Ferro e Gelo - Capitulo 16

Cap 16

Ao dizer isso, Lua parecia uma menina, falava baixo, os olhos brilhavam e o rosto corava. Parecia que admitir para ela mesma, o quanto Arthur tinha tocado, de algum jeito, sentimentos que para ela estariam esquecidos, era muito difícil. Mel a conhecia melhor do que ninguém sabia que aquele jantar não seria só um jantar. Lua se testaria, avaliaria o que realmente estaria sentindo por Arthur, e com certeza se torturaria por não querer ceder a qualquer sentimento. Mel mudou de assunto, sabia que não adiantava insistir.

 

Na fazenda dos Cassiano

No dia seguinte a alta da Sophia, Dona  Clara ainda estava revoltada com a atitude da Lua em ter prendido Pedro, e para sua surpresa o filho defendeu a delegada.

- Pedro, meu filho, como você pode achar que aquelazinha agiu certo!

- Não estou dizendo que a Lua agiu certo, mãe. Estou falando que ela é uma mulher de coragem, isso é de se admirar. Eu estou meio cansado de mulher robô.

- Como assim mulher robô?

- Só tem lataria e age ao meu comando. – Pedro falou isso e na verdade o que ele mais queria era domar a Lua. Seria um grande troféu para ele, que se sentia um conquistador.

- Pedro, nunca me meti nas suas aventuras, mas eu acho que essa delegada ainda vai dar problemas. Então é bom ficar de olho nela.

- Com todo o prazer mãe.

Logo após essa conversa estranha, Lua e Mel chegam a fazenda, afinal elas têm um crime a investigar.

- Bom dia, Pedro, Dona Clara. – Disse Lua, tentando quebrar o clima tenso que estava na sala.

- Bom dia Lua. – Pedro foi cumprimentá-la e a Mel também, cheio de intenções na voz e no olhar. Elas se olharam e perceberam. Sutileza não era uma virtude do Pedro.

- E como está Sophia? – Mel querendo saber como estava a amiga.

- Ainda dormindo, está se recuperando. – Dona Clara falou sem muito animo.

- Bem, Pedro, estamos aqui hoje além de uma visita. Viemos falar com alguns empregados, precisamos ver quem selou os cavalos, no dia da festa.

- Lua, eu pedi para o Zé Lima, um peão aqui da fazenda para selá-los. Eu realmente queria ter te levado para passear naquele dia. Desculpe, por ter sido premeditado.

- Depois falamos sobre isso. Hoje o assunto é oficial. Podemos falar com o Zé?

- Não vai dar Delegada, ele foi levar um carregamento e só volta semana que vem. – Dona Clara foi respondendo quando foi saindo da sala.

- Então Dona Clara, quando ele voltar, vamos precisar falar com ele, lá na delegacia.

- Claro Lua, eu faço questão de levá-lo. Assim mais uma oportunidade de te ver.

Lua e Mel saíram da fazenda e voltaram para a delegacia. Alguma coisa tinha deixado as encucadas, a sela suspeita era para ela ou para o Pedro? Se fosse para o Pedro, quem poderia ter feito isso? Arthur? Chay? Micael? Isso não fazia sentido, Arthur ficou o tempo todo com a Lua. Chay estava com a Mel. E Micael estava escondido com a Sofia e ele não montaria numa sela danificada, arriscando a própria segurança. Mas ele poderia contratar alguém para o serviço. A casa estava em festa, cheia, a segurança poderia ter relaxado em algum ponto. Muitas dúvidas.

Na casa da Mel e da Lua.

Lua estava meio tensa, afinal iria jantar com Arthur. Mel havia percebido isso e resolveu brincar um pouco para suavizar o clima.

- O que foi Lu? Está fazendo alguma faxina no armário? Todas as roupas estão jogadas na cama.

- Ah, Mel, não enche e me ajuda. Não sei o que vestir para sair com o Arthur. E daqui a pouco ele vai estar aqui.

- Hum... Ele vem te buscar, que cavalheiro!

- Deixa de ser besta!

- Tá bom! Vocês vão aonde?

- Não sei, ele não disse.

- Então amiga vai no básico, preto básico!

Lua seguiu o conselho da Mel. Colocou um vestido preto, um pouco justo, frente única, que ia até um pouco assim do joelho. Calçou um salto alto preto coberto com renda. Cabelo preso em um coque solto, maquiagem leve e poucos acessórios. Lua não queria exagerar, era só um jantar.

Quando Lua saiu do quarto Mel não perdeu a chance.

- Pra quem não sabia o que vestir, caprichou na produção.

- Será que eu exagerei?

- Não amiga você está linda!

Por Paula Gonçalves