segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 31


Cap 31

Chegando ao quarto, Lua e Mel viram onde os policiais acharam a arma, embaixo do colchão.

- Pode recolher! É uma evidência.
- Peraí, Lua, a arma que você está procurando não é um tesourão?
- Sim Pedro, mas pelo que foi apurado o Zé Lima não tem porte de arma. Logo, esse revolver é ilegal.
- Delegada achamos!

Todos foram para a cozinha da casa, lá estava o tesourão, num fundo  falso da mesa.

- Acabamos então, não é Delegada?
- Por hora, Dr. Pinheiro. Porém uma coisa me chama a atenção. Se o Zé está tão apaixonado pela Sophia, onde estão os indícios desse amor: fotos, objetos femininos que lembre ela? Nesta casa não há nada. É uma típica casa de um homem solitário e até meio rústico.
- Drª Lua, como à senhora mesma disse, Zé é um homem rústico, não é dado a esses atos românticos. Podemos encerrar por aqui?
- Tudo bem, vou mandar o revolver e a tesoura para a perícia.
- Ok, vou providenciar o habeas corpus.

Pedro observava a conversa, como senão estivesse entendendo nada.

Na delegacia

Lua e Mel encaminharam as evidências para a perícia, agora era aguardar. Mas tudo isso muito fácil, incomodava a Lua.

- Mel, ainda tem coisa aí. Tenho certeza que a perícia vai dizer que esse revolver foi o que matou o Jorge e o Roberto. Mas por que o Zé faria isso? A mando de quem?
- Lua, eu também estou achando tudo muito estranho. O Zé está de testa de ferro de alguma coisa.
- Agora Mel, enquanto não provamos a ligação dele com os assassinatos não podemos fazer  nada, ou melhor podemos sim...
- O que?
- Impedir o habeas corpus. Vou mandar para o juiz as provas do emprego e a outra residência do Zé em outra cidade.
- Assim mostra que ele não pretendia voltar a Campo Feliz e se for solto poderá fugir.
- Exatamente. Esse passarinho vai ficar aqui na gaiola por muito tempo.

Na fazenda dos Aguiar

A novidade da volta do Zé Lima era assunto entre os primos e Dona Ana. A curiosidade de todos era algo comum.

- O que será que a Lua quer com o Zé?
- Não sei Chay, mas se aquele infeliz fez mal para a Sophia, eu mato ele.
- Micael, acalme-se. Aqui ninguém mata ninguém. Vamos esperar as notícias chegarem. Parem de querer agir como homem das cavernas. Não foi isso que eu e seus pais ensinamos a vocês. Ajam como pessoas racionais e tenham respeito pelo próximo.
- Desculpa tia. Mas só em pensar no que a Sophia sofreu, eu fico louco.
- Micael, meu filho é muito bonito ver esse amor de vocês, mas tenho certeza que a Sophia não ia querer ver o namorado machucado ou envolvido em um crime, para defendê-la. Isso é coisa de antigamente. A Sophia ao sair de casa e enfrentar o Pedro e a Clara mostrou que pode se defender muito bem.

Os três ficaram sem fala ao olharem àquela senhora que com calma e jeitinho dava uma tremenda lição de moral: nada de machismo, não há nenhuma donzela em perigo. Pensando no que a mãe disse, Arthur se lembrou da briga com Lua, e deixou escapar um pensamento.

- Parece que os Aguiar gostam de mulheres fortes.

- Como é Arthur? Que mulher forte?

Por Paula Gonçalves

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