperança de que tudo pudesse dar certo, enfim.
Mas ela não podia, não devia.
Arthur
sai da casa de Lua perturbado, chegou em casa e logo sua filha o perguntava
aonde tinha estado.
‘Estava
com Lua.’ – disse rude, mesmo que não quisesse, simplesmente não conseguiu
controlar a raiva. Su encolheu os ombros olhando meio chorona para o pai. – ‘Me
desculpe, não quis ser um bobo com você.’ – pegou-a no colo dando-lhe um beijo.
A menina sorriu e abraçou o papai.
‘Você
foi um bobão!’ – a vozinha infantil quase não transparecia o quão ela havia
ficado irritada com o pai. – ‘Mas eu te desculpo.’
‘Princesinha
linda! Onde tá sua mãe?’
‘Na
cozinha, eu vou lá pra casa da Lúcia ok?’
‘Não
demore.’
Susana
correu em direção ao apartamento da frente enquanto Arthur ia em direção à
cozinha, ele precisava resolver isso, essa situação não poderia durar para
sempre.
‘Cassia,
quando tudo isso vai terminar?’
‘Logo.’
– disse. – ‘Logo assim que você perceber que...’
‘Que?’
– insistiu.
‘Esquece,
não vale a pena.’ – suspirou sentindo-se fraca, apoiou as mãos na mesa
encarando um Arthur ansioso. – ‘Onde estão os papeis, Thur?’
Ele
sorriu correndo para o escritório onde os papeis do divorcio estavam guardados há
muito tempo.
‘Cuide
bem da Su, Arthur.’ – falou sentindo a já conhecida tontura, a dor de cabeça
irritante e conhecida já dava sinais de vida.
‘O
que? Mas você, você não vai querer ficar com ela?’
‘Eu to
morrendo, Thur, só você não viu...’ – a mulher disse sentindo-se cada vez mais
a dor, era pior do que das outras vezes.
Arthur
paralisou diante sua confissão, a mulher assinava os papeis com uma dor
estampada em seu rosto. Agora ele percebia, todas as noite quando ele se
levantava ou quando simplesmente passava horas trancada no banheiro, a exclusão
repentina. Tudo, Cassia estava morrendo.
‘Cass,
o que você tem?’ – perguntou num fio de coragem arrependendo-se amargamente de
ter-lhe entregue aqueles papeis. Ela não o olhava apenas concentrava-se em
desenhar, com certa dificuldade, seu nome numa linha minúscula.
‘Aneurisma.’
– falou finalizando sua assinatura. - ‘Você está livre, Thur.’
‘Não,
eu não posso te deixar desse jeito!’
‘Você
nem ao menos sabia alguns instantes atrás.’ – falou com amargura.
‘Mas eu sei agora, não vou te deixar.’ – falou
irritado. Como ela pode escondê-lo isso, ela morreria sem o falar nada.
‘Thur,
me deixa vai. Você tá livre agora.’ – apoiou-se numa cadeira. Sentia sua cabeça
latejar com ainda mais força.
‘Você
não tá bem. Vem eu vou te levar para o hospital.’ – pegou-a no colo, a mulher
já estava tão fraca que nem ao menos resmungou como normalmente faria.
Por
Karina Ellen
Minha cara ao ler o capitulo: =O
Apesar de tudo deu dó da Cássia e mais dó ainda pensar na Suzana :s XxCamila
ResponderExcluirSem palavras.... sem reação
ResponderExcluirKarina, como sempre mistério...
Nossa que triste :( fiquei sem reação também quando li...
ResponderExcluirQue triste... Karina sempre nos surpreendendo... Amo demais.
ResponderExcluirminha cara ao ler não foi diferente,quem mais vai sofrer com isso é a Susanna ;/
ResponderExcluirQue triste... coitada da Susana! Tomara que a Luinha cuide bem dela!
ResponderExcluirQue trite,coitada da Cássia,da Suasana e do Arthur também mais que ele não ama a mulher ele ta sofrendo é a mãe da sua filha
ResponderExcluirCerto, esperando minha ficha cair...
ResponderExcluirCaraca... Que barra pro Arthur, pra Su, pra Lua! Que pena da Cassia, cara!
Poxa fiquei com pena da Cássia agora, realamente vai ser uma barra para eles enfrentarem, mas a Lua tem que estar junto com o Arthur agora, tenho certeza que ela vai cuidar da Su, caso a Cássia morra.
ResponderExcluirAle
Sem palavras, que pena deles!!!
ResponderExcluir