Discovering Love - Capitulo 3

Capitulo 3 – Humilhação

Ao chegar ao local, vi que a porta estava encostada, a chamei e não ouvi resposta, me aproximei mais um pouco. Ao chamar novamente, aquela voz doce me respondeu.

- Entra! Estou aqui atrás. – ela falou provavelmente atrás de algumas daquelas varias estantes com milhares de coisas que continha naquele local.

- O que é pra levar pra cantina? – perguntei evitando ficar muito tempo ali sozinho com ela.

- Isso!

Ela falou tomando aquela atitude inesperada, o que me deixou sem reação.

Era um beijo. Eu nunca tinha feito aquilo! Não que eu seja feio, mas nunca tive coragem nem de conversar com ninguém quem dirás beijar.

Ela fez tudo que julgou necessário, nem abraça-la pra falar a verdade eu não o fiz. Pode me chamar de gay, mas eu fiquei sem reação. O que a garota mais popular da escola queria fazendo aquilo comigo?

Mas apesar da minha falta de jeito eu gostei daquilo. Era bom. Apesar de atrapalhado e molhado demais. Ela foi logo separando, e olhando pra minha cara boba, sorriu e falou que me aguardaria a noite na festa.

Eu a olhei estranho e ela disse que como a festa estava marcada pra começar as 19:00, que a gente se encontraria no mesmo local onde estávamos.

- As 20:30 a gente se encontra aqui certo? – ela perguntou sorrindo.

- Certo... Certo. – e eu mais bobo e sorridente ainda concordei, não sabia o que me aguardava.

Voltei pra casa todo animado como um bobo apaixonado. Tomei banho, me arrumei, e as 19:30 já me encontrava na festa. Procurei aquela loira linda por toda parte, mas provavelmente ela ainda não tinha chegado.

Deu o horário marcado e me dirigir à pequena sala de deposito. Difícil seria chegar lá esse horário já que essa ala da escola estaria fechada. Mas enfim, conseguir. A porta encontrava-se da mesma forma, e dessa vez passava uma pequena fresta de claridade, como se tivesse uma luz fraca acesa. Ao abrir aquela porta quis nunca ter conhecido aquela garota.

Eis que um monte de lixo cai por cima de mim. Mas não se tratava de lixinho de sala de aula com papeis e pontas de lápis como eu já tinha passado em outra escola. Era lixo mesmo, algo como comida estragada, molhado e fedorento pra porra. No mesmo instante pude ver luzes se acendendo, e todos aqueles amiguinhos dela dando risadas.

Eu estava morrendo de ódio. Mas minha real vontade era de sumir e nunca mais ter que encarar todo aquele povo metido a merda que andava com aquela patricinha mimada.

- Pobre Aguiar! Sorry, mas não gostei do beijo. – ela falava se aproximando – Pra falar a verdade, achei um lixo.

Só ouvi aumentarem as gargalhadas. Sai logo daquele lugar querendo ir pra casa, mas o pior foi ter que atravessar toda aquela área enorme em direção a única saída existente da festa.

Comentários surgiam de todas as formas, todos os tipos. Risadas e gargalhadas eram comuns. E nos meus 13 anos me sentir como um bebê chorão, apenas tendo o desejo de ligar pros meus pais irem me buscar. Sei o quanto isso é infantil, mas eles eram meus únicos amigos, e a falta que me faziam era incrível.

Ao atravessar o portão senti uma pessoa me chamando. Era uma voz masculina, não poderia ser aquela maluca, mas eu não fazia ideia de quem se tratava.

- Aguiar! – a voz se aproximava, mas eu me recusava a ficar parado ou olhar pra trás, deve ser mais alguém pra rir da minha desgraça.

- Cara espera ai! – dessa vez a voz estava próxima e segurava no meu braço.

- Se for pra rir, me deixa ir embora! – foi a única coisa que falei.

- Meu nome é Chay, minha casa fica aqui do lado, acho que posso arrumar alguma coisa pra você vestir até chegar em casa pelo menos.

- Não preciso, eu moro daqui a quatro quarteirões, da pra chegar lá vivo. – fui irônico, porque em minha opinião ele também deveria está aprontando algo. Não confiaria em mais ninguém.

- Foi a Lua, não foi? – ele perguntou.

- Como? – me assustei, como ele sabia disso?

- Foi a Lua que armou isso? – ele repetiu e continuou – Ela sempre apronta com os novatos, quase me afogou na piscina a 2 anos atrás.

Não acreditei naquilo, essa garota é louca desde sempre então. Conversamos e acabei aceitando trocar de roupa, afinal eu seria confundido com um mendigo fácil até chegar em casa naquela situação.

Após trocar de roupa, agradeci inúmeras vezes, e conseguir chegar em casa. Um ódio enorme estava nascendo em mim, eu queria matar cada um daquele grupinho, e a Lua seria a primeira.

A única coisa boa dessa história toda, foi que conseguir conversar com um cara que parecia legal, agora acho que tenho um amigo na escola.

Por Nana F.