Por um Acaso - Capitulo 5

Capítulo 5

Pov Lua:

Bom, como nem tudo são flores, cá estou eu de novo no meu trabalho. Digo, eu adoro trabalhar aqui, mas juro que tem hora que essa rotina de sempre cansa, ainda bem que tenho a Mel aqui pra me fazer companhia, não contei muito sobre ela néh?

Pois bem! Quando eu vim trabalhar aqui no hospital, ela era umas das atendentes. Ela foi super fofa comigo e eu me identifiquei muito, então nós viramos amigas também.

Nisso também eu a levei pra conhecer Sophia, então nós meio que viramos o "trio fantástico", somos muito diferentes uma da outra, mas sabemos lidar com isso muito bem. Certo que às vezes a gente briga, mas é coisa de minutos pra voltarmos a nos falar de novo. Elas eram minha família aqui... Minha irmãzinha e minha amiga inseparável.

- Bom dia Luinha. Como foi seu dia ontem, dormiu bem? – falou Mel toda sorridente quando me viu entrando e eu já sabia onde ela queria chegar. Mato a Sophia, fofoqueira dos infernos.

- Ah! Oi Mel. Por que toda essa alegria ás 7 da manhã? – falei sem humor, não acordava bem pela manhã, ainda mais tendo que acordar cedo.

- Tenho duas notícias boas pra você. – falou ela ainda com aquele sorriso no rosto.

- O que foi? Eu ganhei na loteria e não to sabendo? – fiz uma gracinha. Ótimo já estava aprendendo demais com o Arthur mesmo.

- Não. Olha o meu dedinho. – falou ela me estendendo sua mão onde pude ver seu anel de noivado brilhando em um de seus dedos.

Fiquei estática, então finalmente o Suede havia resolvido tomar uma atitude descente? Mentira gente, ele é um cara muito legal e muito apaixonado (não sei por que estou dizendo isso) pela Melzinha também o problema é que eles namoram desde os 17 anos e eu acho que eles estão juntos a tanto tempo que ele já deveria ter feito isso há tempos, afinal Mel já tinha 23 anos e ele a mesma idade.

- Não é lindo Luh? Foi lindo demais, o Chay foi super romântico, ahh! – falou ela recolhendo sua mão, e dessa vez ela mesma olhando a pequena rodinha em seu dedo anelar com um brilho nos olhos.

- Ohh! Mel que legal, finalmente hein!? – falei rindo, porém estava mesmo feliz pelos dois.

- Lua, já disse que você é uma péssima amiga? – falou ela fazendo um bico.

- Onw! Eu também te amo meu amorzinho. – falei indo pra trás da bancada onde ela estava e sentei em seu colo apertando suas bochechas. - Estou realmente muito feliz por vocês dois, vocês se merecem muito. – falava ainda apertando suas bochechas.

- Lua, sai de cima de mim sua gorda. Você tá querendo ser demitida por mau comportamento? – falou ela me empurrando de seu colo fazendo com que eu quase caísse de bunda no chão.

- Onwt, magoou! – falei fazendo biquinho enquanto voltava pra onde estava antes – Mel, qual a outra notícia ou eu vou ter que implorar pra você me contar? – falei me debruçando sobre sua bancada.

- Ainda bem que tocou no assunto sua safadinha. Como ousa sair com alguém e não me contar? – falou se levantando e vindo em minha direção. Droga! Ela tinha que chegar nesse assunto. Não queria falar nada sobre Arthur ainda.

- Ah Melzinha, não tem nada pra contar. Só saí com o Arthur e pronto. – falei me sentindo envergonhada enquanto continuava me afastando, já que ela ainda vinha em minha direção com uma cara digamos, desafiadora!

- Ah, então o nome do santo é Arthur? – falou ela parando e rindo.

- Santo? – perguntei rindo. Arthur com certeza estava longe de ser santo.

- Pense comigo Luinha, você... Logo Você! Aceitou sair com ele, só pode ser um santo. – falou ela um pouco escandalosa fazendo com que quem passasse por ali achasse que ela era uma doida varrida (o que não era mentira, tenho que concordar).

- Ok, ok! Não quero falar disso. O que tenho pra hoje? – falei mudando de assunto.

- Tá certo senhorita Blanco, porém mais tarde você não me escapa, vai ter que me contar tudo, ou se não já sabe... Ataque de cosquinhas. – ela falou isso e eu rir me lembrando de Arthur me chamando de "senhorita" algumas vezes. Era totalmente sexy o jeito como ele falava... Ahh!

- Eu supero. – respondi fazendo uma careta e ela riu – MEL, anda não tenho o dia todo, o que tenho pra hoje? – falei já impaciente.

- Deixe-me ver. – falou voltando pra bancada e olhando meu horário em seu computador – Você tem horário com as filhas da senhora Steves, com aquele baixinho gorduchinho de semana passada, e com... Hum, Clarinha. – meus olhinhos brilharam.

Eu adorava a Clarinha, ela lembrava eu quando era pequena, é loirinha, tem cabelos um pouco cacheados e baixinha. Tem sete anos e é um amor de criança.

- Está bem, vou para minha sala. Tchau Mel. – falei já me direcionando pra área dos elevadores, sim esse hospital era um luxo puro.

- Lua, não se esqueça da nossa conversinha de mais tarde. – falou ela um pouco mais alto para que eu pudesse ouvir. Tive vontade de me virar e lhe mostrar o dedo do meio, mas lembrei que estou no meu local de trabalho, isso não seria muito bom para minha carreira.

- Ok Mel, até mais. – falei entrando em um dos elevadores indo para minha sala, já disse que amo meu trabalho? Pois é.

Pov Arthur:

Acordei com um sol já forte bem em meu rosto, o que me fez levantar logo, porém ao olhar em meu relógio vi que já se passavam das dez. Nossa! Sinceramente eu acho que já estou ficando mal acostumado com isso, fui ao banheiro que tinha no quarto que eu dividia com dois dos meus colegas, os quais já tinham saído, notei, e fiz minha higiene matinal.

Quando sair do banheiro verifiquei mais uma vez o horário, não havia passado muito tempo, eram só dez e meia. Troquei a roupa que eu estava, pequei o necessário e guardei tudo no bolso da calça e desci até o pequeno cômodo onde se faziam as refeições, chegando lá encontrei Rosana, uma das minhas colegas de viagem que estava tomando café em uma das poucas mesas que tinham ali.

- Bom dia mosqueteira. – dei um peteleco em seu nariz enquanto ela me olhava e sorria pra mim.

- Olá Thur, estava dormindo até agora? – ela me olhou um pouco espantada, falei que eu estava dormindo demais.

- É sim! Sabe cheguei tarde ontem e apaguei. – respondi enquanto roubava uma rosquinha de seu prato fazendo ela me olhar furiosa.

- E onde estava? – perguntou desafiadora.

- Não interessa. – falei seco e logo depois me arrependi, vendo sua feição com um pouco de espanto – Desculpe. Eu só to um pouco de mal humor. – falei pra ela.

- Sim, tudo bem. Olha, nós vamos sair todos juntos hoje, vamos escalar. Você não vem? – ela me perguntou.

- Não, não. Eu vou dá outra andada na praia, preciso ficar um pouco sozinho.

- Arthur, você está muito estranho, não quer sair com a gente e agora só anda sozinho. Não me diga que está saindo com uma dessas carioquinhas sem sal daqui não é? – ela me perguntou e sua feição dessa vez era de raiva.

- Claro que não. Você sabe que eu não sou desses. Só quero ficar sozinho pra pensar na minha vida. – falei um pouco irritado.

- Sei, sei. Olha, se mudar de ideia e quiser vir com a gente, nos avise. – falou se levantando da mesa, onde se direcionou pra moça pra pagar seu café. Ela pagou a conta e saiu me deixando lá sozinho, pensativo.

...

Já fazia um certo tempo que eu havia saído do hotel. Tinha ido mesmo á praia como havia dito á Rosana mais cedo. Estava sentado na areia encarando o mar e pensando em tudo. Minha vida, o que eu realmente queria pra mim.

Não sei por que estava pensando nisso, sempre achei que minha vida estava feita, mas agora parece que todos aqueles planos que eu havia feito estavam indo por água abaixo, o que me fazia pensar isso?

O que Lua me disse ontem, ela tinha me perguntando se eu sentia saudade da minha família. Aquilo me deixou meio fora das ideias. Fazia muito tempo que não pensava neles. Com certeza estavam bem melhor sem mim, sim, claro que estão.

Por falar em Lua, essa garota tá mexendo com a minha cabeça. Sai com ela somente uma vez, e é como se nos conhecêssemos á anos. Isso é estranho, muito estranho...

Talvez eu devesse ligar pra ela hoje ou talvez não. Poderia parecer muito clichê, eu iria vê-la de novo. Sim, nosso papo foi muito legal e eu gostei do jeitinho dela. Agora a dúvida era ligar ou não? Pelo que ela me disse, a essa hora estaria no trabalho. Talvez não fosse uma boa ideia. Mas de que é o mundo sem ariscar não é mesmo? Bom, vou dá um jeito nisso e vai ser agora.

Por Amanda Amorim