domingo, 6 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 4


Cap. 4


A notícia de um novo delegado, já havia corrido a cidade. Cidade pequena é assim. Porém ninguém esperava que fossem duas mulheres, e lindas. Quando o carro foi encostando-se à casa azul que ficava próxima a praça principal da cidade e as duas desceram, começaram os comentários e as fofocas. Todos sabiam que a casa seria ocupada pelo  futuro delegado. A novidade chegou rápido as fazendas da região, tanto Arthur quanto Pedro souberam da noticia e reagiram de maneiras diferentes.


Na fazenda Aguiar

- Como assim Chay, o novo delegado é uma mulher?
- Arthur e que mulher, duas mulheres, dizendo melhor!
- Toma vergonha Chay, vai dar em cima da delegada e acabar em cana. – Micael falou com os primos.
- Ah, Mica, tenho culpa que nessa terra tem pouca mulher gata. Quando aparece carne nova a gente fica meio empolgado.
- Eu estou preocupado se ela vai conseguir descobrir quem matou o Jorge. Aposto que tem dedo do imbecil do Pedro nessa história.
- Deixa de ser paranoico Arthur. O Pedro não pode ser culpado de tudo. Ainda mais que o irmão do Thiago também morreu.  – Chay tentou trazer Arthur à realidade.
- Primo, e o Thiago além de amigo é o braço direito do Pedro. Isso não faz sentido.
- Isso eu não sei, aquele Pedro é louco e com ele eu sempre tenho o pé atrás.  E outra, amanhã nós vamos à cidade conhecer essa tal delegada.
- Não esqueça a amiguinha dela é uma morena gostosa. – Chay todo empolgado.
- Chay, você não tem jeito. Micael fechou a conversa.


Na fazenda Cassiano.

- Como assim a lei da cidade vai ficar na mão de uma mulher? Desde quando eu obedeço à mulher? Vou falar com o prefeito eu não admito isso!
- Deixa de machismo Pedro.
- Fica quieta Sophia, você não sabe de nada. Aposto que não vai investigar nada da morte do Roberto. Mas eu não vou deixar assim. Não sei como, mas aquele babaca do Arthur tem alguma coisa a ver com tudo isso.
- Agora além de machista, tá maluco Pedro! O primo do Arthur morreu. Ele iria matar o primo?
- O Arthur não tem coração Sophia. Ele é frio, por isso ele nunca se envolveu com ninguém. Ele não sabe o que é amar ou o sentido de família. Ele sacrifica qualquer um para atingir os objetivos dele.
 - Pedro, meu filho, para com essa conversa mole e vá se apresentar a nova delegada e deixe claro quem manda nessa cidade.
 - Sim, mãe. Amanhã cedo eu vou à cidade.
- Pedro eu vou com você.
- Ah, Sophia, o que você vai fazer na cidade?
- Pedro, é bom a Sophia ir também, assim ela pode se aproximar dessa delegada e trazê-la para o nosso lado.


Na cidade

Depois de colocar as coisas no lugar na casa nova Lua e Mel foram para a delegacia assumir os seus postos, Lua delegada e a Mel assistente. No caminho a pé perceberam os olhares e os comentários. A delegacia era próxima a casa delas.

- É Lua, já chegamos causando.
- E você adora né, Dona Melanie!
- Tenho culpa, sou demais.
- Vamos logo ver o que temos que encarar. A cidade até que é bonitinha.

Chegando a delegacia elas se apresentaram aos soldados que estavam lá. Sem grandes reações, eles pareciam mais espantados, por serem comandados por mulheres. Fazer o quê era mais um desafio para Lua e Mel.

Elas ficaram tomando pé dos casos em andamento, incluindo o caso da morte de Jorge e Roberto, o delegado anterior e seu assistente. Esse caso era prioridade para elas, eram ordens superiores. As pistas que tinham eram poucas: os dois foram mortos com um tiro no peito cada um. Pelos depoimentos, estavam sozinhos na delegacia aquela noite, os policiais que estariam de plantão foram atender um chamado de uma briga no bar que tem na estrada, preso só tinha um bêbado que passava pela cidade e já havia sido dispensado e  indo embora da cidade, ninguém nas vizinhanças à delegacia viu qualquer movimento aquela noite. O exame de balística ainda não havia voltado da capital. Os corpos foram achados na madrugada, quando a patrulha de policiais retornava trazendo os briguentos do bar.


Enquanto elas discutiam as pistas e evidências davam alguns telefonemas receberam as primeiras visitas.

Por Paula Gonçalves

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