Discovering Love - Capitulo 26

Capitulo 26 – Medo

POV ARTHUR

Definitivamente essa garota é bipolar. Como pode depois de uma tarde agradável, de uma noite com tanta proximidade, tanto carinho preso num laboratório, dormindo abraçados depois de um beijo encantador, a pessoa acordar e mal te dar bom dia. Certo que o chão estava, duro, frio, e desconfortável, o que me rendeu uma excelente dor nas costas e um resfriado. Mas me lembrar daquele beijo levaria toda essa sensação ruim pra longe, e faria toda e qualquer dor valer a pena.

Isso claro se ela não tivesse acordado vestindo a sua armadura de garota durona e esquecesse tudo que aconteceu. Quando cheguei em casa, ao verificar meu celular identifiquei inúmeras chamadas dos caras, algumas outras da minha mãe, e algumas de números que eu nem conhecia. Deixei o aparelho de lado e fui para o banho. Tudo o que eu precisava era de um banho e um bom café quente. Enquanto estava na cozinha, resolvi logo ligar pra minha mãe, provavelmente ela estaria preocupada por eu não ter atendido e garanto que se demorasse mais algum tempo um tio, ou algum parente, bateria na minha porta pra verificar se eu estava vivo.

Após uma conversa longa, e uma bronca maior ainda, resolvi ir dormir. Falar com Mica ou Chay agora me renderia conversa pra o longo do dia e agora eu precisava realmente descansar. Não sei se estava muito cansado, ou se realmente dormir pouco, mas logo fui surpreendido por dois ogros entrando bruscamente no meu quarto.

- Devolve minhas chaves! – eu falei inconformado, onde eu estava com a cabeça quando passei as chaves da minha casa pra esses malucos?

- Ainda se acha no direito de exigir alguma coisa... Aguiar, você tem noção do quanto a gente tá preocupado com você cara? – Mica gritava. Eu não mereço isso!

- Cara, eu acabei de chegar, eu acabei de dormir, da pra me deixar em paz? – eu já falava me sentando na minha cama e encarando os dois.

Realmente eles pareciam preocupados, Chay que normalmente falava mais que a própria boca estava quieto, e Mica só faltava sair fumaça de sua cabeça.

- Desculpa! Eu to quebrado. – no caso deles eu estaria preocupado também.

- Da pra pelo menos explicar o que aconteceu, ou agente vai ter que adivinhar? – Chay perguntou se sentando na poltrona do quarto, enquanto Mica ainda andava de um lado pro outro.

- Fala logo Aguiar! – Mica gritou e se sentou.

Não tinha pra onde correr, falei tudo, sem esconder nenhum detalhe.

- Mais uma vez, você caiu na historinha da dona doida! – Mica falava inconformado.

- Eu ainda não tenho o poder de fazer as portas se abrirem quando eu quero Micael! – eu comecei a me irritar com aquele jeito dele.

- Foi mal! – ele me respondeu.

- Sim cara e agora?! – Chay até que enfim abriu a boca.

- E agora o que?

- E agora Arthur, como vai ser... Vocês dois? – ele completou.

- Não tem nós dois Chay, pra ela isso não existe. – terminei de falar me levantando.

- Chato isso né? – Chay continuava me olhando igual uma criança, mas eu não queria mais falar sobre isso.

- É. Mas não vai mudar nada, pelo menos eu acho que não. – falei me levantando – E vamos pra sala jogar, já que vocês me acordaram mesmo.

Fomos pra sala e viramos a noite no jogo. O domingo passou e eu parecia acabado. Nunca imaginei que uma noite mal dormida e problemas sentimentais fosse capaz de derrubar uma pessoa tão rápido. Primeiro que eu não conseguir me concentrar em jogar uma partida se quer. Perdi todas e os caras perceberam. Dormir uma boa parte do tempo, mas a vontade de permanecer na cama ainda me dominava.

Com isso cheguei a conclusão que na verdade não era o cansaço que me prendia a cama, e sim a falta de coragem de encara-la no colégio na segunda feira. Mas a vida segue, e isso foi inevitável. O clima permaneceu tenso por vários dias. Os garotos que já não gostavam da Lua, começou a literalmente ignora-la. O que fez com que as outras garotas se distanciassem um pouco, mas percebendo isso começaram a falar com ela pelo menos, mas sempre a excluíam dos programas, ou não faziam questão nenhuma da presença dela pelo menos.

O pior disso tudo é que a reação dela era sempre a mais fria possível, ela realmente não parecia se incomodar em não ser convidada para as nossas reuniões, afinal quando era nunca aceitava. As meninas ficavam meio boladas com isso, ás vezes com receio em está fazendo algo errado, mas nunca falavam muito.

A única coisa que eu sei, é que o que eu sentia por ela só ficava a cada dia mais forte, e o meu medo de me machucar também.

Por Nana F.