Cap
8
Por um momento fez-se um silêncio
constrangedor na delegacia. Arthur estava incomodado, só que dessa vez percebeu
não ser por causa da presença da Sophia, o que o perturbava era a atitude dura
de Lua. Antes de entrar na delegacia e interromper a conversa das moças, e
ficou ouvindo um pouco e viu uma Lua descontraída, leve. Por que ela não era
assim com ele? Será que ele a inibia? Será que ele era indiferente para ela?
Será que um dia ela conseguiria relaxar perto dele, como estava anteriormente?
E por que essas perguntas todas? Por que tanta curiosidade pela Lua? Essa
confusão de pensamentos o deixava sem saber como agir.
Para quebrar o clima, Chay começou a falar.
- Mel, quer tomar um sorvete comigo? Está
quente aqui e a tarde está linda.
Mel olhou para Lua, que assentiu
positivamente. Aproveitando a oportunidade Sophia se levantou para ir embora,
já se despedindo.
- Então Delegada, posso confirmar a presença
de vocês na festa esse fim de semana?
- Pode sim Sophia, eu e a Lua vamos, não é Lua?
- Festa no fim de semana, que festa? –
Chay o curioso
- Sim, Chay, a minha tia vai dar uma
festa em homenagem a Lua e a Mel. Vocês estão convidados: você, Arthur, Micael,
enfim todos vocês. A tia Clara deve enviar o convite formal, mas vocês vão?
Chay olhou para o Arthur que
permanecia calado, olhando a Lua. Este assentiu positivamente.
- Pode confirmar Sophia, vamos sim.
Todos saíram da delegacia deixando somente
Arthur e Lua.
- Então Sr. Aguiar, algo mais que eu
possa fazer pelo senhor?
- Bem... Acredito que não. Nos veremos
no fim de semana na festa então?
- Parece que sim, o senhor vai? Pelo
que eu pude perceber vocês não se dão muito bem.
- Não sei se te contaram a história
toda, mas as nossas famílias são rivais há muito tempo. Declaramos a paz há
alguns anos, porém a minha relação com o Pedro é meramente cordial, por conta
da política e dos negócios. Em falar nisso, tenho que confessar que ouvi a conversa
de vocês, o que a Sophia falou sobre as verdadeiras intensões dessa festa.
- Muito feio isso, Sr. Aguiar, ouvir a
conversa dos outros.
- Desculpe, mas o que a Senhora
Delegada pretende fazer?
- Bem, acho que isso não lhe diz
respeito. Eu represento a lei, e pretendo seguir a mesma, com imparcialidade.
Silêncio de novo e clima tenso.
- Então, vou indo. Mas cuidado com o
Cassiano, ele é um manipulador.
- Obrigada pelo aviso, mas não sou
ingênua. Já observei as pessoas daqui.
Arthur saiu da delegacia, mas não
voltou para a fazenda. Resolveu esparecer, num dos poucos lugares que sabia que
poderia relaxar, foi até a escola da cidade. Ele sempre ajudou a escola e
quando podia ia até lá para brincar com as crianças, jogar com elas, até ler
para elas. Isso era meio que um segredo entre a diretora, ele e as crianças.
Chegando lá, as crianças correram até ele. O sorriso surgiu no seu rosto,
brincou, jogou bola, se divertiu. Quando era a hora de ler para elas, pegou um
livro na estante, e uma das crianças falou algo que o surpreendeu.
- Esse não Tio Arthur, a Tia Lua leu
ontem pra gente. Lê esse aqui.
A criança lhe entregou um novo livro,
ele leu, as crianças adoraram. Mas algo não saia da sua cabeça, a Lua teria o
mesmo hábito que ele, vir relaxar com as crianças? Mais uma coisa que o
intrigava, foi falar com a diretora da escola e esta confirmou que sempre no
fim da tarde a Lua passava na escola, brincava e lia para as crianças. Agora
além de intrigado, surgia uma ponta de encantamento em relação a Lua, dentro da
cabeça dele.
Por Paula Gonçalves
amando a web. posta mais
ResponderExcluirPiedade
Que bom, ainda tem muita história
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