quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Por um Acaso - Capitulo 4


Capítulo 4

Pov Narrador:

Do outro lado da cidade se encontrava um Arthur arrumado com uma camisa regata branca e uma bermuda num tom escuro. Havia dito aos colegas que iria sair sozinho naquele dia, pra espairecer as ideias segundo ele. Ainda se encontrava um pouco tenso só de pensar na garota que ele também não sabia o nome e havia apelidado de "garota da manifestação" como estava na bina do seu celular.
Estava pensativo, por que ele havia convidado ela mesmo? Nem ele sabia...
Pensando se deveria ir mesmo, talvez desistir seria melhor, mas pensou na garota. Poxa, ela era legal, não merecia levar um bolo dele. Ela foi educada com ele e era... Linda!
Não, ele iria sim, ajoelhou agora tem que rezar, como dizem. Foi interrompido de seus pensamentos quando olhou no relógio em seu pulso que marcava que estava na hora dele ir ou se não iria chegar atrasado. A garota morava longe, então teria que pegar um ônibus pra chegar lá, afinal não tinha carro e estava de passagem na cidade.
Lua por outro lado já se encontrava impaciente, a garota não tinha paciência nenhuma em esperar e já estava pensando que o garoto não vinha.
Nem o horário marcado tinha dado ainda, mas na cabeça dela ele já deveria está lá.

Pov Lua:

Ótimo, tinha me arrumado pra nada! Isso mesmo Lua, não aprende! Tem que levar mais toco. Não devia ter aceitado sair com aquele cara, nem conheço ele, não sei de onde ele veio, onde mora, com quem anda, não sei nada. NADA!
Arght... Droga! Eu sou tão tonta!
Batia meus pés fortemente no chão enquanto tentava sem sucesso me distrair com a TV, não me admiraria se o morador do apê de baixo viesse reclamar do barulho sobre seu teto. Eu por exemplo detestava ouvir esse tipo de barulho, talvez fosse melhor ter comprado uma cobertura.
Minha cabeça estava a mil. Olhei novamente pro relógio que agora marcava 2:30. Ok ele não vem, melhor ir trocar essa roupa.
Foi quando ouvir alguém tocando a campainha, estaria mentindo se dissesse que não sorri, dei uma última olhada no espelho e fui atender a porta. Abrir e encontrei o par de olhos castanhos um pouco mais escuros que os meus me encarando como se dissesse "Uau, como você está gata". Tudo bem, fui convencida, mas hoje eu deixo passar.
- Oi, desculpa o atraso, não foi muito fácil chegar aqui.
- Ah, tudo bem, eu entendo. – entendo nada, menti bonito, mas só vocês vão ficar sabendo, segredinho nosso!
- Então vamos? – perguntou sem tirar os olhos de mim e eu já estava vermelha como um pimentão. Ah qual é? Ninguém nunca me olhou assim.
- Você não quer entrar, tomar alguma coisa antes da gente ir? – perguntei, mas me arrependi, sei lá poderia tá parecendo uma oferecida.
- Tudo bem. Eu quero sim princesa, uma água, por favor. – ele me chamou de princesa e eu quase me derreti toda. Que droga Lua, o que fizeram com você?
- Entra. – falei dando espaço pra ele passar. Quando ele passou, senti seu perfume delicioso e juro que me segurei pra não agarrar ele ali mesmo... Céus!
- Legal seu apê. – falou sorrindo pra mim enquanto eu me dirigia pra cozinha pra buscar a água dele. Eu sei que não deveria trazer uma pessoa que eu mal conheço pra dentro de casa, mas o que foi? Ninguém é santo e eu estou longe disso.
- Obrigada, toma aqui sua água. – falei voltando da cozinha e indo até ele que estava sentado no sofá.
- Valeu princesa, mas agora a gente pode ir? – perguntou enquanto me entregava o copo agora vazio.
- Tá, vamos. Só vou buscar minha bolsa. – falei indo rápido até meu quarto e buscando uma pequena bolsinha de lado onde coloquei meu celular e dinheiro caso precisasse. Não sou daquele tipo de garota que fica só dando gasto. Nunca gostei disso.
- Pronto, a gente já pode ir – falei encontrando ele olhando o mural de fotos que ficava pendurado na parede da sala.
- Essa é você? – perguntou apontando pra uma das fotos que tinha ali no mural, no qual eu acho que tinha uns 8 anos.
- Sim e essas do lado são as minhas irmãs. Ana e Sophia.
- Uau, você era linda desde pequena. – ele falou enquanto eu procurava um buraco pra enfiar minha cara de tanta vergonha.
- Obrigada, você também não é nada mal. – ops, falei demais!
- Ah obrigada pelo grande elogio princesa, juro que me sentir melhor. – falou fazendo graça.
- Ah, desculpe eu não quis dizer isso...
- Tudo bem princesa, tava brincando. Mas vamos ou vai ficar tarde.
- Sim vamos. – respondi, e nós saímos do apê. Descemos as escadas e passamos por fim pela portaria por onde vi o olhar curioso do senhor Augusto, o porteiro fofoqueiro do prédio olhando pra mim e para o garoto como se dissesse "finalmente essa daí desencalhou". Velho curioso, pensei... Não é atoa que vive sozinho, ninguém vai querer uma pessoa que se importa mais com a vida dos outros do que com a própria vida.
Por fim, eu e o garoto chegamos a rua e começamos a caminhar olhando o movimento sem dizer nada um ao outro, foi quando ele falou:
- Você não se importa de andar á pé néh? Sinto te dizer, mas não tenho carro. - falou e fez um pequeno bico me fazendo rir baixo.
- Não, tudo bem. Esses dias tenho andado a pé mesmo, meu carro tá no conserto.
- Então, ótimo por que vamos caminhar bastante. – falou e eu sorri, esse garoto é legal.

...

- Você já pode me falar seu nome não acha? – perguntei divertida, estávamos em uma praia e nós havíamos tirado os sapatos pra colocar os pés na água fria. Tem coisa melhor?
- Arthur... Arthur Aguiar e a senhorita? – falou ele estendendo a mão pra mim fazendo mais uma gracinha. Nome tão lindo quanto ele, onw!
- Lua Blanco seu engraçadinho. – falei apertando sua mão enquanto ele ria jogando água pra cima com os pés.
- Ohh, então a princesa tem nome de estrela? Gostei mas prefiro te chamar de garota da manifestação... – falou rindo e eu ri também.
- Tudo bem, mas e o que senhor faz da vida? – falei entrando na brincadeirinha de nomes.
- Eu vivo ué, tem coisa melhor que viver? – ok, não entendi nada.
- Isso todo mundo faz, viver, ter rotina, essas coisas.
- É ai que você se engana princesa, venha aqui. – falou estendendo as mãos pra mim.
- O que foi? – falei rindo enquanto ele me puxava pra algum lugar.
- Olhe aqueles pássaros lá no céu, você acha que eles têm a mesma rotina todos os dias? – perguntou divertido olhando pra mim. Ainda estávamos de mãos dadas, aquilo era bom.
- Mas, o que isso tem haver com a gente, quero dizer nós dois? – perguntei divertida enquanto ainda mantinha meu olhar sobre os pássaros. 
- Digamos que eu sou que nem eles...
- Hãm? – definitivamente ele não estava fazendo sentido nenhum.
- Ah, tipo eu não tenho lugar fixo princesa, sou do mundo, onde eu quiser ir eu vou...
- Como um mochileiro? – perguntei curiosa.
- Bingo! Já disse o quanto você é inteligente? – ele falou olhando nos meus olhos e fiquei tempo olhando os seus também, porém logo desviei dessa vez olhando as pequenas ondinhas no mar.
- E como é... Digo, ser assim? Então logo você vai embora néh? – existia sim, uma certa tristeza da minha parte em dizer aquilo.
- Ah é como o pássaro, vou pra onde quiser, quando quiser, sem precisar de nada nem ninguém. Quando eu acho que tenho que ir eu simplesmente vou. Já viajei praticamente esse Brasil todo e de uns tempos pra cá a gente vem explorando o mundo. Não é divertido princesa, ser livre? Quanto a ir embora, como já lhe disse, o tempo dirá quando eu tenho que ir.
- Como você se sustenta?
- Ah, a gente sempre dá um jeito, dinheiro não é problema.
- E quem seria o "a gente"? – falei dando ênfase.
- Eu e a minha "família". – respondeu meio pensativo.
- Você, seus pais, tios, tias, vovôs e tal? – falei fazendo graça também e ele riu.
- Hum... Não, esses eu já não vejo há muito tempo. Digo minha família, as pessoas que me querem perto. – falou olhando pra mim.
- E não sente falta da sua família, quer dizer, de quem te colocou no mundo?
- Bom, isso é meio pessoal princesa.
- Desculpe. Eu não devia ter perguntado.
- Tudo bem princesa, gostei desse seu interesse em saber sobre minha vida. É bom saber que alguém se interessa por ela. – falou colocando a mão no rosto, mas logo retirando.
- Mas chega de falar de mim, vamos falar da senhorita. O que tem pra me falar? – perguntou arqueando uma sobrancelha.
- Ah! Minha vida não tem nada de especial. Sou uma simples médica pediatra, solitária, que vive do trabalho, esse que dedico maior parte do meu tempo – falei.
- Entendo, namorando?
- Não. Não, faz tempo que não tenho um... Namorado. – falei rindo.
- Está vendo, temos algo em comum. Também não tenho namorada e... Faz tempo. – nós rimos.

Pov narrador:

O resto do passeio se seguiu normalmente entre risadas, piadinhas e gracinhas, mais da parte de Arthur. Lua ouvia com atenção suas histórias sobre suas viagens e ficou muito admirada com cada uma delas. Arthur por outro lado, adorou o jeito tímido explosivo da garota. Ela lhe contou algumas travessuras infância e um pouco sobre a faculdade.
No final do passeio, Arthur levou a garota de volta ao apartamento dela e os dois se despediram com os dois beijinhos no rosto, arriscado pela garota, ele lhe disse que iria ligar pra ela novamente, e com isso foi embora por que ainda tinha um longo tempo até chegar onde estava hospedado.
Os dois dormiram feito anjinhos. Lua pensando em como Arthur era fofo e ele pensando em como ela era uma pessoa extraordinária. Iria querer sair com ela de novo, claro que sim!


Por Amanda Amorim

8 comentários:

  1. Lindos, Arthur está investindo devagar, até conseguir atacar kkk (ok isso soou meio vulgar kk). Quero mmmais
    Ale

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  2. Ai que fofo! Só por gentileza, néh dona Lua?! Cheia de segundas e terceiras intenções!!!
    Sinto que esse casal ainda vai passar por muitas!

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  3. amando >< sei que só tem 4 capítulos mas faz #maratona, pleaseeee
    Rapha L.

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  4. Ai gente que mal vcs fazem da Minha Lua e do meu Arthur,dois santinhos u-u

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  5. LIndo... Visões diferentes da vida. Encantamento mútuo. Água e nós. Nós e água.

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  6. Cheios de filosofias... Amando *-* XxCamila

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