sábado, 18 de janeiro de 2014

Every Day - Capitulo único



Every day

Mesmo depois de todo esse tempo, eu ainda me lembrava dele. Lembrava dos nossos momentos juntos, de como parecíamos felizes e de como nosso amor parecia cada dia mais forte, mais concreto. Mas de repente tudo desabou, ele sumiu sem dar noticias, e, o que eu pensava ser eterno, acabou, e deixou uma cicatriz tão profunda, que até hoje ela dói dentro do meu coração.
Hoje era uma data especial para nós. Seria o dia em que faríamos quatro anos de namoro, e durante esse tempo todo eu nunca imaginei que tudo que ele falou e todos os nossos sonhos de ter uma família seriam em vão.
E apesar de tudo isso, eu não queria que essa data tão importante passasse em branco, então eu reservei meu dia apenas para visitar todos os lugares que foram importantes para nós, e tentar ter um pouquinho da felicidade que eu tinha quando estava com ele.
Comecei pelo colégio, onde nós nos conhecemos, pedi autorização pra visitar o pátio, o jardim, todos os lugares que ficaram na minha memória. Depois eu parti para a praça que passamos muitas de nossas tardes pensando em como seria a nossa família. Por ultimo eu fui no cais onde ele me pediu em namoro, onde eu o vi pela ultima vez. Já era noite e eu sentia uma brisa suave soprar e balançar meus cabelos. E eu pedi com todas as minhas forças e com todo o meu amor para que ele voltasse, que me dissesse que todo esse tempo não havia mudado em nada o amor que ele sentia por mim, e que de volta nos meus braços ele queria reconstruir a nossa vida, com o nosso amor mais forte e duradouro.
Fiquei quase uma hora pensando em como seria se ele voltasse, se o destino nos desse a chance de tentar tudo de novo, ainda mais bonito do que havia sido, e jurei que seria a ultima vez que eu pediria pra ele voltar.
Quando cheguei em casa – a nossa casa – subi direto para o quarto, tomei um banho quente, vesti um pijama e desci para preparar alguma coisa para eu comer. Comi e fui assistir um pouco de televisão antes de me deitar.
                                                                       ~*~
Depois daquele dia, passaram-se dias, semanas, um mês e nada havia mudado, eu seguia minha rotina monótona de: acordar, me arrumar, tomar meu café da manhã, trabalhar (eu era psicóloga e tinha minha própria clinica), voltar pra casa, comer e dormir. Eram aproximadamente oito horas da noite e eu estava voltando para casa. Cheguei, fiz meu “ritual” de todo dia e quando eu já estava indo me deitar, a campainha tocou. Que diabos ia estar fazendo alguma criatura desse mundo na minha porta, a essa hora? Eu não tinha família na cidade, meus poucos amigos quase não tinham tempo de falar comigo, quem era ali, do outro lado da porta?
Abri a porta devagar e me surpreendi com a pessoa que eu me deparei. Era ele. Mas como podia ser ele ali diante dos meus olhos, depois de tanto tempo longe de mim... Ele havia mudado, estava mais forte, bonito e atraente do que eu me lembrava, um homem e tanto, diga-se de passagem.
- Arthur? É você mesmo? - eu disse ainda sem acreditar.
- Oi Lu. Não vai me convidar pra entrar? - ele disse com aquele meu sorriso, já entrando.
- Já entrou, né? - eu disse. Ele parecia analisar tudo – que não havia mudado em nada depois que ele foi embora.
- Bem, eu acho que lhe devo algumas explicações...
- Você acha? Depois de ter largado sua namorada aqui durante anos sem dar explicações, sem deixar um mísero bilhete, você só acha que me deve explicações?
- Eu quero me desculpar, de verdade por tudo isso, e eu queria pedir para que você me deixasse falar tudo, sem interromper, porque eu preciso muito lhe falar algumas coisas.
- Vá em frente.
- Bem, eu fui embora por causa do meu pai. Ele tinha outra família, na Inglaterra. E eu tenho um irmão, Lu. Só que esse meu irmão, que eu nem sabia que existia, sofreu um acidente de carro, que matou o meu pai. – ele falava com os olhos marejados, assim como eu – E meu irmão ficou em coma por um ano inteiro, mas quando ele acordou, ele estava cego, meu amor. – as lágrimas já eram inevitáveis tanto para mim, quanto para ele. E aquele “meu amor”, que não ouvia há tanto tempo, me desarmou completamente – E passei todos esses anos na Inglaterra, com o Lucas e com a minha madrasta, cuidando dele e ajudando ele a se adaptar a essa nova vida. - ele falava com um sorriso de canto, fungando para controlar as lágrimas – E eu quero que você saiba que durante todos esses anos eu pensei em você, e eu pedi tanto a Deus, para que você estivesse bem, e que quando eu voltasse você me aceitasse com todos os meus defeitos. E então, você aceita?
- Eu nem sei o que dizer. Eu passei todos esses anos torcendo para que você voltasse logo para os meus braços, e agora que você voltou, eu nem sei o que fazer.
- A gente pode tentar recomeçar, por favor, me deixa fazer você me amar de novo? – Ele parecia suplicar aquilo, e só ai eu tive a certeza de que o nosso amor era REALMENTE eterno.
- Não precisa. Eu nunca deixei de te amar, e não vai ser agora que isso vai acontecer.
Nós sorriamos um pro outro, como se nada nesse mundo fosse mais importante do que estarmos juntos, e para nós, realmente não havia nada além disso, além do nosso amor, além de nos dois. E finalmente, depois de tanto tempo, nós nos beijamos, um beijo suave, que demonstrava todo o amor, a paixão que ali existia. Acabamos o beijo com selinhos e sorrimos um para o outro.
- Eu amo você, Aguiar.
- Eu também te amo, futura senhora Aguiar. Você aceita se casar comigo? - ele disse se ajoelhando ali na minha frente, abrindo uma caixinha com duas alianças, eu sorri em meio às lágrimas, e não hesitei em responder:
- Sim, sim, sim, sim, SIM! – Nós rimos e ele se levantou e colocou a aliança lentamente no meu dedo, e eu o olhava como se ele fosse a coisa mais perfeita desse mundo (o que na minha opinião, é verdade). Depois foi aminha vez de deslizar aquele objeto simbólico, que não conseguia representar um terço do nosso amor.
- Então acho que agora só falta uma coisa pra completar a nossa felicidade. – Ele disse colocando a mão no meu ventre.
- Um bebê? - eu quase não cabia em mim de tanta felicidade em imaginar a nossa família.
- Um fruto do nosso amor!
                                                                       ~*~
Aquela foi a noite mais perfeita de todas, e a que nós acreditamos que foi quando concebemos o nosso Gabriel. Nossa família, hoje é a mais feliz de todas, eu, Arthur, Gabriel, que hoje tem quatro anos e espera ansiosamente pela chegada da nossa Anne, o mais novo anjinho da família.
E eu, agora Lua Aguiar, continuo me apaixonando pelo meu queridíssimo marido. Todos os dias.

Por J. Melo

 Tá ai mais uma obra de uma leitora do blog.
Briguem com ela por ser anonima e nunca ter comentado kkkkkk
Brincadeirinha.
Parabéns, aguardo mais histórias. Tudo é sempre bem vindo.

Beijocas, Nana F.

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