Aquela pessoa - Capitulo 19

CAPITULO 19

                                         

Primeiro de janeiro – Madrugada

Após lermos nossas cartas, Lua foi para sua casa, sem me esperar. Eu poderia ter acabado com a promessa anos atrás. Ter descoberto sobre os sentimentos de Lua. Ter tido coragem de pedi-la em namoro e não estar passando por isso... Mas talvez eu e ela não estivermos juntos... Como hoje...

Primeiro de janeiro – Madrugada

Não podia acreditar no que tinha lido.

Onde foi parar esse menino? Aquela pessoa que ditou a carta? Aquela pessoa por qual eu me apaixonei e sou apaixonada ate hoje...

Onde está?

Onde?

Primeiro de janeiro – Manha

Não consegui dormir direito nessa noite... Todos os meus pensamentos me levavam a Arthur... É muito triste perder uma das pessoas mais importantes de sua vida! Ele era tudo para mim! Desculpa mãe... Mas ele me ajudou muito, me apoiou muito, parecia que me amava muito também... 

Deixei-me levar por um simples sorriso... Por um simples sorriso e deu o que deu.

Estou sentada na minha cama, chorando, segurando a carta de Arthur... Martirizando-me como sempre faço quando brigo com Arthur, mas agora é diferente. Simplesmente descobrir que tudo não passara de uma farsa... Uma mentira... Longos anos de amizade, convívio, confiança, amor perdidos por uma traição.

Será que a culpa fora minha? Será que em algum momento magoei Arthur para que ele fizesse isso comigo? Será? Ou simplesmente, mudara, perdera seu caráter? Queria me magoar por puro prazer? Características nunca presentes naquele ser? 

Por que isso tudo esta acontecendo? Por quê?

Primeiro de janeiro – Manha

Acordei feliz pela primeira vez em meses... Daqui três dias eu estarei livre! Do Carlos... Dessa minha vida que estou levando... Quem sabe Lua pode voltar comigo, e terei meus amigos de volta?

Tomei meu café na casa de Claudia, já que dormir, junto a minha mãe, lá.

- Arthur, você esta diferente!

- Tem haver com o telefonema de ontem?

- Talvez...

- Menino chato é esse seu filho!            

- Muito! – Lua bufou.

- Pare de segredos! Conte-nos!

- Será que podemos comer sem falar dos assuntos inacabáveis do Arthur?

- Tudo bem... E como você dormiu Lu?

- Na cama, Aguiar!

- Ele perguntou se você dormir bem ou mal, Lua!

- Deixa tia! Ela tem o direito de estar assim comigo... Afinal eu a trai. - Pronto! Aquela minha alegria tinha passado. Estava cansado da forma que me tratava... É muito pesado ter que suportar ameaças e ser odiado por meus amigos... Queria um pouco de paz.

- Faça suas, as minhas palavras.

Primeiro de Janeiro – Tarde

Arthur estava em seu quarto escrevendo, quando Giovanna aparece.

- Arthur! – Disse feliz – Esta tudo bem? – Perguntou porem logo percebe o semblante do amigo e se preocupa – Está tudo bem com você?

- Ah... Claro... Tudo como esta sendo a nossa vida, nada de errado.

- Hum... Arthur sabe que pode confiar em mim!

- Eu sei. – Percebeu que Arthur não iria ceder tão cedo, tenta mudar de assunto.

- E o que você esta escrevendo?

- Só espera um pouco. Pode ver TV! Sinta-se em casa!

[...]

Ilhado

Sempre quis te ter... Só Sonho contigo... Mas Joguei tudo a perder... Mesmo não sendo culpa minha...

Estou ilhado em meus sentimentos... Em minha emoção... Perco-me em meus pensamentos... Perdendo minha razão...

Estou ilhado nessa situação... Desconfortável... Muitas das vezes sem noção... Só quero sair daqui!

Poderia encontrar um lugar... Onde posso me perdoar... Estou sozinho... Querendo um pouco do teu carinho...

Estou ilhado... E ninguém pode me tirar... Estou ilhado... E ninguém para me amparar!

- E você esta bem, né Arthur?

- Ah Giovanna me deixa! Ok! Mas como foi seu ano novo? Encontrou o Fernando?

- Então foi você? – Rimos – Obrigado... Bom, o meu ano novo foi ótimo, só faltou você!

- Eu?

- Claro! Acariciou o rosto de Arthur. – Senti falta do meu irmão – Arthur balançou a cabeça.

- Sua boba! Também senti sua falta! Mas quero detalhes! Como foi com o Fernando?

Primeiro de janeiro – Tarde

Kátia e Arthur foram embora logo depois do café da manha. Minha mãe estava mais chateada comigo agora que eu disse aquilo para o traidor.

Agora no meu quarto assistindo televisão, quando por uma fração de segundo olho pra a janela e avisto Giovanna no quarto de Arthur, junto a ele.

Eles estavam conversando quando ela acaricia o seu rosto e o outro corresponde com um abraço. Eu queria.

Eu queria não sentir nada, mas meu sentimento ainda é forte! Como estava me odiando!

Por Arthur Bandeira