quarta-feira, 9 de abril de 2014

Ferro e Gelo - Capitulo 8


Cap 8


Por um momento fez-se um silêncio constrangedor na delegacia. Arthur estava incomodado, só que dessa vez percebeu não ser por causa da presença da Sophia, o que o perturbava era a atitude dura de Lua. Antes de entrar na delegacia e interromper a conversa das moças, e ficou ouvindo um pouco e viu uma Lua descontraída, leve. Por que ela não era assim com ele? Será que ele a inibia? Será que ele era indiferente para ela? Será que um dia ela conseguiria relaxar perto dele, como estava anteriormente? E por que essas perguntas todas? Por que tanta curiosidade pela Lua? Essa confusão de pensamentos o deixava sem saber como agir.

Para quebrar o clima, Chay começou a falar.

 - Mel, quer tomar um sorvete comigo? Está quente aqui e a tarde está linda.

Mel olhou para Lua, que assentiu positivamente. Aproveitando a oportunidade Sophia se levantou para ir embora, já se despedindo.

- Então Delegada, posso confirmar a presença de vocês na festa esse fim de semana?
- Pode sim Sophia, eu e  a Lua vamos, não é Lua?
- Festa no fim de semana, que festa? – Chay o curioso
- Sim, Chay, a minha tia vai dar uma festa em homenagem a Lua e a Mel. Vocês estão convidados: você, Arthur, Micael, enfim todos vocês. A tia Clara deve enviar o convite formal, mas vocês vão?


Chay olhou para o Arthur que permanecia calado, olhando a Lua. Este assentiu positivamente.

- Pode confirmar Sophia, vamos sim.

Todos saíram da delegacia deixando somente Arthur e Lua.


- Então Sr. Aguiar, algo mais que eu possa fazer pelo senhor?
- Bem... Acredito que não. Nos veremos no fim de semana na festa então?
- Parece que sim, o senhor vai? Pelo que eu pude perceber vocês não se dão muito bem.
- Não sei se te contaram a história toda, mas as nossas famílias são rivais há muito tempo. Declaramos a paz há alguns anos, porém a minha relação com o Pedro é meramente cordial, por conta da política e dos negócios. Em falar nisso, tenho que confessar que ouvi a conversa de vocês, o que a Sophia falou sobre as verdadeiras intensões dessa festa.
- Muito feio isso, Sr. Aguiar, ouvir a conversa dos outros.
- Desculpe, mas o que a Senhora Delegada pretende fazer?
- Bem, acho que isso não lhe diz respeito. Eu represento a lei, e pretendo seguir a mesma, com imparcialidade.


Silêncio de novo e clima tenso.

- Então, vou indo. Mas cuidado com o Cassiano, ele é um manipulador.
- Obrigada pelo aviso, mas não sou ingênua. Já observei as pessoas daqui.


Arthur saiu da delegacia, mas não voltou para a fazenda. Resolveu esparecer, num dos poucos lugares que sabia que poderia relaxar, foi até a escola da cidade. Ele sempre ajudou a escola e quando podia ia até lá para brincar com as crianças, jogar com elas, até ler para elas. Isso era meio que um segredo entre a diretora, ele e as crianças. Chegando lá, as crianças correram até ele. O sorriso surgiu no seu rosto, brincou, jogou bola, se divertiu. Quando era a hora de ler para elas, pegou um livro na estante, e uma das crianças falou algo que o surpreendeu.

- Esse não Tio Arthur, a Tia Lua leu ontem pra gente. Lê esse aqui.


A criança lhe entregou um novo livro, ele leu, as crianças adoraram. Mas algo não saia da sua cabeça, a Lua teria o mesmo hábito que ele, vir relaxar com as crianças? Mais uma coisa que o intrigava, foi falar com a diretora da escola e esta confirmou que sempre no fim da tarde a Lua passava na escola, brincava e lia para as crianças. Agora além de intrigado, surgia uma ponta de encantamento em relação a Lua, dentro da cabeça dele.

Por Paula Gonçalves

2 comentários: